Insônia

Insônia Graciliano Ramos




Resenhas - Insônia


47 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4


Iago.Messias 11/01/2022

A psiquê atormentada
Muito poucos autores conseguiriam representar a angústia de maneira tão viceral e honesta. Você se sente incomodado lendo o livro, é justamente aí reside a sua potência. Cada conto se assemelha a uma palavra entalada na garganta, se forçando pra alcançar a liberdade e rasgando a traqueia no processo
comentários(0)comente



Renato375 26/12/2021

Genial!
O livro reúne os melhores contos desse gênio brasileiro. Todos são difíceis de suportar.

Graciliano escreve com uma simplicidade incrível, e a natureza das narrativas são vivas e reais. Nada é fácil na realidade de cada personagem e toda essa discussões são duras, além de impõr momentos de grande emoção e situações de divisão na vida das pessoas.


Encadernação: 5/5
Fonte: 5/5
Espaçamento: 5/5
Cor do papel: amarelado
Preço: R$ 22,35
comentários(0)comente



Alberto 26/12/2021

Cura a insônia, isso sim
Triste dar uma avaliação ruim a um livro do excelente Graciliano Ramos, que é grande autor, com obras que incluo entre minhas favoritas (Infância, por exemplo, para não mencionar o clássico Vidas Secas). Mas esses contos do Insônia não despertaram meu interesse em parte nenhuma. Textos repetitivos, chatos e sem poder de envolvimento. Falta aquela sensação de impacto e "que pena que acabou" que se espera de qualquer conto.
comentários(0)comente



Mariana Dal Chico 15/11/2021

“Insônia” de Graciliano Ramos, ganhou nova edição em 2021 pela Editora Record que me enviou um exemplar de cortesia.

Essa é meu primeiro contato com os contos do autor, de quem eu já me considerava fã pela leitura de alguns romances.

Sua escrita direta, árida. Me causaram um impacto certeiro, aquele que vai direto da boca do estômago para o canto da boca e me deixaram completamente atônita. Muitas vezes precisei recuperar o fôlego ao ler a última linha daquela história antes de começar a refletir sobre o que tinha lido, outras vezes voltei ao início para reler apenas para confirmar se era exatamente aquilo o que eu tinha entendido.

Tentei ler um conto antes de dormir, fiz isso com o primeiro, que dá título ao livro, “Insônia” e não recomendo. Vai por mim, é melhor estar completamente alerta ao abrir esse livro, a maioria das imagens que ele constrói não é legal para se ter na cabeça antes de pegar no sono.

A edição conta com 13 contos, um posfácio - escrito por Letícia Malard -, seguido de algumas páginas com a vida e obra de Graciliano Ramos. Textos extras que podem enriquecer a leitura e ajudar o leitor a compreender a obra com uma visão mais abrangente sobre a época e condições em que os contos foram escritos.

A abordagem psicológica e dicotomia permeiam todos os contos que têm a predominância do monólogo interior. Jogos de sombras, a linha tênue entre realidade e delírio e a sensação de não-pertencimento e deslocamento, é comum em vários escritos.

Meu maior destaque vai para a sequência “O relógio do hospital” + “Paulo”, com atmosferas angustiantes, sombrias e que questionam a todo momento o limite da sanidade e loucura.

Gostei demais da experiência e mal posso esperar para conhecer a escrita de não-ficção do autor!


site: https://www.instagram.com/p/CWUXmQSLuYC/
comentários(0)comente



Rafael.Artur 08/09/2021

?Um silêncio grande envolve o mundo. Contudo a voz que me aflige continua a mergulhar-me nos ouvidos, a apertar-me o pescoço. Estremeço. Como é possível semelhante coisa? Como é possível uma voz apertar o pescoço de alguém? Rio, tento libertar-me da loucura que me puxa para uma nova queda, explico a mim mesmo que o que me aperta o pescoço não é uma voz: é uma gravata. A voz diz apenas:??Sim ou não?? Hem? Que vou responder??
Contos intensos, alguns aparentemente inacabados, porém uma leitura acima da média!
comentários(0)comente



SamuellVilarr 04/09/2021

Insônia, Graciliano Ramos.
Reunião de contos de Graciliano Ramos, cujo primeiro dá título ao livro, "Insônia". A narração psicológica e o estilo contundente do autor apresenta seus textos de uma forma característica do mesmo, seus personagens e suas influências no Brasil de 30 e o contexto político, literário e individual do escritor também comentados no posfácio da edição se mostra como uma informação significativa, mas que não supera a qualidade esplendorosa e perspicaz do escritor de redigir sua narrativa. São contos excelentes, para mim, o estilo do autor que é uma das características que mais admiro em sua escrita e o que faz ser considerado por mim tão bom escritor e um dos meus prediletos, se entrelaça nos personagens e suas profundezas e circunstâncias psicológicas e que se manifestam em tão aprazível harmonia na forma com a qual se apreende o texto e se estabelece um embalo narrativo na história, na qual a colocação apropriada das palavras desvelam os abismos, sentimentos e características contidas e estruturadas nos personagens, os mesmos cujas descrições também apresentam e exprimem uma representação psicológica ou filosófica da condição humana. O livro é excelente, os contos são impressionantes, por mais que alguns sejam narrativas simples, o estilo e a perspicácia textual do escritor a transforma em uma manifestação diversificadamenfe contemplativa.
comentários(0)comente



Jan... 30/07/2021

E D.Aurora de repente se convertera.Pensando pouco, vendo inimigos em toda parte e desejando ardentemente eliminá-los, aderira ao Sigma com fervor e instransigencia.As notícias de prisões davam-lhe um sombrio contentamento.D.Aurora desejava uma nova humanidade, pensava nela com ternura, enquanto odiava furiosa adversários e neutros. Inadmissível qualquer neutralidade quando as forças do mal se desencadeavam, ameaçavam subverter noções de pedra e cal."

"As ideias morais de d.Aurora se alteravam profundamente. Eram bons os indivíduos que se achavam perto dela, eram maus os que passavam de largo. Se alguém despia a camisa verde, perdia numerosas virtudes, e o que a vestia, embora fosse um malandro, purificava-se. Fora do Sigma não havia salvação. Duas espécies de homens: amigos e inimigos."

" E d.Aurora arrefecera, murchara, receava que a concepção totalitária e outras fórmulas não bastassem para debelar o anarquismo, o comunismo, a democracia, iniquidades indecisas que ela atrapalhava"

"Se os trabalhadores conquistassem o poder , Zezinho e idiotas como ele morreriam de fome ou seriam fuzilados. Agarrara essa opinião num comício e estava certa de sempre ter pensado assim".

?Esses trechos fazem parte de um dos incríveis contos de Insônia de Graciliano Ramos . D. Aurora representa uma das fanáticas políticas que nos anos 30/40 aderia a partidos inspirados no fascismo/nazismo. Época de Vargas, que deu um golpe militar , também inspirado nos valores do fascismo/nazismo. Época de polarização política: fascistas/nazistas x comunistas/anarquistas. Enfim , hoje não temos nada novo. O Brasil é um "museu de grandes novidades", como diria Cazuza.

? Recomendo demais esse livro. Graciliano era um homem a frente de seu tempo. Aborda temas como machismo e racismo também. Temas ainda tão atuais.As personagens femininas são incríveis. Realmente me surpreendi. Ele tem uma visão muito empática e avançada para um homem dos anos 40. Um grande escritor brasileiro, que vale a pena conhecer.
comentários(0)comente



Vinicius.Alves 07/07/2021

Graciliano Ramos, gênio incompreendido
Loucura, delírio, alucinação, confusão.
O livro Insônia reúne 13 contos, cuja abordagem (as vezes, cansativa) é profundamente psicológica e psicoanalítica, passando desde as obsessivas inquietações da insônia, até situações ligeiramente cômicas.
Classifiquei como um livro de 3,5 estrelas, visto que alguns contos não pude compreender, talvez por ser incompreensível, talvez por eu ter divagado durante a leitura.
Em geral, é um bom livro, estranhamente genial. Recomendo, mas depende.
comentários(0)comente



Jacque Spotto 09/05/2021

INSÔNIA - Graciliano Ramos

Iniciei a leitura de Insônia sem saber nada sobre o livro, inclusive, descobri ser um livro de contos no
momento da leitura e o título do livro leva o nome do primeiro conto. Com o total de 14 histórias, que às vezes tem uma ligação com outras histórias do livro, todas as narrativas trazem uma dicotomia que
permeia por todas as narrativas, mesmo com situações diferentes os personagens sempre se veem em
um conflito por dois caminhos, situações e até mesmo personalidades.

Tenho consciência de que se deve separar a vida do escritor da obra, mas não há como não mencionar
o contexto histórico efervescente em que Graciliano se encontrava, antes mesmo da criação de suas
obras até suas publicações. E a influência explícita que ela transparece, inclusive no livro Insônia. Todos
os contos que compõem o livro foram publicados e escritos, em sua maioria, em datas diferentes em
revistas da época a partir de 1937. Somente em 1945 que esses contos foram integrados ao livro
intitulado "Insônia''.

Graciliano nasceu em 1892, em meio a um governo oligárquico, passou pela Revolução de 30, pela
Revolução Constitucionalista de 32 e a Ditadura do Estado Novo, presenciou essa transição política,
como descreveu Letícia Malard no posfácio desta edição. E neste contexto, surgem os contos que
sempre traz um personagem reflexivo em seu estado de ser, das ambivalências cotidianas e da própria
existência, o que leva a um paralelo ao que se vivia na época de Graciliano, a mudança da forma de
Governo e consequentemente as mudanças na forma de vida e de pensamentos de uma sociedade.

Já no primeiro conto, inicia-se com a pergunta: "Sim ou não?" aquela resposta que não terá um
meio-termo, não há algo variável, apenas uma escolha, um lado ou outro, mas Graciliano não te dá uma
resposta da dúvida que assombra o personagem, e sim, metáforas, pensamentos angustiados em que
ele não consegue dormir pois está sendo torturado pela voz interior em sua cabeça e pelos sinais que
metamorfoseia-se no tique-taque do relógio e nos mínimos sons noturnos que atormentam seu sono.

Assim como no primeiro conto, todos subsequentes, há dualidades, escolhas a serem feitas, e caso
seja, será a correta? No caso do conto "Dois dedos", o Dr. Silveira vai ao Gabinete de seu amigo de
infância, hoje Governador:

"Um deles estudara Direito, entrara em combinações, trepara, saíra
governador; o outro, mais curto, era médico de arrabalde, com diminuta clientela e sem automóvel". (p.
92 - Dois dedos)

A partir do momento em que o médico chega ao local de trabalho do amigo político, ele se vê intimidado
pela magnitude do local, em não conseguir chegar a um patamar igualitário, ao qual se gabava a
esposa de serem amigos íntimos, fazendo até o gesto de esfregar um dedo um no outro. E mesmo
assim, seus caminhos em torno de 20 anos tomaram rumos diferentes, duas vias desiguais.

Outro tema recorrente nos contos são as visões nebulosas e sombras, algo que está em um campo de
desfoque. Podemos remeter como uma metáfora ao que não se sabe ao certo o que virá ou o que se
pode confiar, geralmente antecede momentos de vulnerabilidade do personagem.

"O nevoeiro embranquece novamente a sala, as paredes somem-se, o rosto da mulher mexe-se numa
sombra leitosa" (p. 48 - Paulo)

"Tinha as mãos úmidas e as orelhas pegando fogo, a vista escurecia, um nevoeiro ocultava as figuras".
(p. 107 - A Testemunha)

Outra similaridade entre os personagens dos contos é que eles se sentem incomodados, tanto com as
pessoas à sua volta, ao local em que estão inseridos e que não se acham pertencentes ali, como
também por situações em que se encontram, por se sentir deslocados em uma sociedade ou grupo de
pessoas. Cada um se vê quase como um estrangeiro, o que me lembrou bastante do personagem
Meursault do livro "O Estrangeiro" de Camus, esse deslocamento do ser onde está inserido, um
sentimento de não-pertencimento.

Levando em conta toda a vida de Graciliano, todas as indas e vindas, mudanças de cidades, prisão por
ser considerado um subversivo comunista, morte de familiares pela peste bubônica e o envolvimento da
oposição ao Governo. Tudo isso transparece em sua obra, sua vivência enriquece sua literatura de uma
maneira única, trazer personagens com seus medos, angústias, dúvidas e arrependimentos, e ao
mesmo tempo esses personagens se empenham, em fazer parte, algo natural do ser humano, a busca
constante de pertencimento.
Como o próprio personagem do conto Insônia diz:

"Amanhã comportar-me-ei direito, amarrarei uma gravata ao pescoço, percorrerei as ruas como um
bicho doméstico, um cidadão comum, arrastado para aqui, para acolá, dizendo frases convenientes.
Feliz, completamente feliz". (p. 14 - Insônia)

https://alusotopia.wixsite.com/website/post/insônia-graciliano-ramos

https://instagram.com/a_lusotopia
comentários(0)comente



Esle 23/04/2021

Uma frustração boa
Um livro com 13 contos curtos, creio que por meu hábito de ler livros maiores não fiquei muito satisfeito com os contos, é provável que não tenham me provocado o que o autor desejava provocar com sua escrita, entretanto creio que levantar questionamentos sobre a vida e as formas de ver e viver o presente é o grande objetivo do livro.

Recomendo a leitura se você está buscando uma leitura que lhe faça pensar e repensar a vida, porém não é um bom livro para pessoas com insônia.
comentários(0)comente



Flávia 13/01/2021

Insônia é um livro que reúne 13 contos de Graciliano Ramos. O Graciliano contista (eu, particularmente, prefiro o romancista) mantém sua linguagem econômica, com pouquíssimos diálogos, dizendo apenas o necessário. As temáticas dos contos não são das mais otimistas, causando um desconforto no leitor (desconforto esse proposital). Para quem está iniciando a leitura de Graciliano, recomendo que comece pelos romances e só depois parta para este livro. Mas, para aqueles que já leram os romances, é muito interessante conhecer esse outro lado da prosa de Graciliano.
comentários(0)comente



Natália Ranhel 24/07/2015

tempo certo para ler
Li Vidas Secas quando estava na sétima série, na época meu pai foi a escola criticar a escolha da professora pois não era livro pra nossa idade, odiei o livro e peguei birra do autor. Hj, 14 anos depois dei outra chance ao autor e vi que realmente há obras que tem idade certa pra ser lida. Os contos são narrados do ponto de vista emocional, o primeiro, Insonia, conseguiu me tirar o sono. Graças a ele resolvi dar uma segunda chance a Vidas Secas.
André 12/08/2019minha estante
Que pai sacana! Quando estava na 6 série, minha professora pediu a leitura de Vidas Secas! Comecei a ler e não gostei.... Deixei de lado até hoje! Estou querendo vencer esse autor, que está na lista dos principais autores do Brasil. Acredito que Vidas Secas pode ser lido quando se é mais novo sim....


Natália Ranhel 13/08/2019minha estante
Haha sacana nada, meu pai era formado em Letras e sabia que naquela idade não tínhamos maturidade para ler os livros que a professora queria, foi questionar a metodogia e como aqui podia nos afastar da literatura - o que aconteceu de certa forma.
Talvez agora tenha mais maturidade pra ler.




Ben Hur 03/08/2013

Contos confusos.
O livro é composto por contos que eu achei um pouco confuso,mas como gosto da forma como Graciliano Ramos escreve achei muito bom.Porém preciso reler o livro para dizer com certeza o que achei.
comentários(0)comente



DIÓGENES ARAÚJO 04/05/2013

O título faz jus ao livro.
Não poderia haver um título melhor pra esse livro.
Insônia, pois é o causa no leitor que está lendo.
Muito ruim.
comentários(0)comente



@apilhadathay 29/10/2012

Deliciosamente inquietante
Insônia é um livro com 13 contos de Graciliano Ramos que traz, como personagem fiel e protagonista... a própria insônia! Esta vela a crise e as várias facetas do homem em situações distintas, dentro de um contexto psicológico e social, descortinando a vergonha do sistema e as fraquezas humanas. Basicamente.

"Sim ou não?
Esta pergunta surgiu-me de chofre no sono profundo e acordou-me.
Sim ou não?
Quem me está fazendo na sombra esta horrível pergunta?
Sim ou não?
Como entraram aqui estas palavras? Por onde entraram estas palavras?"

Existe um sopro de inquietude passeando aqui e ali, por cada conto, atingindo-nos como uma bofetada: o autor não quer fazer seu leitor se compadecer, simplesmente, mas alimentar em nós a consciência da realidade, de nossos pontos falhos e nossos momentos de covardia em determinadas situações... A eutanásia; os últimos momentos em uma sala de operações; uma criança que, de tanto ouvir que tinha parte com o Mau, acabou por desenvolver ações que condiziam com a fama; o que existe de belo e de trágico na infância, quando nos deixamos cativar.

Insônia retrata uma trama psicológica e começa por um questionamento simples... SIM OU NÃO? É como um thriller, criando expectativa em torno das perguntas que despertam o homem no meio da noite. Em um momento, Graciliano nos faz questionar as razões da insônia do próprio narrador. Tirou a vida de alguém ou a razão de esse alguém viver? Está apenas louco? Sente medo? Possui um trauma? Está apenas sonhando? Será uma saudade ou arrependimento? Uma preocupação ou apenas excesso de café na noite anterior? Disse palavras duras a alguém que não merecia ouvi-las? Foi injusto com alguém? Terá invadido um lugar e teme ser perseguido? Já foi segurança ou vigia, já se feriu ou quase morreu e não consegue mais ter paz à noite? Está escondido de uma ameaça? Está fugindo? Nenhuma das alternativas? A minha imaginação voou durante alguns contos, e até depois.

Entramos na experiência de alguém que tentou roubar com pouca experiência no assunto – a bem da verdade, despertei no meio da noite, depois de ler o segundo conto; a investida terminou como era de se esperar. O interessante é o conflito de princípios que se desenrolam na cabeça de um bandido dividido entre a necessidade e a possível punição divina. A experiência mental se torna mais forte com a passagem pelo hospital, onde o cidadão fica obcecado com o relógio e a passagem do tempo, e observa todo o resto com um pouco de tédio. Um dos meus contos favoritos.

Insônia, na verdade, torna-se uma metáfora para Abrir os Olhos - você não consegue dormir, então qual a alternativa, sentar no escuro e fumar até se unirem as pestanas, ou observar o mundo e os problemas em sua forma mais crua, sombria e verdadeira – como as sombras, que só se movem na calada da noite? Em dado momento, o autor mostra a sua pouca esperança na recuperação do sistema, mas não sem uma total reconstrução, uma reconfiguração social extrema, chegando a conclusões absurdas do ponto de vista humano.

"Seria bom que as cadeias se enchessem e abarrotassem, até não haver cá fora nenhuma semente ruim (....) D. Aurora achava natural o despovoamento do país. Antes isso que aceitar misturas perigosas e corrutoras. Apesar de muito corte e muito estrago, ainda sobrariam muitos elementos sãos, que se multiplicariam. D. Aurora desejava uma nova humanidade, pensava nela com ternura, enquanto odiava furiosa adversários e neutros."

Ele utiliza uma incrível abordagem psico-social, ao mostrar as várias faces que mostramos ao mundo e o constante uso que fazemos da mais prejudicial, algo que curiosamente me lembrou o professor Dumbledore quando diz que "os seres humanos têm o condão de escolher o que é pior para eles"; a frieza, a hipocrisia, a ética que surge nos momentos menos esperados; os extremos a que o amor nos leva; os nossos instintos mais primitivos.

Percebemos também o adorável regionalismo [não me canso das particularidades da nossa língua] no modo de falar dos personagens, e a preocupação do autor com a localidade, o ruralismo e as cnvenções: Graciliano brinca com a tendência humana a um comportamento embaraçoso quando nos deparamos com velhos conhecidos que se tornaram poderosos; também mostra a crueldade que existe no julgamento por aparências. Outro conto que me conquistou.

Honestamente? A nota três é só por causa do número de pausas que precisei fazer para consultar o dicionário e porque, em alguns momentos, a leitura fica lenta, é preciso fechar os olhos e pensar um pouco ao fim de cada conto [o que, no fim das contas, é algo bom]. É um livro que requer muita paciência, se você quer compreender o que o autor quis dizer... Mas vale a pena, no fim.
Dressa Lopes 06/01/2017minha estante
muto boa sua resenha, gostei,parabéns!


Flavia 08/09/2018minha estante
Amei a resenha! Parabéns!




47 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR