Jefferson Vianna 06/11/2020
De gênio e louco todo mundo tem um pouco...
Como bem disse Augusto Cury: “De gênio e louco todo mundo tem um pouco”. Com quantos doidos se faz uma cidadezinha? Este livro é sem dúvidas um dos maiores clássicos da nossa literatura. ”O Alienista”, novela escrita por Machado de Assis é uma obra curta, publicada em 1882, uma espécie de sátira e critica social. Neste livro, conhecemos Simão Bacamarte, um médico psiquiatra, que vendo a necessidade de tratar os loucos da cidade de Itajaí, decide construir a “Casa Verde”, um hospício/manicômio para internar aqueles que apresentam indícios de loucura. Ao longo da trama, Bacamarte, o Alienista, faz a internação de inúmeras pessoas, muitas delas são vistas como “normais” pela sociedade, o que desencadeia um protesto. “Afinal, o que é ser louco?” Boa parte da população de Itajaí passa então a questionar as atitudes do médico, ou seja, temem ser internadas por consequencia de suas teorias absurdas. Após cometer alguns enganos e avaliar algumas atitudes equivocadas, Bacamarte percebe que suas teorias parecem não se aplicar tão bem na prática, como na teoria e neste impasse entre a sanidade e a loucura, questiona-se, colocando em dúvida a sua própria sanidade. Afinal, o fato de ser diferente não quer dizer que se é louco. O cenário, as descrições e os personagens são emblemáticos e não é a toa que este livro está entre um dos mais aclamados da literatura brasileira. O final é simplesmente sensacional. Esta edição está maravilhosa e conta com algumas ilustrações inéditas de Candido Portinari. Leitura recomendada.