A Cidade e as Serras

A Cidade e as Serras Eça de Queiroz




Resenhas - A Cidade e as Serras


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@camilas0a 24/01/2021

Tudo foi esperado...
O livro é interessante, cômico em alguns capítulos e não se pode esperar muito dele. Eça de Queiroz, infelizmente faleceu antes de analisar os últimos capítulos do livro. Talvez, se tivesse terminado, o final seria diferente, mas o livro é ótimo e cita vários outros autores, reis e pessoas famosas da época.
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Otavio Contente 05/12/2020

Quando o ser humano perdeu a conexão com a natureza?
Ao contrastar a cidade e o campo, o autor nos lança indiretamente alguns questionamento: vale tudo pela modernidade? Até que ponto não estamos reféns de um consumismo de massa, onde tudo é produzido e consumido em série? A riqueza das cidades grandes esconde o sofrimento e a pobreza de localidades menores?
A cidade e as serras pode ser para alguns um livro difícil, porém ficam as reflexões sobre o que é realmente necessário ao ser humano e se uma reaproximação com a natureza talvez nos transforme em seres melhores.
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Bel 20/11/2020

Cidade e as Serras
O romance é muito interessante e aborda assuntos importantes, questionando a dependência da modernidade. O estilo de vida do narrador completamente diferente do personagem principal, Jacinto, deixa a história ainda mais engraçada e viciante.
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z..... 13/10/2020

Edição Nova Cultural (2003)
Não foi obra empolgante em minha leitura, mas ainda assim, bem ou mal, despertou criticidade interessante, seja em aspectos óbvios para todos ou no subjetivismo de cada um.
Pensando no que expressar, lembrei de duas frases do livro que, em meu entendimento, também são capazes de defini-lo.
A primeira está no Capítulo I (página 11 da edição que li), onde se expressa a temática da obra, quando Zé Fernandes (o narrador) cita pensamento de seu amigo Jacinto (o protagonista):

"O homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado".

Entendi o romance como uma desconstrução a esse conceito de maneira pragmática, ao acompanharmos a vida de Jacinto, francês de origem portuguesa, vivendo em Paris cercado de luxo e oportunidades almejadas, desfrutando desse glamour e badalação sem contudo encontrar nisso razão existencial ou satisfatória à felicidade. Tem a seu favor o que se considera da mais alta civilidade, que na vida do protagonista tem correlação com a satisfação propiciada pelo materialismo, mas isso não o torna superiormente feliz e muito menos superiormente civilizado. Em termos práticos, nem a leitura de grandes clássicos literários e nem o glamour a seu dispor, ainda que se dedicasse nisso, produziram a tal verdade insofismável da frase.
Na real, pareceu-me que o desencontro com a felicidade não era por outra coisa que não fosse um problema com ele mesmo, vivendo o que lhe falavam que era ideal e não encontrando. O que ele vivia era conformismo, levado por teorias.
Resultado: Jacinto não sentia nada, era um infeliz, adoecendo nesse meio. Um Já(não)cinto.
É de razão existencial e busca de felicidade que o livro fala, ilustra...

A segunda frase está no Capítulo XVI (página 199 da edição que li) em que dois amigos de Jacinto, com humor citadino, falam das mudanças que ele tivera com os ares das serras. Entre os assuntos, a referência à esposa, Dona Joaninha, onde as colocações e fraseados pareceram-me interessantes. No subjetivismo vislumbrei ali também a representatividade do livro em minha leitura:

"Potável, mulher ainda muito potável... Não é todavia o meu gênero... Adocicada, leitosa, pomadada, neve à la vanille!... Ora, esse Jacinto!..."

Achei a colocação de humor sofisticado e criativo. A frase impactou-me nesse negócio de mulher potável, apomadada, neve à la vanille e desafiou-me em querer entender. Oras! Estão numa galhofa sobre a simplicidade dela, que era muito diferente do que existia em suas aspirações. Uma mulher sem o encanto pessoal, elã ou borogodó capaz de atraí-los. Simples... como um sorvete de baunilha (o tal neve à la vanille).
Simplicidade é evidente para todo leitor dessa obra. A história e estética tem disso, com alguns vendo virtudes no fato e outros certo enfado.
A virtude deixo para dissertações de quem conhece a Literatura Portuguesa. Digo apenas que vi relatos críticos enaltecendo o fato, a simplicidade textual, no direcionamento realista que se apresentava em percepções literárias por lá.
Essa simplicidade como leitura não curti (e refiro-me apenas a minha experiência pessoal).
O narrador é sem personalidade, narrando os fatos da forma mais burocrática possível, sem se aventurar em devaneios críticos, ironias, aquela coisa legal de reflexões contagiantes sobre o contexto, sobre as pessoas, sobre as situações... Cadê as digressões?... É um contador sem graça e minha leitura foi perdendo o prazer...
Os melhores textos, conforme esperava, estão no início e fim, onde o narrador é mais sedutor...
Com todo respeito, conheço apenas o Realismo de nossa Literatura Brasileira, onde o Machado de Assis deixa a gente mal acostumado...
Essa simplicidade potável, neve à lá vanille, não é meu gênero também... Que bom que transformou o citadino Já(não)cinto no feliz serrano Jacinto...

Leitura no contexto da quarentena em Macapá...
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Gabriela3319 14/09/2020

Em muitos momentos achei a história maçante, mas insisti na leitura por saber que faz parte do Realismo português e..... uau! Certamente foi um livro que me fez refletir sobre a civilização humana e nosso consumismo exagerado. Fico me questionando o que o Jacinto pensaria sobre nossa sociedade atual
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Gladston Mamede 15/08/2020

Fui feliz lendo. É a minha régua.
Não me importa que a história seja tolinha, forçada até, senão previsível: a apologia do bucólico contra o metropolitano, do tradicional e natural contra o tecnológico e moderno; de Portugal contra a França (melhor: do Douro contra Paris!).
Não me importa o estilo carregado do vernáculo, as palavras de uso raro, incomuns, a proliferação de adjetivos, as descrições exageradas.
Fui feliz lendo. Foi gostoso, inclusive e principalmente pelo português, ainda que exagerado. Essa é a minha régua. Gostei.
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Mayara 31/07/2020

A cidade e as serras
Tentei ler esse livro 3 vezes, e apenas na terceira vez deu certo, demorou um pouco para me prender e me interessar, mas ao longo da história foi ficando mais legal e me prendendo; tem certas partes engraçadas e no fim fiquei querendo ler mais coisas de Eça de Queiroz.
Thiago Rodrigues 10/11/2020minha estante
Leia O Primo Basílio é uma leitura maravilhosa!




Otávio 19/07/2020

Excelente escrita. Andamento, nem tanto...
Este foi o primeiro livro do autor Eça de Queiroz, de que li. A muitos anos, me disseram que esse escritor era exímio na descrição de coisas, situações, etc. E é verdade. Ao longo do texto, relata-se as "aventuras" de um sujeito, no âmbito do século XIX, altamente incorporado pela dita "Civilização", "Sociedade Avançada", "Tecnologias" e etc. de uma Paris, mas que, ao mesmo tempo, acaba caindo em verdadeira depressão, sem perceber, pois a sua vida era desprovida de sentido prático. Ao retornar a uma residência de família, em uma região serrana de Portugal, o personagem acaba descobrindo o sentido para sua vida e as belezas da Existência ali naquela região campestre.

Em resumo, trata-se de uma interessante história. Porém, negativamente, houve muitos rodeios. O livro engrena apenas no terço final.
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Gisinha 17/07/2020

Muito divertido
E como eu defino essa leitura. Ver as desventuras de um homem que insiste em viver cercado de futilidade e se vê diante da necessidade de uma mudança de ares (e, porque não, de perspectiva), e estimulante, além de trazer uma reflexão atemporal: o quanto a tecnologia é realmente necessária no meu cotidiano?
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AnaClaraGurgel 15/07/2020

Que coisa estranha ver um livro feliz do Eça! Enredo muito diferente dos demais, mas bem escrito, como de costume. Leitura agradável, interessante para discutir com os amigos que também apreciam o autor.
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Fran 11/07/2020

Até que ponto as inovações tecnológicas trazem felicidade?
Esta pergunta poderia facilmente ser eleita como tema de um debate sobre nossa sociedade contemporânea, em que os smartphones tornam-se extensões do corpo humano, a internet gera um fluxo de informações ininterrupto e até mesmo as relações interpessoais migram cada vez mais do meio físico para o virtual (sobretudo em tempos de pandemia).

Considerando a atualidade desta pergunta, é curioso perceber que ela também figura como tema de A Cidade e as Serras, obra publicada em 1901.

O livro narra a história do jovem Jacinto, um parisiense obcecado pelo progresso tecnológico, que vive segundo a ideia de que "o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado". Com o passar do tempo, no entanto, mesmo estando cercado por todas as grandes invenções da época (inclusive um maravilhoso teatrofone!), o jovem sente-se entediado e profundamente deprimido. Influenciado por um amigo, Jacinto decide, então, abandonar a cidade e partir rumo às serras portuguesas, na esperança de encontrar a felicidade junto à bucólica paisagem da casa de seus ancestrais.

Enquanto descreve as aventuras de Jacinto, Eça usa sua escrita irônica para falar, dentre outras coisas, sobre a solidão da vida nas metrópoles, as desigualdades e misérias que assolam tanto o meio urbano quanto o rural e a futilidade das relações baseadas em status e aparências. Não é incrível como tudo isso soa tão atual?

Não acho que seja o melhor livro do autor e senti falta da intensidade que experimentei lendo O Crime do Padre Amaro e O Primo Basílio. Foi preciso fazer um esforço para vencer os primeiros capítulos e, mesmo quando começou a fluir melhor, não houve grandes emoções. Mesmo assim, é uma leitura válida pelas reflexões que nos deixa e pela oportunidade de traçar tantos paralelos entre passado e presente.
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Ana Carolina 01/07/2020

Um clássico atual
Apesar da linguagem rebuscada e das muitas metáforas e figuras de linguagem, floreadas com certa poesia típica de Eça, o livro traz uma mensagem clara e, eu diria, até bem atual em sua descrição.
As críticas e as descrições da vida na cidade e da vida na serra, com todas as suas respectivas desigualdades, problemas e virtudes, nos faz pensar e meditar na vida que levamos.
Sejamos seres "civilizados" ou "serranos", devemos sempre abrir nossos olhos para outras possíveis realidades. Viver na 'mesmísse' apática, principalmente dentro da cidade, nos faz ignorantes de diversas maravilhas que existem. Jacinto, o grande "Príncipe" deste livro, aprende bem essa lição e nos mostra que a vida é muito mais do que aquele pequeno círculo social que frenquetamos.
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Letuza 28/04/2020

O sentido da simplicidade
Jacinto, um homem criado pelos avós em Paris, (na rua Campos Elísios, n 202) era o cúmulo da modernidade da época. Totalmente urbano, adepto de todas as tecnologias disponíveis, colecionador de obras literárias (tinha 30 mil livros), frequentador das altas rodas da sociedade e com uma agenda sempre lotada, era no fundo infeliz. Segundo seu sábio criado, Grilo, sofria de fartura.

Zé Fernandes, amigo de Jacinto, era moço criado entre a cidade e as serras. Estudou em Paris, morou na cidade, mas por necessidade dos parentes passou sete anos trabalhando na serra, em Guiães.

Ao voltar para Paris, Zé Fernandes se preocupa com o amigo Jacinto, positivista, mas entregue a apatia. Tudo para ele era ?uma grande maçada?. Festas, jantares, nobreza e uma fartura extrema não conseguiam preencher o vazio de sua alma.
Um episódio em Torres, propriedade serrana de Jacinto, muda tudo. Um deslizamento de terra arrasa as sepultaras dos seus antepassados de e ele é obrigado a ir até lá, com Zé e o fiel Grilo juntos. Jacinto despacha para Tormes toda a tecnologia e conforto para suportar o período longe da civilização. Durante a viagem a bagagem se perde.

Zé Fernandes precisa ir até Guiães e deixa o amigo sozinho em Tormes, acreditando que ele vá para Lisboa. Entretanto, algo muda em Jacinto e ele começa a se encantar pela simplicidade e paz da serra. Lá ele descobre um novo sentido para sua vida, se declara um socialista e melhora a vida do povo da região, organiza a casa e as terras da família, constrói novas sepultaras para os antepassados e se interessa pela natureza. Uma mudança radical.
Em Guiães, Jacinto conhece Joaninha, prima de Zé e com ela se casa. O casamento traz o tão importante equilíbrio. Ele investe na propriedade, trazendo um pouco da modernidade para a serra, mas mantém o estilo de vida simples e pacífico.
É uma leitura deliciosa, sobre as prioridades da vida, sobre amizade, simplicidade e paz. Um livro encantador de Eça de Queirós! Edição incrível da Martin Claret
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Guilherme Brasil 18/04/2020

Um dondoco em Portugal
Sobre a Edição:
Comprei na finada Sebo “Só Ler” de Novo Hamburgo a primeira edição do livro pelo selo “L&PM pocket”, impresso em 2005. É uma edição simples, capa flexível, sem orelhas, papel offset.
Sobre a leitura:
Ler “A cidade e as serras”, de Eça de Queiroz, foi uma experiência mista. Apesar das várias palavras e expressões utilizadas pelo autor que me causaram estranhamento (por se tratar de um autor do séc. XIX), a forma como ele conduz a narrativa, e os personagens e situações caricatas me fizeram ler com gosto as duzentas e tantas páginas.
O livro trata de forma simples o antagonismo entre a tradição serrana de Portugal, e o cotidiano moderno de Paris. Jacinto de Tormes, é o estereótipo do dandy inglês (um “dondoco” como eu e minha namorada concordamos em chamá-lo). O temperamento do dondoco é de um jovem rico angustiado. Entediado com a mesmice e a rotina fútil parisiense, Jacinto sorve um pingo de mudança, quando seu amigo Zé Fernandes passa a morar temporariamente com ele, depois de passar sete anos vivendo nas serras portuguesas. Zé vê seu amigo definhar no dia a dia em Paris. Entre compromissos sociais e comerciais, Jacinto já não sente prazer em nada, e nem as tecnologias mais inovadoras, ou os conhecimentos mais refinados podem arrancar-lhe mais que um suspiro de indiferença. A vida do dondoco sofre uma transformação quando, devido a circunstâncias inesperadas, se vê voltando para Tormes, em Portugal, acompanhado de seu fiel amigo.
Sem dúvidas o livro aborda o embate entre “vida bucólica” e “vida urbana” de forma previsível e simples, mas o desenrolar dos acontecimentos, e a mudança gradual do personagem Jacinto, são aspectos que me agradaram muito durante a leitura.
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