spoiler visualizarpl 09/04/2018
1850, no Rio de Janeiro, Damião estava desesperado, pois não aguentava mais os seminários. Resolveu fugir e, na rua, não sabia para onde ir. Para a casa de seu pai não voltaria, pois era um homem rígido e que certamente o mandaria de volta para o seminário. Também duvidava que seu padrinho, João Carneiro, o ajudaria. Continuou andando até que teve a ideia de ir para a casa de Sinhá Rita, conhecida de seu padrinho. O menino foi recebido por Sinhá Rita com muita surpresa. A mulher, cercada de crias que ensinava a fazer renda, crivo e bordado, exigiu que ele se explicasse. O garoto esclareceu porque estava fugindo do seminário e suplicou sua ajuda. Lisonjeada com as palavras, a mulher o acolheu. Sinhá Rita mandou chamar João Carneiro, provocando protestos de Damião. Quando o padrinho chegou, foi logo informado da situação, e ficou surpreso com a atitude do garoto. A senhora exigiu de Carneiro que este se encontrasse com o pai do menino e resolvesse a situação o mais rápido possível. Toda Noite Sinhá Rita verificava se o trabalho das escravas estava pronto, senão estivesse teriam o seu castigo merecido, a vara, que foi o que aconteceu com Lucrécia. Damião ficou divido entre duas opções, ou entrega a vara à Sinhá Rita para dar o castigo a Lucrécia ou receberia ajuda para sair do seminário.
As sutilezas das relações interpessoais permeiam e dão o tom da estória. Como em todas as outras obras de Machado, o enredo do conto é simples; os pequenos detalhes é que são importantes e reveladores. Aliás, em toda sua obra, Machado faz emergir a natureza humana, o caráter de cada personagem, por meio de fatos cotidianos, aparentemente comezinhos. O autor é fiel à realidade, não fantasia, idealiza acerca dos lugares e pessoas da história. Machado é bem objetivo em seu conto, pois a história tem um foco principal, baseado na realidade, neste conto especificamente trata da questão da escravidão e da conduta moral de seus personagens.