Faty Didier 12/11/2023
Bonito e tocante.
?Uma zebra leva suas listras para onde quer que vá. Uma pessoa jamais deixa,de fato, sua casa pra trás. São as listras da zebra. Ela vai seguir você como se fosse sua própria pele.
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Queria ser como a zebra, levar sua casa com ela, onde quer que fosse, nos próprios poros da pele.?
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Um livro bonito sobre a experiência da maternidade de três mulheres diferentes que vivem no Quênia e que acabam cruzando suas trajetórias no transcorrer de suas histórias. Mas não só. Um livro também sobre a descoberta da vida, sobre amadurecimentos, sobre solidão e sobre encontros. E sobre como a experiência familiar pode, para o bem e para o mal, nos marcar profundamente.
O sol mais quente é um livro que, para mim, começou lentamente a fazer sentido até me atingir por completo. Nos mostrando realidades tão diferentes da que estamos acostumados nos tira do nosso lugar de conforto para que possamos nos encontrar com o outro em suas culturas e modos de vida diversos.
Se o início se parece difícil, seu fim não é mais fácil, mas não pela qualidade ou desenvoltura de sua escrita, mas, sobretudo, pela densidade que cada personagem carrega. O que imaginei ser uma leitura tranquila de férias se transformou num mergulho interior, exercício incômodo mas também tocante. No fim, chorei.