MatheusPetris 14/05/2023
Em “Epílogo”, último poema do livro, Manuel atesta para a diferença entre seu livro e a obra de Schumann, apontando para uma antagonismo de sentimentos irrompidos e provocados pelas obras. À sua maneira, tanto Bandeira como Schumann organizam um baile de máscaras com personagens reais e fictícios.
A festa carnavalesca de Bandeira é embebida de um orgia artística. Vestindo mitologia grega, formas poéticas e musicais tradicionais da idade média, temas tradicionais, personagens da commedia dell’arte, filosofia, etc. Em suma, a tradição posta a prova, deglutida, se faz uma poesia autoconsciente, contestatória. Affonso Romano de Sant’anna resume bem, quando levanta uma relação entre o sagrado e o profano, afinal, ao trazer a temática religiosa subvertendo-a, para além das subversões formais comentadas, Manuel Bandeira profana a tudo e todos.
Com seu carnaval melancólico, Bandeira não participa do carnaval, mas debruçado na janela, o observa, nos proporcionando uma poesia carnal.