Ponciá Vicêncio

Ponciá Vicêncio Conceição Evaristo




Resenhas - Ponciá Vicêncio


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Isabô Melina 03/06/2014

O tipo de leitura de quem gosta de Iracema
Não é o tipo de livro que eu compraria. Nem o tipo de livro que eu leria.
Comprei sim porque estava na lista dos vestibulares que ia prestar em 2008.
6 Anos depois consegui finalmente recomeçá-lo (e dessa vez terminá-lo).

Se lê em 1 dia.
3 no meu caso que ainda estava vivendo no mundo do livro anterior.

Conta a história de uma negra que abandona o interior e a vida sofrida para procurar seus sonhos na cidade. Não encontra. Só se perde.
Nesse meio tempo entre ser criança e enlouquecer de vez contam-se as histórias de suas relações com a família.

Bom. Bacana. Recomendo só para quem gosta de analisar o psicológico dos personagens.
Aos que leem por prazer, talvez não.
diogo.abrantesdeoliveira 22/12/2014minha estante
Estou procurando este livro desesperadamente para um vestibular e não o encontro. Onde você comprou?




Goldenlion85 05/02/2009

Um livro bem centrado

O livro mostra a vida de muitas brasileiras anonimas,crise,saudade, amor, familia. Um papel fundamental hoje em dia, Valores Éticos.
Leitura Obrigatória, Recomendassímo!!!
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Marcela Vidinha 30/06/2009

Eu li pro vestibular mas mesmo assim é um livro que me emocionou mto.
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spriesly 08/01/2010

Livro lindo. De extrema delicadeza, desde as digressões de Ponciá até ao seu presente sofrível. Não é um livro óbvio, apesar de ter poucas páginas. Não possui mocinhos nem anti-heróis: cada personagem tem sua parcela de culpa pelos seus atos e pelo o que se tornaram. A relação de Ponciá com seu marido vai definhando aos poucos. E não é só ele que tem culpa por ficar com raiva dela: ele é frustrado por não saber o porquê de Ponciá ter se tornado uma mulher quieta, alienada em seu mundo e que vive no passado. A linguagem não é tão tétrica como Clarice ou Woolf, o que eleva mais a narrativa, mostrando que é possível sim ser profunda e clara ao mesmo tempo.
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Nathan 09/01/2010

Ponciá Vicêncio
Magnífico esse livro. Conceição Evaristo é uma mulher de grande fibra, crio que o livro exprime um pouco do preconceito que passou ou que viu os outros passarem. O preconceito que no qual falo é sobre ser NEGRO, este em nossa sociedade, em nosso país, ainda é muito oprimido. O livro conta a história de uma menina que mora com sua família nas terras de um dos seus ex-senhor, mesmo conseguido a alforria os negros não puderam sair, pois não tinham nenhuma outra função; os negros são obrigado a entregarem uma parte do que produzem. A história se passa na Vila Vicêncio e depois na cidade. A menina crese e vai morar na favela, vivendo grandes dificuldades. Há uma grande herança tratada no livro que recebera do ávo, somente no final é descoberto qual é. A história tem vários personagens, há também as aventuras e desejos de su irmão, Luandi. Vale a pena ler, é um livro curto e cheio de mistérios, serão feitas várias indagações ao lerem o livro, mas busque resolve-las buscando artifícios do passado da personagem. A vida dessa autora é repleta de grandes conquistas, uma delas foi a conclusão do curso superior, pois entrou tardiamente no colégio, mas superou tudo e hoje é uma mulher vencedora.
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Raquel 26/08/2015

Ponciá, PONCIÁ VICÊNCIO
A obra nos relata a vida de Ponciá - mulher, negra e pobre - contando suas perdas desde sua infância até a vida adulta, dando ênfase à construção de sua identidade, com base nos relacionamentos familiares e herança cultural. Para tentar uma vida diferente daquela do interior, a personagem vai para a cidade grande, mas acaba presa a um relacionamento abusivo e morando em uma região de extrema pobreza. São destacadas, ainda, as vidas da mãe e do irmão de Ponciá, mostrando seus vazios e buscas. Os dois também decidem deixar para trás a terra que tanto conheciam e que lhes concedia o pouco sustento que tinham e trilham uma jornada recheada de momentos que nos fazem pensar em nossa própria vida.
O livro é construído com capítulos bem pequenos e com uma linguagem bastante simples e poética, apesar de se tratar de uma prosa. Os temas abordados são muito profundos e interessantes, sendo a solidão dos indivíduos um dos assuntos mais recorrentes na obra, como ocorre, por exemplo, em “Foi tanto pavor, tanto sofrimento, tanta dor que ele leu nos olhos dela, enquanto lhe limpava o sangue, que descobriu não só o desamparo dela, mas também o dele. Descobriu que eram sós.” (referindo-se ao marido de Ponciá).
Ponciá Vicêncio é um “soco no estômago” para quem acha que a abolição da escravatura resolveu as questões raciais no Brasil, vemos, na obra, o quanto seu reflexo está presente na sociedade atual. Apesar de relatar tristeza e sofrimento, a solidariedade, os laços do amor e a força do povo gritam através das palavras e frases maravilhosamente estruturadas por Conceição Evaristo.

Referência:
EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2003.
Disponível também em:




site: http://asgarotasdepemberley.blogspot.com.br/2015/05/poncia-vicencio-conceicao-evaristo.html
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VG 31/03/2017

Uma história delicada, bem escrita, cheia de camadas de interpretação.

Acompanhamos a vida da protagonista, Ponciá, desde seus trabalhos com o barro na roça, sua fuga para a cidade grande, e seu afastamento paulatino do mundo real. Ponciá sofre com a saudade da roça onde foi criada e do barro que moldava junto de sua mãe. Aos poucos começa a ser tomada por ausências de si mesma cada vez mais longas e intensas. Seu marido não entende o que se passa. Não sabe se a mulher é lerda ou se está doente. Zanga-se. Espanca-a. Ponciá permanece alheia a tudo.
Paralelamente, conhecemos o que se passou com seu irmão e sua mãe. A família, distanciada, anseia por se reencontrar. Mas o tempo não pode ser apressado...
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Roseane 05/05/2017

A vida vivida por muitos
Em cada relato, em cada verso um universo um choque e um encanto. Parabéns Conceiçao Evaristo
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Leituras do Sam 08/05/2017

A trajetória da memória
"Ponciá gastava a vida em recordar a vida. Era também uma forma de viver".

A história deste livro é mais do que o simples acompanhar da vida de uma menina até sua idade adulta. É a trajetória de uma menina-mulher para "dentro de si mesma" enquanto o "fora de si" nos vai sendo revelado através de sua memória.
Conceição Evaristo conseguiu em pouco mais de cem páginas, criar personagens profundos emocional e socialmente, fugindo de esteriótipos e maniqueismos tão comuns quando trata-se de personagens negras.
Tudo ao redor da personagem é mostrado com sutileza e poesia, mas com o peso que carregam e causam a Ponciá. As sucessivas perdas que Ponciá sofre, as dores de uma vida social marginalizada e o afeto não recebido durante sua vida de esperanças sempre renovadas constituem a matéria com a qual Ponciá constroe seu próprio mundo.
Ponciá Vivêncio é um romance psicológico emocionante e questionador que nos cativa ainda nas primeiras frases e termina nos acalentando e fazendo verter lágrimas, sejam elas no rosto ou no coração.

@leiturasdosamm
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Alexandre Silveira 08/08/2017

Escrevivência
Conceição Evaristo já disse em várias entrevistas sobre sua experiência de vida e como escritora que o contar histórias faz parte de sua sobrevivência, pois deixa a realidade mais suportável. Isso é chamado por ela de "escrevivência", termo muito citado durante os eventos que é convidada a participar e que se encaixa muito bem na obra "Ponciá Vicêncio", seu primeiro romance.

O romance, de 2003, é confuso. Não por causa de uma linguagem densa e rebuscada, mas sim porque a narração se dá em diferentes instâncias de tempo. O narrador acompanha a trajetória de Ponciá Vicêncio, mulher negra e descendente de escravos que sai do interior em busca de melhores condições na cidade grande, uma cidade simbólica e nunca nomeada na narrativa. A protagonista, então, se lembra do passado, da infância e da juventude, dos pais e do irmão, do avô e de seu gosto por trabalhar com o barro e, através de tudo isso, busca recuperar aquilo que ela perdeu depois de sair do interior e se instalar na cidade: sua esperança. O narrador mostra para nós, através desse processo da protagonista de se lembrar do passado, os flashbacks de Ponciá, todos desconexos e sem seguir uma linha linear de sequência dos acontecimentos: ora acompanhamos sua infância, ora as dificuldades que a personagem enfrentara quando saiu do interior para a cidade, ora voltamos para a infância. Essa não linearidade da narrativa auxilia pro efeito de profundidade psicológica da protagonista, uma vez que a autora explora as diversas camadas de Ponciá Vicêncio conforme suas lembranças vão sendo contadas pelo narrador.

A linguagem simples, direta, também chamada de linguagem seca, mostra a perda de esperança e inocência da personagem, além de evidenciarmos a sua total resignação pela situação em que foi designada a ser, por ser mulher, por ser pobre, por ser negra. É interessante que pensar nessa linguagem seca em adjetivos me fez lembrar de outros escritores que também trabalham com essa questão das desigualdades e com personagens pobres, como é o caso de Vidas Secas e Contos Negreiros. A pobreza é na linguagem, mas a riqueza nos sentimentos dos personagens que compõem essas e outras narrativas é tocante.

Além disso, apesar da "secura" da escrita, isso não impede que Evaristo explore os personagens principais com profundidade, deixando expostas múltiplas facetas deles de um jeito muito sensível e impactante. Apesar de ter achado apelativas algumas cenas na história, como se a autora quisesse chocar demais o leitor, fazendo com que a condução emocionante da narrativa, que acho tão única, se perdesse um pouco, esse continua sendo um ótimo livro. Daqueles que se lê com algumas passagens reverberando na nossa cabeça por um bom tempo.

Quanto ao termo "escrevivência", podemos dizer que Ponciá Vicêncio, assim como sua autora, busca subverter-se nas histórias presenciadas por ela durante sua juventude e naquelas que apenas ouviu dizer por outros personagens. Ponciá, após sofrer tantas decepções e ter perdido completamente as esperanças de uma vida melhor para ela e sua família, só sabe fazer-se lembrando. Só sabe conhecer a si própria e sentir-se viva no passado de sua própria história. Escrevivência.

site: https://paomanteigaecafeblog.wordpress.com/
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Laíza 29/11/2017

Lindo, emocionante, bem escrito.
Não há muito o que falar de Ponciá, além de que o livro é uma obra-prima. Não é à toa que fora traduzido para tantas línguas e tenha feito com até Conceição Evaristo fosse uma autora reconhecida internacionalmente.
É uma história linda, daquelas que fazem chorar. A narrativa de Conceição Evaristo é primorosa, afastando completamente o romance da lista de livros piegas.
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Luiz 24/02/2018

Livro curtocmas denso que conta a história da menina Ponciá Vicêncio, neta de escravos.
A historia não é linear e o passado sempre aparece no presente, o que mostra que "a vida escrava continuava até os dias de hoje. Sim, ela era escrava também. Escrava de uka condição de vida que se repetia".
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Lais Porto (@umaleitoranegra) 16/11/2018

Ponciá Vivêncio - A escrita da memória
Não sei explicar, mas li Ponciá Vivencio em dois dias, não parava de ler, queria ler muito mais, queria conhecer cada personagem, talvez já conheça todos os personagens, talvez tenha ficado tão encantada porque era dito por palavras cuidadosamente escolhidas, ligadas em parágrafos, costurando a história que prende igual uma teia de aranha.

Ponciá Vivêncio, o nome mais repetido durante todo o livro, tudo parece girar ao redor desse nome - o marido de Ponciá Vivêncio, a mãe de Ponciá Vivêncio, o pai de Ponciá Vivêncio - o nome que ela não gosta, que ela pede para não ser chamada, que ela não reconhece como seu, como sendo da sua família, Ponciá sabe da origem deste nome, sabe da história que carrega este sobrenome, uma história de dor, servidão, loucura e resistência.

O sobrenome não é a única coisa que Ponciá carrega de forma indesejada, existe uma herança do seu avô que foi dada a ela, mas que ninguém comenta, pois todos têm medo. Ponciá se pergunta a todo momento sobre essa tal herança, como leitora, eu também ficava intrigada, só aos poucos fui reconhecendo o que era a herança e como ela se concretizaria na vida de Ponciá, e também na vida de toda a família.

Conceição Evaristo é uma escritora que engrandece a tradição oral, ou melhor dizendo a história oral, ela conta sobre como isso a construiu como escritora e apresenta isso nas suas histórias de forma grandiosa, contudo nesse livro ela destacou algo que pra mim foi novidade, o poder do observar e da memória. A memória que Ponciá guardava de seu avô, a partir das observações feitas no breve convívio que teve, além de também existir o elo que conecta os corpos negros.

Essa ligação entre corpos negros fica evidente quando é destacado o quanto a mãe de Ponciá perde de si quando os seus filhos vão embora, principalmente Ponciá, pois desde antes do nascimento ela sabia que Ponciá jamais seria sua, esta nasceu com destino pronto, mas a mãe de Ponciá sente e muito essa perca. A filha era a única que ficava com ela, o filho Luandi raramente estava presente em casa, assim como o pai, eles estavam sempre trabalhando na terra dos brancos, Ponciá ao ser a única ao seu lado aprendeu a manejar o barro e ficou até melhor que a mãe nessa arte.

Apesar destes elementos na história, Conceição Evaristo não exclui o poder e força da oralidade, ela traz a figura da Nêngua Kainda que é a materialização da sabedoria, a anciã a qual todos recorrem para auxiliar nas escolhas que precisam ser tomadas, esta ao avançar da idade passa a ver e saber muito mais, e assim todos os seus dizeres são sempre trazidos a memória dos personagens, cada um de sua forma.

Ponciá foge para a cidade, nesse ato ela desencadeia mudanças nas vidas tanto de seu irmão quanto de sua mãe, ao chegar na cidade Ponciá não consegue fugir do destino igual de todo retirante negro, torna-se empregada em casa de família, casa-se com um homem e espera, espera sempre sentada em um banquinho com o olhar vago ao rememorar lembranças. O seu irmão Luandi também vai para a cidade, já estando na cidade ele ganha nome na história, mas não apenas o nome, assim como sua irmã, ele era Luandi José Ponciá.

Eu sempre costumo reproduzir uma fala de Lélia Gonzalez “Negro tem que ter nome e sobrenome”, hoje a leitura dessa fala tem um significado e interpretação, no qual se faz necessário essa afirmação de quem nós somos como pessoa negra em diáspora, mas para Ponciá que está na transição dos tempos essa constante reafirmação do seu sobrenome tem outro tipo de leitura.

O que quero dizer é que a partir de Ponciá não teriam mais escravizados, não no significado literal da palavra, mas que os negros continuariam em trabalhos e vidas subalternas. A transição que me refiro e a do seu avô ter sido ex escravizado, de seu pai que apesar de nascido livre ter vivido como escravizado, e ela que nasceu livre, e não esteve na terra dos brancos trabalhando para servir.

Outro assunto de enorme importância é o fato de Luandi querer e ter se tornado um soldado, durante este processo a Nêngua Kainda foi essencial para a tomada de consciência pelo rapaz ao perceber que este não era o poder que o libertaria, apenas estaria servindo ainda mais a branquitude ajudando a manter em posição de inferioridade o seu próprio povo.

Posso resumir a experiência que tive nessa leitura como impactante, foi rápida demais, produziu reflexões e inquietações em pouco tempo de leitura, me fez agir rapidamente também, não foi a toa que fiz logo dois trechos de livro, eu recomendo que sua experiência possa também ser impactante, eu que já estava acostumada com a leitura de Conceição Evaristo me surpreendi e reafirmo que foi maravilhosa a leitura de cada linha de Ponciá.


site: https://leitoranegra.blogspot.com/
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