mari 21/08/2021
os severinos do brasil
Nessa obra trágica, João Cabral irá apresentar Severino: um entre tantos outros severinos que compartilham o mesmo destino. "E se somos Severinos/ iguais em tudo na vida,/morremos de morte igual, /mesma morte severina: /que é a morte de que se morre/de velhice antes dos trinta, /de emboscada antes dos vinte, /de fome um pouco por dia." Durante a narrativa vamos acompanhando o processo de migração de Severino rumo ao litoral de Recife, acompanhado constantemente pela miséria e pela morte.
Não entendi metade das metáforas usadas pelo autor e na maior parte do tempo estava me questionando: "Meu Deus, ele está falando o quê?". Não achei um livro de fácil compreensão; ele é fluído mas é estruturalmente complexo, o que torna a leitura meio complicada. Eu queria ter gostado mais dessa obra, principalmente por ser um tema atrativo para mim na literatura brasileira e por eu ser descendente de migrantes que encontraram no recôncavo baiano condições favoráveis para viver. De qualquer forma, é uma leitura válida e necessária, mesmo que não prazerosa. Quando estava finalizando a leitura, fiquei pensando nos tradutores que se desafiam a traduzir esse livro para alemão, francês, etc., não deve ser uma tarefa fácil.