Kamyla.Maciel 05/04/2023
Esse livro é tão tão recomendado que estava morrendo de medo de não gostar, de não achar nada de diferente, mas ele também me pegou, me fez rir, chorar e ter medo. A história fala de um rapaz, Daniel, que é levado pelo pai (um personagem maravilhoso) ao cemitério dos livros esquecidos, um lugar onde os livros que ninguém se lembra são guardados, preservados e cuidados. E cada pessoa que lá entra tem a missão de escolher um livro e cuidar para que ele não entre no esquecimento. É nesse momento que Daniel se encontra com o escritor Julian Carax e seu livro a Sombra do Vento. A partir daí, a história se desenrolará em reviravoltas maravilhosas e imprevisíveis em uma Barcelona cinzenta e nostálgica, com resquícios de uma guerra que marcou todos.
Esse livro é um clássico né, então poderia falar de várias formas sobre ele, sobre sua história, mas vou deixar registrado como me senti ao lê-lo, para que no futuro eu relembre isso.
Pra mim, o que mais me encantou nesse livro é o que me atravessa na vida também, o amor pelos livros, a homenagem feita à literatura, aos escritores. É lindíssimo perceber como Zafón fala dos livros com um encantamento e respeito. Às vezes, o óbvio está bem na nossa cara e ai chega um escritor foda e o revela com as palavras mais lindas, e é isso que Zafón faz ao falar que extraímos dos livros aquilo que temos, e, ao mesmo tempo, eles nos formam, nos constroem como pessoas.
Importante falar que essa homenagem aos livros é uma parte do livro, mas ele também traz um mistério e suspense (o que me surpreendeu, já que não esperava), amor proibido, relação de pais e filhos, fala de uma Barcelona pós guerra, fala de obsessão, vingança, amizade, tragédias, é um combo completo da complexidade da vida humana. E ainda tem Fermín, um personagem maravilhoso, cheio de contradições, mas que me preencheu de bons sentimentos.
Super recomendo!!!
Trecho: Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espírito se expande e a pessoa se fortalece.