sentilivros 13/11/2010
resenha Penitenciária Central
O livro conta com 14 histórias baseadas em fatos reais, mas "adaptadas" pelo autor, da forma que melhor retratassem o que ele queria nos mostrar.
O que eu achei interessante no livro como um todo, é que o autor não julga os "criminosos", ele relata os fatos, apresenta alguns comentários que esclarecem determinadas situações e/ou até leis, sem ser "demagogo".
Logo no prólogo, a posição do autor fica clara :
"...Longe de querer absolver ou proteger criminoso, quer o autor apenas que sejam verificadas as doenças psicológicas, na maioria dos casos patogênicas, talvez congênitas ou hereditárias, que porventura lhes dominem..." pg. 9.
O que ele, acredito eu, tenta nos mostrar é que muitas vezes, pessoas com doenças psicológicas que deveriam ser tratadas como doentes e cuidadas como tal, são considerados criminosos comuns.
Existe no livro, histórias surpreendentes, mas as que me chamaram a maior atenção foram: A vida de Morais que, de certa forma, tem um final inesperado e a passagem que mais gostei é esta:
"...Tá louco? Cacau é outro vegetal, cara. Coma e será feliz. Lembre-se sempre: a vida não deve ser uma viagem para o túmulo com a intenção de chegar lá são e salvo, bem gordinho ou bem forte, atraente e preservado. O melhor é enfiar o pé na jaca..." pg. 15
Em O Diretor, acredito que a história retrata bem a "rotina" carcerária. E a "moral" da história serve em qualquer situação.
"...Qualquer que seja a pessoa, entregue a nosso cuidado e proteção, devemos fazer por ela alguma coisa e ter a convicção absoluta que faremos alguma coisa boa por ela, sem prejuízo para nós..." pg. 126.
Já a história mais comovente pra mim foi Pobre Leonardo, que se trata da vítima que se torna "carrasco", por uma série de questões que a história mostra e te deixa abismado.
Enfim, o livro é bom, não é recomendado para menores, tem uma linguagem, às vezes, pesada, além de tratar o tema do sexo de forma despudorada, porém nada degradante, apenas real.
site: http://sentimentonoslivros.blogspot.com.br/2010/11/penitenciaria-central-como-nasce-um.html