Os Detetives Selvagens

Os Detetives Selvagens Roberto Bolaño




Resenhas - Os Detetives Selvagens


43 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Yara 18/03/2024

Demorei muito pra iniciar Bolaño, agora é um caminho sem volta. Ele consegue prender o leitor de uma forma incrível com essas oscilações na narrativa.
comentários(0)comente



Clarissa 28/01/2024

É difícil definir as sensações causadas por esse livro. Definitivamente não é uma leitura fácil, nem fluida, mas quando eu entrava nela, não queria mais sair. Acredito que para quem tem mais conhecimento sobre poesia e literatura hispanoamericanas, a narrativa seja muito mais prazerosa. Como não é o meu caso, achei algumas partes bem cansativas e até desnecessárias (dentro das minhas obvias limitações), porém outras, especialmente na segunda parte, me fizeram imaginar que estava lendo relatos reais e acessar sentimentos e reflexões difíceis de traduzir em palavras. Enfim, é uma narrativa madura e complexa, com muitas camadas, e que exige muitas releituras pra se chegar pelo menos um pouco além da superfície da genialidade desse autor. Mas pra mim, embora tenha sido uma caminho difícil, valeu a viagem.
comentários(0)comente



Erica 03/09/2023

Na primeira parte, o diário de Madero discorre sobre seus problemas que não interessam a ninguém.
A segunda parte, parecem histórias desconectadas. Algumas até tem começo e fim.
Na terceira parte, a gente descobre o que é a segunda, mas a narrativa de Madero é tão desinteressante que nem dá vontade de terminar


Mapa de personagens importantes:

Juan García Madero, o protagonista

Na primeira parte:
María, Angélica, Jorgito, Quim

Na terceira parte:
Arturo Belano, Ulises Lima, Lupe
comentários(0)comente



Marcianeysa 18/08/2023

Esse livro me despertou sentimentos conflituosos. Ao mesmo tempo em que gostei muito da primeira parte, achei a segunda parte excessiva muito cansativa, com relatos completamente sem sentido. O final é bem interessante e a forma como foi montado o livro também é boa. Se tivesse 200 páginas a menos da segunda parte, seria perfeito.
comentários(0)comente



marcelo.batista.1428 19/06/2023

A sinopse desse livro indica que dois poetas (Ulises Lima e Arturo Belano) decidem investigar o que aconteceu com uma poeta mexicana (Cesarea Tinajero) considerada a fundadora do realvisceralismo, grupo poético que os dois fazem parte.
O livro tem três partes. Na primeira acompanhamos o diário de Garcia Madero, personagem que recém ingressou na universidade direito, mas decide não frequentar e sim, correr bares e cafés fazendo poesia. Com isso, temos um pouco da atmosfera da Cidade do México no ano de 1975 pelo olhar de personagens outsiders e/ou boêmios ou simpatizantes rs. Somos apresentados a vários personagens, mas muito pouco é dito sobre Cesárea, Ulisses ou Arturo.
Na segunda parte, temos depoimentos feitos, a não se sabe quem (geralmente), envolvendo vários personagens (novos ou que estavam presentes na primeira parte) que vivem em cidades, países e até mesmo continentes diferentes, sobre diversos assuntos, com várias estórias que as vezes se intercruzam (ou não), poucas vezes relacionadas a busca tema do livro. Em todos esses depoimentos, um pouco ou muito, ficamos sabendo de algo da vida de Arturo e/ou de Ulisses. Não de maneira cronológica ou organizada, mas como um quebra cabeça e com partes faltando
A terceira parte retoma o diário de Garcia Madero de onde foi parado, e aí, estamos dentro da trama apontada na sinopse, embora, mesmo aqui, o enredo do livro envolva muito mais do que o anunciado.
O livro tem a capacidade de mostrar vários personagens interessantes e que fiquei com vontade de saber mais, como se cada um merecesse o seu romance ou pelo menos um diário (inclusive Belano e Lima rs). Há muitos momentos divertidos, alguns beirando algo surreal, mas o livro é bem extenso e algumas vezes a leitura pode se tornar um pouco cansativa. É daqueles que encanta mais pela forma do que pelo conteúdo.
Não foi uma leitura que me fez um aficionado em Bolaños, mas com certeza, é um autor que teria curiosidade, em algum momento futuro, de conhecer outra obra.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Ana Sá 17/04/2023

Uma literatura latino-americana em fuga de si, em busca de si
A narrativa policial de Roberto Bolaño (que não é o Chaves!) é dividida em três partes: na primeira e na última acompanhamos o diário pessoal do jovem universitário Garcia Madero, um recém-agregado ao Real-Visceralismo, movimento literário marginal fundado por Ulises Lima e Arturo Belano; na segunda, as leitoras são convidadas a se tornarem elas as detetives do romance, visto que somos surpreendidas por diversos depoimentos sobre Lima e Belano, sendo grande parte deles fornecidos por personagens já apresentadas na primeira parte, mas também por personagens que protagonizam outras obras de Bolaño (aliás, essa "repetição" de personagens é um marco da escrita do autor e eu particularmente gosto muito disso!).

A referência sócio-temporal do livro é o México da década de 1970, sendo que os depoimentos/ as entrevistas da segunda parte se estendem até a década de 1990. O humor e a ironia dão o tom em grande parte do livro, e o restante fica por conta da metaliteratura: personagens-escritores, escritores-personagens, personagens-leitores... E aí está um dos elementos que faz Bolaño ser tão aclamado: no geral, a literatura não é reduzida a sinônimo de erudição ou elitismo; aqui, escritor e prostituta caminham (ou fogem?) lado a lado, por exemplo. A literatura referenciada em "Os Detetives Selvagens" é ora marginal ora caricata, mas sempre a literatura dos sebos, dos livros usados, dos livros roubados, e não das edições de luxo.

Eu diria que "Os Detetives Selvagens" é como que um palimpsesto de buscas literárias: Garcia Madero busca seu lugar num movimento literário que nem ele sabe ao certo se existe, e é por isso que ele procura incessantemente por Lima e Belano, enquanto estes buscam por indícios da misteriosa poeta mexicana Cesárea Tinajero. O grande enigma do romance é, afinal, o lugar que a literatura latino-americana ocupa nesse fluxo "visceral".

Pra não dizer que não falei das dores, eu confesso que considero algumas passagens do livro enfadonhas. Ainda assim, essa foi uma releitura! E a minha principal motivação é o meu apreço pelo estilo de escrita de Bolaño, mas sobretudo, neste caso, pelo final do romance. Eu adoro o desfecho de "Os Detetives Selvagens", e com essa frase eu encerro a resenha. Daqui pra frente, eu só teria spoiler pra entregar, e longe de mim facilitar a investigação de vocês! ;)

Obs.: se você ficou curiosa para conhecer esse escritor que é o queridinho de pessoas como Susan Sontag e Patti Smith, mas está sem tempo ou com preguiça de encarar tantas páginas, eu sugiro o livro (bem curtinho!!) "Amuleto". Ele não revela toda a genialidade do autor, mas nos aproxima do seu "tom" literário; é um bom cartão de visitas, na minha opinião. Já nos contos, eu acho que Bolaño deixa a desejar... Os poemas, por sua vez, têm algo de interessante, mas igual ao que acontece com a poesia de Borges: é preciso separar o joio do trigo! Sei lá, pra mim, Bolaño nasceu é pra ser romancista, e que romancista!
Jacy.Antunes 19/04/2023minha estante
Ótima resenha, Ana. É uma pena que seu último livro 2666 não seja tão bom quanto Os detetives selvagens.


Ana Sá 19/04/2023minha estante
Concordo, Jacy! 2666 tem passagens primorosas, mas não é difícil notar que se trata de uma obra póstuma; a gente percebe que há ali um projeto em aberto de Bolaño, né? Sempre bom saber sua opinião sobre as resenhas, adoro as nossas trocas! E agora que estou sem instagram, sinto falta de termos mais interações! Espero que esteja tudo bem por aí. :)


Velho, feio, pobre e burro 04/08/2023minha estante
Quis começar a ler Bolano pelo "Amuleto", e não deu certo. O começo é genial, tem imagens e personagens marcantes, mas depois parece que não sabe onde chegar. Fiquei com a impressão que o livro faz muito mais sentido para alguém mergulhado na cultura latino-americana.
Afastei-me de Bolano. Navegar é preciso, ler Bolano não é preciso.


Ana Sá 15/04/2024minha estante
Infelizmente o Skoob não me envia notificação de comentários em resenhas antigas, por isso demoro a ver... Queria só registrar que concordo: "ler Bolaño não é preciso!" hahahha




Anissima 14/01/2023

14 dias de real-visceral
Bolaño tem nesse livro a surpreendente narrativa de criar tantos personagens complexos e ao mesmo tempo reais e fundamentais. Termino hoje a leitura querendo saber mais de Ulises Lima e Arturo Belano, querendo ler poesia, querendo conhecer o deserto de Sonora, querendo tomar café com leite em algum lugarzinho mexicano..
comentários(0)comente



Kesio.Rodrigues 30/11/2022

Bolano eu te amo
Eu não seria capaz de explicar o que ocorreu em mim durante a leitura desse livro, mas eu posso dizer que nenhuma leitura que eu fiz até hoje foi tão prazerosa quanto essa. Entenda "Prazerosa" no sentido da mais pura felicidade. Agora que finalizei o livro eu só consigo pensar em uma resenha antiga que dizia simplesmente "OBRIGADA MEU DEUS."
É isso. Leiam esse livro e suas vidas com certeza ficarão um pouco mais feliz.
comentários(0)comente



RenanSantana1 21/09/2022

Uma leitura difícil!
Uma narrativa que exige paciência até pegar no tranco. Por um momento pensei em abandonar o livro, pausei a leitura por dois meses, até que decidi baixar a versão ebook para o Kindle. A partir daí a leitura deslanchou.
O livro é dividido em três partes. A primeira e terceira partes, que juntas ocupam 1/3 do livro, e que se complementam, são narradas em primeira pessoa por García Madero em seu diário. Permeada por muitos diálogos, a leitura flui bem.
A grande questão, em minha experiência de leitura, está na segunda parte, longa e a princípio bastante densa, até que se compreenda o que o autor quer dizer. O final da primeira parte nos deixa querendo saber o desfecho das ações descritas que, porém, só seram retomadas na última parte.
Não quero me prolongar nessa resenha. A leitura vale muito a pena! A segunda parte é um pouco confusa no início mas nada que a boa vontade de ler não resolva.
comentários(0)comente



julia 06/12/2021

Meu primeiro contato com Bolaño e não poderia gostar mais, adorei o formato totalmente inovador em que os detetives são os leitores e mesmo sendo um livro mais grosso e a segunda parte ser um compilado de histórias de várias perspectivas, a leitura consegue ser bem fluída. É um livro único e a escrita é muito linda e engraçada ao mesmo tempo.
comentários(0)comente



Luiz Miranda 13/10/2021

Virtuosismo Literário
624 páginas, demorei basicamente 2 meses pra terminar. Não é uma leitura fácil, seu caráter fragmentado, episódico, faz parecer maior que é. Mesmo com essas ressalvas é o melhor livro que li este ano. Um trabalho formidável de Bolaño, que definiu a obra como "uma carta de amor à minha geração", bingo!

É dividido em 3 partes, a primeira é a transcrição do diário de um jovem pretendente a poeta no México dos anos 70, Garcia Madeiro, e sua aproximação a um grupo chamado "real viceralistas" liderado por Arturo Belano (alter-ego do escritor) e Ulises Lima. O que no início parece banal e corriqueiro, logo cativa pelo desfile de personagens e suas particularidades.

A segunda parte, que corresponde a 80% do texto e leva o nome do livro, reproduz dezenas de depoimentos de dezenas de personagens. Os depoimentos parecem fazer parte de uma grande investigação sobre Belano e Lima, acontece que os depoentes acabam muitas vezes falando mais sobre si. Aqui, nessa enorme coletânea de declarações, Bolaño mostra seu talento excepcional. É simplesmente assombroso como ele encarna os mais diversos tipos sem nunca duvidarmos nem por um segundo deles. Um rigoroso exercício de virtuosismo literário.

Na terceira e última parte, retomamos o diário de Madero na sua fuga ao lado de Belano, Lima e Lupe. Um desfecho melancólico e também triunfal, já que deve ter sido um esforço colossal dar luz a um texto epistolar, "roman à clef", gigantesco como esse.

É uma pena que a bolanomania tenha rolado após a morte do escritor, ele MERECIA ter obtido mais sucesso em vida, de qualquer forma, antes tarde que nunca. Pegue coragem e leia.

4,5 estrelas
comentários(0)comente



43 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR