Iris Figueiredo 08/03/2010
Você com certeza já ouviu falar de Stephenie Meyer. Se você não ouviu, você não vive no mesmo planeta que eu. Talvez você seja uma alma, que estava hospedada em um ser do planeta dos golfinhos. Na verdade, eu não estou maluca... Isso que eu comecei a falar faz um pouco de sentido se você ler A Hospedeira, da mesma criadora da história de Edward & Bella.
Antes de mais nada, esqueça tudo que você leu em Crepúsculo: The Host é completamente diferente. Depois disso, esqueça tudo que você sabe sobre alienígenas. Nenhum episódio de Arquivo X, nem aquele filme que eu adoro, Sinais, te deixaram pronta para o que Meyer trouxe. Afinal, depois de mudar muito sobre vampiros, você não esperaria que ela mantesse muita coisa sobre os ET's.
Agora que você já esqueceu duas coisas, vamos esquecer mais algumas coisas. Se você espera um triângulo amoroso, em The Host nós temos. Mas não um triângulo amoroso normal, e sim um triângulo entre dois corpos. Agora pode fazer cara de quem não entende nada - eu também não entendi no início. Melanie Stryder se recusa a desaparecer. Nosso planeta foi dominado por um inimigo que não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a tal processo. Quando Melanie, um dos humanos "selvagens" que ainda restam, é capturada, ela tem certeza de que será seu fim. Peregrina, a "alma" invasora designada para o corpo de Melanie, foi alertada sobre os desafios de viver dentro de um ser humano: as emoções irresistíveis, o excesso de sensações, a persistência das lembranças e das memórias vívidas. Mas há uma dificuldade que Peregrina não esperava: a antiga ocupante de seu corpo se recusa a desistir da posse de sua mente. Peregrina investiga os pensamentos de Melanie com o objetivo de descobrir o paradeiro dos remanescentes da resistência humana. Entretanto, Melanie ocupa a mente de sua invasora com visões do homem que ama: Jared, que continua a viver escondido. Incapaz de se separar dos desejos de seu corpo, Peregrina começa a se sentir intensamente atraída por alguém a quem foi submetida por uma espécie de exposição forçada. Quando os acontecimentos fazem de Melanie e Peregrina improváveis aliadas, elas partem em uma busca incerta e perigosa do homem que ambas amam.
Não sei como demorei tanto para ler. Pode ser culpa da sinopse confusa ou do prólogo esquisito... Mas a partir do andamento da história, The Host se mostra surpreendente.
Quem narra a história é Peregrina (que eu vou chamar de Wanderer - Nômade - ou Wanda, que é o nome no livro em inglês), que está no corpo de Melanie. Mas Melanie, por não querer ir embora, acaba ocupando uma parte dela e se comunica com Melanie através dos pensamentos. Ela acaba mostrando, sem querer no início, e querendo depois, imagens sobre certas localizações para Wanda, e acaba mostrando seus sentimentos.
Mas quando chega a parte que elas encontram Jared - o amor de Melanie, que sente repugnância por Wanda por ter ocupado o corpo de Mel - o livro começa a pegar um ritmo excelente.
Wanda acaba se encontrando no meio dos humanos, coisa que não acontecia quando ela estava no meio das almas. O livro, no geral, fala sobre amor. Não só amor platônico, amor entre homem e mulher. Mas fala por amor à família, amigos, à espécie. É uma mensagem bonita, eu chorei diversas vezes e para mim é muito superior à Crepúsculo.
Quando comecei a ler não acreditei que era a mesma Stephenie que escrevia o livro. Apesar de gostar de Crepúsculo reconheço que o livro é muito inferior em qualidade literária comparado à muitos, mas A Hospedeira está num patamar superior a Twilight.
Para muitos, a dificuldade maior é passar do início. Caso sua leitura esteja empacando nessa parte - os acontecimentos são mais lentos e confusos, mas a medida que o livro passa, tudo se encaixa - eu recomendo que continuem a ler.
O final é excelente e inesperado. Meyer acertou na hora de mudar a imagem alienígena, e The Host tem um público mais adulto que Twilight, o que pode ser um fator para ele não ter alcançado a escala de sucesso do livro de estreia da autora.
Apesar de romance ser um foco principal, Jared e Edward são muito diferentes um do outro e Melanie e Wanda não tem nada a ver com Bella Swan. Melanie é muito determinada e forte, e Wanda apesar de ser um pouco boba em alguns momentos, é uma boa personagem também. E tem o Ian, outro que entra na história, que me lembra um pouco a personalidade do Jacob, mas é menos irritante que o Jake é em vários momentos. Eu fiquei totalmente apaixonada pelo Ian.
Para quem está aí sem nada para fazer e quer algo diferente do que tem no mercado - afinal, aliens não são o tema mais explorado - a minha dica é A Hospedeira.
O livro já teve seus direitos comprados e o roteiro já está sendo escrito. Com certeza vai ser sucesso de bilheteria.
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