Edu 28/03/2021
Til - José de Alencar
Ah Til, se tu soubesses que me ganharas o coração!
O livro "Til", escrito por José de Alencar, é uma obra romancista que se passa por volta dos anos de 1847.
O romantismo foi um período literário dividido didaticamente em três fases, sendo essa obra pertencente às primeira fase, do regionalismo, marcada pela exaltação de um herói ideal e nacional, no caso Berta.
Berta é uma menina muito doce meiga, que assume o papel da representação nacional e idealizada. É a mais querida por todas, principalmente por Miguel e Afonso.
Til tem uma amiga chamada Linda, que é profundamente apaixonada por Miguel, o sujeito que é apaixonada pela Til no início da história. Assim, Berta vai tentando aproximar os dois ao longo da história, e isso é muito importante de ser mencionado, pois Berta, por mais que no começo ela não saiba, é apaixonada por Miguel também.
Isso é muito importante pra nós vermos o tamanho da bondade da Til, de pensar nos outros antes de pensar em si mesma. Ela gosta de Miguel, mas prefere abrir mão disso pra unir Miguel com sua amiga Linda.
A história no início não se desenrolou de uma forma fluida para mim, mas confesso que do segundo terço pra frente o livro ficou muito interessante. Que trama, meus amigos!
Na região, existe um homem chamado Jão, apelidado de "Jão Fera", que é muito temido por todos por ser um facínora bem sinistro. E Berta, como sempre, sente compaixão por esse capanga, que ao longo da história vai deixando de ter essa imagem cruel que temos dele no início.
Entra aí a história de vida da Berta, um drama fantástico que José de Alencar escreveu! A mãe da Til, Besita, antes de ser assassinada por seu marido, que a havia abandonado, fora violentada sexualmente por um fazendeiro, o Luiz Galvão, pai biológico de Berta.
Mas nenhum dos dois sentiram compaixão por Besita, nem depois do ato violento, nem depois da morte, exceto Jão Fera.
Jão Fera que cuidara de Berta quando bebezinha, ele quem sentira empatia pela história de vida dessa mãe (afinal, ele sentia muito amor por ela).
E Berta, quando grande, descobre toda sua história de vida, renegando a paternidade de Luiz Galvão e escolhendo ficar com nhá Tudinha, sua mãe de leite, e Jão Fera, a quem ela adotou como pai verdadeiro, por ter sido ele quem cuidara dela quando neném.
Acho que o mais lindo dessa história é a atitude empática, doce e amável de Berta em toda a história, desde abandonar sua paixão para entregá-la às sua melhor amiga, até com sua compaixão pelo facínora do Jão Fera, a quem todos evitavam.
A única coisa é a aflição de ver Berta pensando nos outros antes de pensar em si mesma. Quem me dera ter metade dessa bondade!
Pra você, Berta, toda a minha admiração! Só espero que um dia você perceba que sua felicidade é sua, e não dos outros!