Senses 10/08/2021
Um romance mediano, sem muito romance, mas ainda mediano.
Achei esse livro navegando por sites a muito tempo, e recentemente ele voltou a aparecer, e decidi ler finalmente, e fiquei animado para ler no começo pois me parecia que seria bom, e no final não foi de todo ruim, mas também nada incrível como achei que seria. O livro no geral tem alguns problemas, a estória não surpreende tanto, os personagens são bem rasos em sua maioria, enfim, é mediano.
Comecemos a análise com a estória, e ela começa bem, muito confusa, mas eu gostei do começo, apesar dos problemas. Ela de vez em quando me fez querer ler mais para saber o que aconteceria, as vezes me fez ler de menos pois estava um pouco chata, mas até as últimas 100 páginas estava boa sim.
Um ponto que achei ruim foi que o leitor é jogado no meio de tudo sem muita explicação, apenas começa a ler e já recebe várias informações que sim, dá para entender se você leu a sinopse, mas, mesmo assim, é algo que eu não gosto, parece corrido, parece que a autora não quis ou não sabia como fazer o início ser convincente, então fez tudo muito rápido para esquecermos logo e dar continuidade na trama.
Falando sobre poucas informações, só que boas, nesse começo temos também. Logo na primeira página recebemos um pouco do que veremos ao longo de toda a estória, mas com um ar meio que de mistério sobre o que é o que, e essa parte não é necessária para entendermos o que está ocorrendo naquele exato momento, é algo que será usado aos poucos mais para frente, então diferente do primeiro ponto, sobre o início ser corrido e sem muitas informações, aqui essa pouca informação, apenas mostrando algo sem explicar, funciona. Infelizmente com o passar das páginas esse tom de mistério vai sumindo, explicações são dadas a todo momento, de forma aberta, nada de fazer o leitor imaginar algo, não, vai lá e joga na cara, então acho que o “Sombria” do título do livro não aparece muito depois de umas 50 páginas.
Outros problemas são, por exemplo, o fato da protagonista aceitar muito rapidamente que está em outro mundo, bem diferente do dela. Praticamente não existe um pensamento ou dialogo sobre isso, elas apenas… aceita. Outro é que, em determinado momento, Harper precisa se passar por alguém que ela não é para ajudar Rhen, o príncipe, mas se você leu sabe que o papel que ela representou não faz o menor sentido, já que ela seria rapidamente desmascarada, então essa ideia não faz o menor sentido, mas está lá, funciona, de algum jeito. Eu sei, é fantasioso, mas não precisa ir tão longe.
Agora, sobre a escrita. Esse livro é básico nisso também, nada incrível, mas não chega a ser ruim, é apenas bom. Fica assim até mais ou menos as últimas 100 páginas, quando decai bastante. Parece que a autora ficou com preguiça, igual no começo, mas dessa vez as páginas escritas na pressa foram 100 em vez de 10. O final, que já não seria tão bom, admito, por como tudo acontece, as resoluções para os problemas e tudo mais, fica definitivamente pior pela forma que foi escrito, eu mesmo estava me esforçando para ler as últimas páginas.
Os diálogos e as ações descritas não são tao bem-feitos, as vezes não são nem naturais, é muitas vezes robótico, estranho. Isso acontece normalmente quando alguém fala com o príncipe ou algo do tipo, e tentam passar um ar de respeito ou algo assim, mas não funciona, realmente não sei como explicar isso, mas quem leu deve ter percebido.
Nesse tópico, o maior problema para mim é a descrição das ações, ou a falta delas. Por vários momentos as ações simplesmente não são descritas, por exemplo: tal personagem chega perto da mesa, conversa acontece, personagem se levanta. Aqui não houve em nenhum momento um indicativo de que o personagem se sentou, apenas no final da conversa ele se levanta e ficamos sem entender muito bem, as vezes até atrapalhando no entendimento de ações e acontecimentos, já que um personagem que sei lá, está deitado não pode fazer tal coisa, mas ele estava de pé sem que soubéssemos pois ele se levantou entre um paragrafo e outro sem o livro nos dizer isso. E isso acontece do começo ao fim, com coisas até maiores e mais importantes.
Uma coisa que admito, a autora conseguiu fazer, foi intercalar bem as duas visões que temos, de Harper e Rhen, sempre uma vindo após a outra, com raríssimas exceções.
Sobre os personagens principais, eu realmente não gostei da protagonista feminina, já que ela é meio idiota, fazendo coisas que todos dizem para ela não fazer. Parece uma criança mimada que quer por que quer fazer algo. O protagonista de verdade, e sinceramente o único protagonista, Rhen, é para mim que mais evoluiu desde o começo até o final, ele aparece bem mais em situações que realmente importam para o desenvolvimento de personagem, aprende mais com erros e se desenvolve melhor no todo do que Harper. O terceiro personagem, Grey, também não tem tanto desenvolvimento, talvez porque na continuação ele será mais importante então a autora decidiu guardar o que tem para ele para depois, mas aqui eu senti que ele estava lá só para ter um contraponto a Rhen em vários momentos, e o mínimo sentimento por parte do leitor de um triângulo amoroso, mas não, não funciona e não passa de forma convincente essa sensação. Vi várias pessoas dizendo que ele é o melhor personagem, mas, pelo menos, para mim, passa longe disso. E falando rapidamente sobre relações, não me convenceu a maioria das coisas aqui, muito rápido Harper e Rhen se envolvem em certas coisas e na mesma velocidade se afastam. Ou Harper começar a gostar de pessoas tão rapidamente.
Falando dos personagens menos recorrentes temos alguns secundários aqui e ali, não tão importantes para a trama, as vezes aparecem uma ou outra vez em algo importante e depois apenas ficam como postes plantados na estória, com o leitor sendo lembrado da existência deles vez ou outra. Certo personagem não tem coerência nas ações, em um paragrafo quer uma coisa, no outro faz algo totalmente diferente, e esses dois parágrafos são totalmente diferentes das descrições que temos dele anteriormente.
A vilã também só aparece para incomodar Rhen e fazer um dramazinho e dar um senso de urgência a cada vez que surge, mas é, ela mal aparece, não convence de que é má, as ações dela tentam passar a de alguém sádico, mortal, mas de novo, não convence.
Sombria e Solitária Maldição foi uma boa leitura até quase o final, nos dois primeiros dias li quase 100 páginas, começou bom, deu para passar o tempo, me diverti as vezes, mas por todos os problemas, 3 de 5 estrelas. Apenas não sei se lerei tão cedo a continuação, já que esse é meu terceiro livro mediano seguido, preciso de algo realmente bom para não desistir de ler de vez, mas admito que o final me deixou intrigado e com vontade de ler mais algum dia. Quando se acabarem todas as boas opções, quem sabe.