Wania Cris 25/08/2022Ódio, vingança e muito frio.Li essa obra em 2004 e fiquei indignada por tanta gente a descrever como uma estória de amor. Eu não tinha conseguido captar qualquer traço de sentimento que não ódio. Achei que tinha lido errado, talvez.
Reli agora e quero pedir desculpas à Wânia de 2004. Ela estava certa.
A obra é primorosa e merece o status de clássico da literatura mundial, mas menina Emily era perturbada, Deus do céu, que cabecinha a dela pra pensar em tanta coisa atroz!!!
Heathcliff, Catherine, Hindley, Joseph, Edgar, Isabela, Nelly... Tudo macabro! Hareton e Cathy são os verdadeiros sobreviventes, porém Cathy chata demais.
Heathcliff era movido apenas pelo ódio e vingança e não há como ver amor em ato algum dele, assim como Catherine, egoísta e mimada, queria o melhor de tudo só pra si. Hindley, mega covarde ciumento. Edgar, um palerma. Isabela, uma iludida e tonta. Joseph, a figura do religioso que só vê pecado nos outros. Nelly provocou tanto mal quanto pode, porém transvestida de bondade.
Eu realmente não sei se tanta maldade pode ser mecanismo de defesa. Acredito que ela sempre esteve ali e só precisava de gatilhos para aflorar. Heathcliff era mau de nascença, o tempo só o aperfeiçoou.
A escrita da autora é retrato da época e tornou-se bastante arcaica. Fato amenizado pelas atuais traduções, como a de Guilherme da Silva Braga na edição digital disponível no Kindle Unlimited que ficou bastante acessível. Parabéns ao tradutor.
Ainda assim, recomendo bastante a leitura. É, no mínimo, um manual sobre as relações humanas e como não se envolver em relacionamentos tóxicos.