Dara 20/10/2020
Impressões
Dante Alighieri é considerado um grande escritor e poeta florentino/italiano.
O Inferno de Dante, como é costumeiro se referir a presente obra, faz parte da Tríade 'A divina Comédia', a qual levou 12 anos para ser concluída e desembocou na consagração de tal escritor na história da literatura.
O escrito, lançado em 1320, um século antes do que se acorda como início do período renascentista, já traz marcos inovadores inúmeros que romperam com a tradição de sua época. Tem-se, por exemplo, um narrador presente na história e a publicação em língua materna, não em latim, bem como a presença de figuras mais ou menos contemporâneas ao longo de texto.
Em síntese, trata-se de um texto que compreende a tradição épica pós-clássica organizado em 34 cantos e em um esquema rítmico de 3 linhas.
Bom, sendo realizada esta contextualização cabe agora as impressões.
Tive uma certa dificuldade em adaptar-me ao ritmo da leitura de seus versos e muitas vezes de acompanhar precisamente o que estava acontecendo na história. Apesar disso, me deixei levar e pude ir aos poucos caminhando com Dante e Virgílio nessa jornada de travessia pelo inferno.
O que achei mais interessante foi construir a ambiência da narrativa, imaginar os "andares", os compartimentos e seguir as descrições desde os sem batismo até o próprio Lúcifer. Além de poder refletir sobre cada 'danação' e sobre a humanidade dos tantos pecadores.
Conjecturo o quão envolvente deve ter sido realizar essa leitura na época de sua publicação, até por todo cunho político e pelas referências incontáveis a figuras que que para mim hoje são desconhecidas.
Não sei se continuarei a ler os outros livros da série agora, sinto que ainda preciso amadurecer-me enquanto leitora para tirar melhor proveito desta obra. Mas, de qualquer forma, é realmente impressionante tudo o que Dante constrói nesses XXXIV cantos.
(Ps.: "O livro da literatura" da editora globo serviu-me como referência para algumas das informações que aqui coloquei).