Carla.Parreira 22/02/2024
Viver, A Que Se Destina? (Mario Sergio Cortella e Leandro Karnal). Cortella e Karnal abordam em nove breves capítulos diferentes questões, tais como: a origem da vida; limites da liberdade; motivos por trás de atos extremos; influências em nossa trajetória; talento, vocação ou esforço; perspectivas sobre possibilidades e destinos; e reflexões sobre escolhas e circunstâncias além do nosso controle. Eles destacam a complexidade dos fatores que moldam nossa existência e a busca contínua por respostas em meio a incertezas. Os autores ressaltam que somos produtos de nossa história, mas essa história não define totalmente quem somos, gerando contradições e interpretações diversas. No primeiro capítulo, "Eu não pedi para nascer", eles exploram os múltiplos significados desse enunciado, desde a negação de responsabilidade até a reflexão sobre nossa liberdade e comprometimento com a realidade vigente.
No segundo capítulo, intitulado "Até que ponto somos livres?", Cortella e Karnal nos convidam a refletir sobre o conceito de liberdade. Questionam a extensão e as condições do nosso livre-arbítrio - em que medida estamos verdadeiramente livres para escolher, decidir e seguir nossos caminhos desejados. Exploram a ideia de que a existência está intrinsecamente ligada a lidar com desafios e obstáculos diariamente, em diversos contextos sociais, econômicos, geográficos e culturais. Os autores sugerem que a tragédia pode aumentar nossa liberdade, pois em momentos difíceis as escolhas se tornam menos previsíveis, desafiando-nos a lidar com o desconhecido.
No terceiro capítulo, intitulado "Por que algumas pessoas se matam?", Cortella e Karnal abordam as razões por trás do suicídio. Discutem que o sofrimento intenso, seja de natureza religiosa, política, emocional ou psicológica, pode levar algumas pessoas a optar por tirar suas próprias vidas. Enquanto algumas lutam diariamente pela sobrevivência e não têm tempo para contemplar essa opção, outras se veem imersas em preocupações mais urgentes, como a busca por comida. Os autores exemplificam essa realidade com o contexto do mendigo, destacando como a luta pela sobrevivência pode desviar o pensamento de pensamentos suicidas.
No quarto capítulo, "O que nos trouxe até aqui?", Cortella e Karnal exploram como nossa história social molda nossas escolhas e trajetórias. Analisam como atribuímos significados às nossas experiências, decisões e preocupações, influenciados pela historicidade de nossas práticas sociais. Os autores citam eventos marcantes na história para ilustrar como esses fatores históricos moldam nosso presente, enfatizando a complexidade e contradições inerentes à nossa trajetória.
O quinto capítulo, "Dom, vocação ou esforço?", aborda o desenvolvimento humano, talentos e habilidades como resultado de dom ou vocação. Os autores destacam que o sucesso requer esforço individual, dedicação e prática, além de ressaltarem a importância de imprimir nossa própria marca, responsabilidade e disciplina em nossas atividades, especialmente no âmbito profissional.
O sexto capítulo, "Nada é possível; tudo é possível", discute a dualidade entre o potencial infinito e as limitações que enfrentamos. Os autores exploram a ideia de que, embora não possamos ser tudo, somos capazes de nos tornar diversas coisas ao longo de nossa jornada. Destacam a importância de construirmos nossas trajetórias, lidando com escolhas e circunstâncias que fogem ao nosso controle, mas que nos moldam nas interações sociais e históricas. Refletir sobre o propósito da vida nos leva a considerar as diferentes direções que tomamos e redefinimos ao longo de nossa existência.
No sétimo capítulo, "Menos inspiração, mais transpiração: Há destino?", os autores abordam a ausência de certezas e determinismos nas escolhas que fazemos. Enfatizam a importância de estarmos preparados para as oportunidades que surgem, ressaltando a necessidade de nos esforçarmos e nos dedicarmos para alcançar nossos objetivos. O ser humano é instigado a pensar, planejar e replanejar suas rotas, buscando escapar do previsível e do convencional, e assim, vivenciar, aprender e se desenvolver.
No oitavo capítulo, intitulado "Somos quem escolhermos ser", os autores nos convidam a refletir sobre as escolhas que fazemos e as consequências que acarretam. Destacam que cada escolha, feita com inteligência, traz consigo desafios e aprendizados. As decisões que tomamos moldam nosso caminho e nos levam a deixar algo para trás enquanto abraçamos novas possibilidades. As escolhas, mesmo individuais, contribuem para a construção do nosso eu e das relações com o outro, em um constante diálogo que permeia a vida.
Por fim, no nono capítulo "Eu, por mim", os autores ressaltam a multiplicidade do destino, a complexidade das escolhas e a capacidade de interferirmos em nossas vidas sem controlar tudo. Destacam a importância de nos tornarmos seres mais aprimorados ao longo do tempo, aceitando as perdas e potencialidades que surgem em nosso caminho. A vida é composta por ciclos de recomeços e escolhas, em que nos situamos nas relações dialógicas com os outros, em uma jornada conjunta de aprendizado e evolução constante.