spoiler visualizararthur.1 28/03/2023
Tranquilo
Eu esperava bem menos desse conto, mas ele até que me surpreendeu.
aqui conhecemos a história do seminarista Damião — tenho a impressão de que Machado gosta de seminaristas, "alô, Bentinho!" — que fugiu do seminário porque a vida de padre não é pra ele. Ele se encontra com a Sinhá Rita, que é esposa do seu padrinho João Carneiro. O pai de Damião não iria aceitar que ele saísse do seminário nunca, então o menino vai atrás de seu padrinho para pedir ajuda. Sinhá Rita praticamente obriga o marido a ir falar com o pai de Damião para ele liberá-lo do fardo, para que ele possa seguir com a vida dele.
Mas o nome "o caso da vara" não tem nada a ver com o Damião, e sim com a Lucrécia, uma escrava da Sinhá. Ela faz uma tarefa errada e ainda atrasou a tarefa para poder entregá-la a sua "sinhá". Como forma de punição, a Sinhá pede a Damião a vara para que a escrava apanhasse, mas Damião hesita, afinal, a Lucrécia tem 11 anos mais ou menos e ela já está toda machucada do tanto que sofre na casa dos padrinhos. Mas, como o Damião é frouxo, ele entrega a vara a Sinhá Rita para que ela bata na escrava.
O conto é uma forma de ataque a escravidão e aos senhores de escravos, pois retrata uma situação explícita de violência contra uma menina. Ele chama a atenção principalmente para o que a escravidão traz e como os escravos tinham muito medo da vara ou de que qualquer outra arma empunhada contra eles. Mas, o Damião retrata o quanto a sociedade sabe que é errado e mesmo assim abaixa a cabeça e finge que não vê o que acontece.
Não devemos ser que nem o Damião, e sim lutarmos contra qualquer violência que existe.