A outra volta do parafuso

A outra volta do parafuso Henry James




Resenhas - Outra Volta do Parafuso


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Palola 14/08/2010

Delírios Literários
Estou retomando meu velho ritmo de leitura, hoje terminei o "A outra volta do parafuso", de Harry James, devo confessar que nunca fui de ler esses "clássicos", por causa dessa lacuna, resolvi ler o maior número possível de títulos da coleção da Abril.
Estava toda animada, "O falecido Mattia Pascal" é um livro gostoso de se ler, uma história interessante, propõe um questionamento interno filosófico, o que fazer com a liberdade total? Como agir diante de uma nova que se apresenta repentinamente?
Em seguida, fui castigada, fiquei sabendo por uma pessoa especialista no assunto que essa tradução é ruim mesmo... mesmo assim me arrisquei e escolhi, como sempre um livro aleatoriamente, apenas por simpatizar com o título. A Outra Volta do Parafuso, nome estranho, mas sugestivo, pode ser qualquer coisa.
Descobri, finalmente que é uma história de fantasmas... eu gosto desse tipo de leitura... mas é tão minucioso, tão detalhista que não dá para se assustar, dá isso sim, para suspeitar de coisas piores.
Em poucas palavras, duas crianças ficam órfãs, seu tutor, um tio, solteirão e rico, acolhe as crianças em sua casa no campo, contrata um monte de criados e pede para não ser incomodado,
Ele contrata uma preceptora que não fica muito tempo no cargo, o menino vai para uma escola, mas na época das férias, com a volta do menino, precisa de uma nova responsável pela educação das crianças, ao chegar na casa ela percebe que as coisas não são assim tão simples, começa a ter visões estranhíssimas, as crianças tem um comportamento mais estranho ainda, sempre cordatas comportam-se como zumbis.
O livro foi escrito em um tempo em que a etiqueta era tudo, aquela questão do "Orgulho e Preconceito", ele olhou assim, ela suspirou assado, e todo mundo entendeu que ele havia pedido a mão em casamento e ela não poderia aceitar já que a classe social dele era maior que a dela, o vice-versa, nada foi dito, tudo foi entendido. Da mesma maneira que ao escrever Dom Casmurro, Machado de Assis, achou que estava claro que Capitu havia traído Bentinho, e assim foi entendido durante muitos anos, ai vem o século XX e põe tudo sob uma outra ótica, a psicanálise lança luzes novas e diz que Bentinho era doente da cabeça, tanto reviraram o caso que o Millôr deu uma interpretação completamente diversa, para ele, o terceiro na relação era a própria Capitu, o caso era entre o Bentinho e o Escobar, e ainda mostra, página por página onde há traços da relação dos dois!
Pois é, voltando às voltas dadas, são tantas voltas no tal do parafuso que a certo momento passei a acreditar numa história que não foi escrita totalmente, segundo minha interpretação pelo menos o menino foi molestado sexualmente, quando o abuso foi descoberto, o tio expulsou o empregado da casa e mandou o menino para a escola, no meio de outros meninos, ele começou a reproduzir os mesmos comportamentos com os colegas, por isso foi expulso da escola.
Como cheguei a essa conclusão?
O silêncio do menino e de sua irmã, além é claro da explicação dada à preceptora, ele foi só queria ser carinhoso com os colegas, por isso foi expulso!
Para mim, as visões que a preceptora viu eram apenas alucinações, o isolamento fez com que a moça ficasse histérica, a verdade dos fatos era forte demais para a filha de um humilde pároco do interior.
Provavelmente o menino também abusou da irmã, afinal ela tem uns delírios e fala coisas, que fazem com que a governanta leve a menina para longe dali, fica a preceptora que resolve tudo em dois minutos!
Ai como é dura a vida de uma pobre leitora como eu, às vezes é punida pelo excesso de palavras, às vezes é a falta que castiga, acho que estou precisando de tônico Xavier (isso é uma coisa muito antiga)!
Agora comecei o Brás Cubas, bem brasileiro, do Machadão que eu já estou acostumada, e é da tal da coleção!
Jeffer 16/05/2011minha estante
gostei, palola, das suas divagações. terminei o livro hj e se ñ fosse procurar outros comentários sobre ele teria uma impressão péssima do james e do livro. agora q vi q ñ estou sozinho nessa, vou baixar o(s) filme(s) adaptados da obra pra ver se o livro merece pelo menos 3 estrelas no skoob. abraços


Tati 09/11/2012minha estante
AH Palola... sua resenha tem spoiler! =(
Agora não terá mais graça pra eu ler...


Nikki S. 08/10/2014minha estante
Paola, qual a edição que você leu?


Ana Luiza Lanari 01/11/2016minha estante
Marca o spoiler aí!!!!


Patricia 22/10/2017minha estante
Cadê o aviso de spoiler ?




Pedro Nunes 06/08/2010

Precursor de Stephen King
A Outra Volta do Parafuso é um livro curioso, composto por alguns elementos narrativos que não se explicam, deixando o leitor, ao fim, com a obrigação de determinar, por conta e risco, o que ocorreu na história que ele acabou de ler. Desde questões maiores - a preceptora enlouqueceu ou as visões eram reais, se é que "real" tem algum significado numa história dessa natureza? - até dúvidas menores, que podem ser facilmente ignoradas - quem eram aquelas pessoas na reunião no começo do livro, e têm realmente peso e relevância a ponto de ocuparem o momento inicial da história?

Infelizmente não tive ainda contato com outras obras de Henry James, de modo a identificar se essa maneira sutil de conduzir e encerrar uma história - deixando ao leitor parte da responsabilidade em classificar os fatos narrados como reais ou imaginários, em determinar, por conta própria, se as impressões do narrador eram confiáveis ou equivocadas - faz parte de seu estilo ou se foi um feito particular a este livro.

Devido a essa natureza, o livro pode - aos olhos de algumas pessoas - perder boa parte de seu encanto. Existem leitores que não querem caminhar, discutir e repensar a narrativa: querem apenas que alguém os pegue pela mão e, de forma didática e determinista, aponte cada ranhura da história, cada detalhe, cada pormenor, dizendo o que é e onde se encaixa, deixando muito pouco para a imaginação. Esses certamente vão torcer o nariz para A Outra Volta do Parafuso.

Quem, entretanto, não se incomodar em, ao fim da história, se ver obrigado a definir, por conta própria, o que aconteceu no livro que acaba de ler, certamente aproveitará a história e considerará esse estilo subjetivo bastante divertido e desafiador.
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E. Dantas 30/07/2010

chataaaaaço!!!
Não dúvido que Henry James tenha seus méritos para se tornar clássico, mas esse livro é realmente irritante.
A estória não desenrola e ficamos atravancados na mente de uma narradora confusa e idiota. O lado bom da trama ( o terror, as aparições e fantasmas ) surge muito esporádicamente e em intervalos de 20 páginas que mais parecem 50.000...enfim...chataço.
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DIRCE 27/07/2010

Já bebi dessa fonte
Logo na primeira página do livro A Outra Volta do Parafuso de Henry James , me senti convidada a penetrar em uma história instigante e enigmática, e a sensação que tive foi: JÁ BEBI DESSA FONTE. Isto porque, quando crianças, eu, meu irmão e minhas primas, passávamos nossas férias nos sítio da minha avó e, tal qual, na primeira página do livro, sentávamos a beira de um fogão de lenha e púnhamos a ouvir histórias aterrorizantes e quando, já deitada, a luz do lampião, ou as folhas de uma árvore, formavam sombras nas paredes, eu ficava petrificada certa de que ali estava um fantasma e, é disso que o livro trata: de história de fantasmas.
Mas o livro A Outra Volta do Parafuso não contém uma história de fantasma qualquer, já que ela é muito bem conduzida, melhor dizendo, muito bem orquestrada por Henry James do início ao fim, o que se constitui em um grande diferencial. Por meio de um manuscrito de uma preceptora, é nos dado conhecer um episódio por ela vivenciado quando, ainda jovem, teve sob seus cuidados uma menina ( Flora) e um menino ( Miles) que seriam vítimas de almas penadas.
Penso que existe certa ambiquidade até no título: A Outra Volta do Parafuso – o título escolhido seria porque ele poderia( como as voltas de uma parafuso) permitir as mais diversas interpretações?
A minha foi a de que a preceptora foi levada a ver , criar fantasmas, não pelo medo ( como no meu caso), mas pela necessidade de afastar a menina Flora e Mrs Grose de Bly para poder ficar a sós com o menino Miles, por quem parecia nutrir um amor muito mais que filial ou fraternal, porém, como eu disse, essa foi a minha interpretação, cada leitor fará a sua.
Para os amantes do gênero, recomendo.
DIRCE 30/07/2010minha estante
Corrgindo o título: "Outra Volta do Parafuso" ( sem o artigo a)




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