Liliane.Goncalves 29/10/2023
Christine é mais um daqueles livros do Stephen King em que antes de começar a leitura pensei: onde será que ele vai chegar com esse assunto? E no decorrer da história, principalmente ali pela metade do livro, minha cabeça não parava de martelar: e agora? Como é que o King vai resolver toda essa loucura que está acontecendo aqui? Como sempre, o autor me surpreendeu positivamente.
Arnie Cunningham é um típico adolescente rejeitado que sofre com os efeitos da puberdade e com a constante perseguição de valentões sem cérebro. Com o rosto marcado por espinhas e pouquíssima confiança, ele tem apenas um único amigo, Dennis Guilder.
A vida de Arnie muda completamente no dia em que “conhece” Christine, um velho Plymouth Fury 1958. O carro, a quem Arnie denomina de “ela” desde a primeira vez que a vê, pertence a Roland D. LeBay, um ex-militar que decide “se desfazer” daquela que foi a parte mais importante de sua vida. O carro está em péssimo estado de conservação, mas mesmo contra a vontade de todos, Arnie decide ficar com Christine, com certeza foi amor à primeira vista.
A primeira parte do livro é um pouco lenta. King vai nos apresentando os personagens, as suas relações e questões familiares. Esse começo foi um pouco tedioso para mim, mas entendo que foi fundamental para que pudesse ter a dimensão exata do impacto de tudo o que aconteceria posteriormente.
A partir dos 40% a história começa a ganhar um ritmo mais intenso, então a ação realmente acontece e você não consegue parar de ler. Uma vontade constante de saber como os acontecimentos de um capítulo vão repercutir no capítulo seguinte nos domina. O livro tem um constante clima de suspense que é ótimo, assim como as cenas de ação e os personagens.
Falando em personagens, é incrível a forma como King nos faz ter um sentimento dúbio em relação ao protagonista. Até agora não sei o que pensar a respeito de Arnie Cunningham.
Todos os personagens são interessantes, apesar de não serem muito aprofundados. Dennis é incrível, impossível não gostar dele. No entanto, a minha preferida é Leigh Cabot, a namorada de Arnie. Longe de ser frágil e ingênua, Leigh é corajosa e inteligente e soube lidar muito bem com toda a situação.
Fiquei contente com o final que o King escreveu, acho que ele foi muito coerente dentro de toda aquela insanidade e o desfecho não poderia ser diferente para nenhum dos personagens. Terminamos o livro absolutamente pensativos rs.