foolsluna 18/04/2024
Morro dos Ventos Uivantes é daqueles livros que despertam emoções extremas - ou você o ama, ou o odeia (no meu caso, eu amei).
Aqui, você não encontra o típico romance romântico como os clássicos de Jane Austen. Emily Brontë criou uma obra-prima que mostra o lado sombrio do amor, deixando de lado os aspectos fantasiosos desse sentimento. O livro é repleto de paixão, amor, ódio, rancor, egoísmo e vingança.
A obra é narrada em dois períodos temporais: passado e presente, onde os personagens são habilmente desenvolvidos, refletindo comportamentos terríveis resultantes de suas criações.
A crueldade humana é explorada de forma intensa, até mesmo os animais retratados no livro exibem comportamentos cruéis, refletindo o ambiente violento em que vivem.
Na segunda geração, os descendentes carregam traços violentos, mas são muito mais diferentes da primeira, mostrando uma consciência de suas próprias falhas e uma dualidade entre a reflexão de sua forma de criação e a bondade.
O interessante é que Emily Brontë ambientou o livro sempre no inverno ou outono, com breves passagens de primavera/verão, o que reflete muito na personalidade de alguns personagens, sendo pessoas frias.
Tem uma fala no livro de Catherine que diz: ?Seja qual for a matéria de que nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais?. Catherine amava Heathcliff, mas tinha um comportamento problemático, violento e egoísta, assim como ele. Os dois realmente se completavam, mas, como disse no começo, nem de longe o amor deles é romântico.
Este livro é um clássico, ricamente detalhado, oferecendo também críticas sociais do século XIX, de maneira sutil e habilmente descrita. Pessoalmente, fiquei muito envolvido na trama e nunca senti tanto ódio por um personagem como senti por Heathcliff. Suas ações me deixavam com tanta raiva que cheguei a chorar de ódio dele.