Júlia Alves Gonçalves Sobrinho 26/12/2022
Intenso e pesado.
Precisei de alguns dias para digerir essa leitura tão pesada, bem como todas as obras sobre o Holocausto com as quais já tive contato.
A Segunda Guerra Mundial sempre foi um dos meus temas favoritos, inclusive o meu filme preferido se encaixa aí, e que eu considero o epítome daquele ditado sobre conhecer a história para não repeti-la. ?Última parada: Auschwitz? é o diário de um sobrevivente, Eddy de Wind, que foi escrito dentro do campo de concentração. Aqui, nós podemos acompanhar as atrocidades cometidas pelos nazistas do ponto de vista de um médico judeu, enviado, junto a sua esposa, a enfermeira Friedel, ao maior campo de trabalho forçado e de extermínio desse regime.
É horrível se sentir inútil enquanto você lê, sem poder voltar no tempo e impedir tudo e todos, sobre tortura, assassinatos, surras, escravidão, maus-tratos, estupros, experimentos médicos realizados, nesse caso, em inúmeras mulheres, sem a sua autorização e com o seu consequente padecimento, fome, sede, negligência e outras barbaridades. A custo de quê? A. custo. De. Quê?
Por ser médico, Eddy é posto para tentar ajudar os numerosos doentes ao mesmo tempo em que luta contra as condições extremamente insalubres dos blocos, capazes de favorecer a disseminação de muitas doenças, como, por exemplo, da escarlatina, e contra a falta de medicamentos e instrumentos médicos. Em sua passagem pelo campo, sofreu quase todas as atrocidades citadas anteriormente e com a dor da perda.
O final do livro é sugestivo pelo próprio subtítulo, mas isso não faz com que a leitura se torne mais suportável. Aliás, nada relacionado pode se tornar algum dia suportável e digerível. Nunca.