Identidade

Identidade Nella Larsen
Nella Larsen




Resenhas - Identidade


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L.M. 10/01/2021

Raízes Negras
Identidade é um livro misterioso e cheio de questões deixadas em aberto. Cabe a nós compreender os significados das lacunas e construir a narrativa que nos faça sentido. Excelente ao abordar pertencimento e significância de raças, nos faz pensar sobre como a realidade dos anos 30 não mudaram tanto nesse aspecto. Leitura curta e rápida!
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Camillo2 29/03/2024

O desejo do negro de se encaixa no meio branco
A narrativa aborda a vivencia de duas velhas amigas negras, que viveram a infância inteira em uma região de negros, mas devido a ter uma pele "mais clara", ambas conseguem se passar por brancas, Irene tem orgulho de sua cor, e demonstra isso, já Clare escolheu abdicar isso, e começou a se passar por branca, enquanto se casou com um homem racista.
Quando eu soube que esse livro era do século XX, me chocou imensamente, a escrita da autora te faz pensar que isso se passa nos tempos atuais, com uma abordagem fluida que te prende cada vez mais, realmente é uma temática necessária a ser discutida, justamente por até hoje existirem debates sobre a clareza da pele de uma pessoa negra, recomendo super essa obra.
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Marina.Dorisse 09/01/2021

Que obra!
Nella Larsen, em um livro curto, intenso e repleto de indagações, levanta, entre outros questionamentos, mas principalmente, a desconstrução de estereótipos da mulher negra, que muitas vezes sofre com os conflitos entre sua individualidade e o coletivo.
As reflexões nos surgem ao longo do livro, sem deixar de ser uma trama envolvente, profunda e surpreendente.
A leitura torna-se ainda mais gratificante por tratar-se de uma obra publicada originalmente em 1929 pela autora. Como Ryane Leão disse, realmente mulheres negras estão sempre à frente de seu tempo.
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Suemi.Oliveira 06/01/2021

Identidade - Nella Larsen
“Identidade”, livro publicado em 1929 e obra de importante contribuição para o movimento cultural “Renascimento do Harlem”, aborda o a temática do colorismo, ao apresentar a história de duas mulheres negras que se conheceram ainda na infância e, após anos sem contato, tornam a se encontrar quando ambas já se tornaram adultas.

O termo colorismo surgiu na década de 80 e é “utilizado para diferenciar várias tonalidades da pele negra, do tom mais claro ao tom mais escuro. Essas tonalidades da pele negra também permitem a inclusão ou a exclusão na sociedade (...), como se isso tornasse o indivíduo menos negro, mais semelhante ao branco”.*

E o foco do romance é a maneira como as protagonistas, de personalidades tão distintas, lidam com sua negritude e como isso interfere em suas respectivas vidas, e por essa razão, o título em português não poderia ser mais apropriado.

A narradora, Irene Redfield, se reconhece e se identifica enquanto mulher negra, aceita suas origens e demonstra indignação quanto ao negacionismo da amiga, Clare Kendry, que optou por se passar por branca, visando ser aceita pela sociedade norteamericana racista e classista do século 20 e, sobretudo por seu marido, um homem branco e supremacista, perante o qual se torna cada vez mais desafiador sustentar a farsa.

Não há eventos extravagantes na história. Irene segue sua rotina familiar, à qual Clare acaba se inserindo, e são justamente as ocupações costumeiras da amiga, seu núcleo de amigos e sua forma de pensar que gradativamente revelam a Clare as consequências do processo de embranquecimento, fazendo com que a personagem seja obrigada e encarar sua negritude.

É difícil escrever sobre Identidade, primeiro porque as personagens são posicionadas dentro de situações cotidianas nas quais práticas racistas são demonstradas quase que com naturalidade, fato que mais me assustou durante a leitura. A segregação não ocorre somente entre “brancos VS. pretos”, mas também entre indivíduos negros conforme os tons de pele, o que acaba por nortear boa parte das decisões, como acontece com Irene e Clare. O desenvolvimento da narrativa é interessante e bem escrito, mas eu senti falta de maior aprofundamento das relações familiares das protagonistas. Sendo uma leitora que nunca sofreu racismo, eu diria que essa leitura pode – deve – ser, no mínimo, desconfortável e reflexiva para fazer sentido. É incrível o poder dessas 160 páginas.

* Trecho extraído do artigo "você sabe o que é colorismo?", disponível no site politize.com.br.
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SanderleyAlves 31/12/2020

O último do ano!
Encerrada a última leitura do ano, foram 52 livros, 52 histórias de aventura, terror, romance e reflexão. Reflexão, pode ser isso que Identidade nos trás, confesso que demorei a engatar um pouquinho no começo, mas o final é profundo e chocante. É necessário e crucial.
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SoLuu 03/12/2020

Gente, que perfeição é essa?? Eu tô MTA chocada com esse livro, com a história, com o desenvolvimento dos personagens, com o final!! Nossa eu simplesmente nem sei oq falar direito
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Alicia Gither 01/12/2020

Clássicos importante
Clássico da literatura americana, Identidade, da Nella Larsen, traz em sua narrativa a história de duas mulheres, Irene e Clare, afro-americanas, miscigenadas e que após terem seus destinos traçados de formas diferentes, se reencontram e, a partir disso, passam a mudar a forma como se enxergam e enxergam uma a outra. Um livro que atravessa raça, classe e cultura, bem como apresenta as noções de branquitude e negritude e suas representações.

Irene é casada com um marido negro, médico, tem dois filhos e mora no Harlem. Sua vida nos é apresentada como uma vida invejável e muito bem estruturada. No entanto, ao reencontrar sua amiga de infância, Clare, ambas começam um processo de conflitos e questionamentos os quais levam a personagem a ficar de cara com a revoltante questão do racismo.

Isso porque Clare chega na vida de Irene e com ela uma concepção distorcida de quem se é. A questão é que, para tentar driblar o racismo e a segregação existente, Clare se passa por branca, sendo casada com um homem branco que performa a verdadeira branquitude racista e supremacista e o qual não sabe das origens da esposa.

Sendo assim, vamos acompanhando a mudança e os questionamentos crescidos em ambas as mulheres; por um lado, Irene - que tem orgulho de sua cor e se reconhece como negra - começa a se passar por branca por conveniência, e por outro, Clare - que, por razões as quais não são nos apresentadas, decide se passar por branca, mas começa a sentir a necessidade de se aproximar da sua negritude e da comunidade a que pertence.

Pessoalmente, achei que não é um livro que aprofunda sobre o assunto que se propõe a falar. No entanto, a autora demonstra querer apresentar sobre as subjetividades das mulheres negras, sem endeusamento, fazendo crescer uma ideia que passeia entre a individualidade e a coletividade. Além disso, as obras de Larsen, especialmente essa, foram importantes para a época por apresentar uma narrativa revolucionária para o seu tempo.
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Mirella | @readingmirella 29/11/2020

esse final, jesus, ainda to refletindo;
entrei nesse livro sem saber de nada e fui pega de surpresa por uma história que me fez refletir TANTO, principalmente esse final, eu nem tenho palavras para descrever ele. uma das leituras que mais me enriqueceram esse ano! (e achei totalmente trágico e cômico como as pessoas tinham a ideia de que o brasil como um país com muita miscigenação não existia racismo)
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Reichertrar 26/11/2020

Passabilidade
Apesar de ser apropriado o título Identidade, gosto muito mais do original: Passing. Uma tradução livre seria "se passar por", mas tomarei a liberdade de usar o termo passabilidade, que é a capacidade de uma pessoa ser considerada membro de um grupo ou categoria identitária diferente da sua, que pode incluir identidade racial, etnia, casta, classe social, orientação sexual, gênero, religião, idade, etc... Passabilidade é o cerne da questão desse romance com pitadas autobiográficas onde duas personagens com ascendência negra e pele clara se veem em lados opostos de suas raízes, onde uma esconde, a outra celebra. Pra se compreender realmente a obra é necessário uma pesquisa sobre sua autora para entender que essas duas personagens carregam os questionamentos e vivências que Nella carregou a vida inteira, sendo filha mestiça, nunca foi totalmente aceita na comunidade negra nem na branca. É curiosa também a imagem que o Brasil trazia na mente da autora em 1920, demonstrado no livro pela vontade do marido médico de sair dos EUA racista e criar os filhos no Brasil paradisíaco, onde os negros não eram linchados em vias públicas. Realmentente, nosso país é um país racista, mas não aos moldes estadunidenses, onde o sonho americano não era negro. Estou divagando demais. O livro é intrigante, uma ótima porta de entrada para escritoras negras e para entender o racismo dentro e fora de nós. Nota 4/5.
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O resenheiro 23/11/2020

Duas amigas, duas mulheres, negras de caminhos distintos
Como presente e incentivo ao dia da consciência negra, a Harper Collins Brasil ofereceu este e-book gratuitamente, consegui aproveitar não só esta promoção como a sua leitura.

Duas mulheres amigas de infância que tomaram caminhos diferentes se encontram, reencontram e terminam em um final inesperado...

Negras de pele clara as duas, mas uma, Clare Kendry, resolve esconder sua identidade e seguir a vida como sendo branca, sendo que nem seu marido branco e racista ao extremo tem a menor suspeita dessa sua atitude. A outra, Irene Redfield, ao contrário, assume sua raça com orgulho e vive muito bem entre os seus, tendo como marido um médico negro e dois pequenos filhos, Ted e Junior.

Aparentemente uma história apenas interessante, mas somente lendo dá para se ter uma ideia de como a autora, Nella Larsen, que viveu nas mesmas cidades onde se desenvolve a história, Chicago e Nova Iorque do começo do século XX, consegue enriquecer este drama permeado por diversos conflitos que existiam e ainda existem entre classes, gênero e raça através dos pensamentos e situações de cada um dos personagens.

Vale uma leitura e reflexão!
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sam | @msamlima 22/11/2020

A escrita de Nella Larsen é instigante e fluída, a rapidez com que se devora a obra é incrível, mas a história pedia mais.
Retratando a América do Norte do século 1920 e uma série de complexidades, em poucas páginas a autora fala sobre raça, classe, subjetividade, mitos raciais e culturais, família, companheirismo etc. O enredo é bem construído, mas tudo se passa em pinceladas muito rápidas. Lembra um conto.
Acredito que a reflexão principal que a obra deixa, como Ryane Leão afirma no posfácio, é que "a ancestralidade sempre nos cruza, hora ou outra" e como encaramos isso direciona nossas trajetórias.
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nmstoppa 18/11/2020

A questão de raça é algo que é muito tratado no livro, e foi um dos fatores que mais me deixou interessada para ler e que mais gostei... Há umas excelentes discussões que podem ser feitas, e espero fazer no Simplifique Alternativo em breve

Mas menina, vemk, que final foi aquele!!!!!!!
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Rê Lima 06/11/2020

É um daqueles livros que você vai lendo, vai lendo, vai lendo e pá, acabou. Eu esperava mais do final, mas o livro é muito bom de qualquer forma.
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jAlia372 31/10/2020

li a versão em inglês porque ainda não tinha sido lançado aqui no br. mas acho que conta, né?
foi segundo livro que li pra minha graduação que aborda a questão racial. fui extremamente tocada e incomodada com a narrativa desse livro. uma situação que não se aplica muito no contexto brasileiro, mas que de qualquer forma nos faz refletir sobre a importância da identidade racial, tanto nas relações inter quanto intrapessoais, o que a gente considera (ou desconsidera) na construção dessa identidade e sobre como os espaços que ocupamos no mundo moldam totalmente a forma que nos enxergamos e somos enxergados pelo outro.
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Camila Gimenez 28/10/2020

Identidade - Nella Larsen
Numa viagem à Chicago de sua infância, Irene Redfield se reencontra com uma amiga que não via há mais de uma década, Clare. Além de terem crescido no mesmo bairro, ambas compartilham uma miscigenação que as permite se passarem por brancas. Adultas, Clare está casada com um homem racista que não tem ideia de suas raízes negras e aparentemente não vê nenhum problema em se apresentar como uma mulher branca. Irene, por outro lado, busca enaltecer suas origens e a cultura afro-americana em todos os eventos que organiza em Nova York. Em um misto de hostilidade e afeto, um relacionamento entre as duas surge, mexendo com elas de uma forma que mudará como se enxergam e como enxergam o mundo.

Nella Larsen nasceu em 1891 em Chicago, filha de uma imigrante dinamarquesa e um imigrante caribenho. Sua miscigenação deu a ela a possibilidade de se passar por mulher branca e de fato, toda sua infância foi frequentando escolas em comunidades só de brancos, até a adolescência quando se muda para Nashville. Isso traz contornos autobiográficos em suas obras. Foi um dos principais nomes do Renascimento do Harlem, um movimento cultural da década de 20 que incluía diversos tipos de expressão artística afro-americana, mas principalmente a literatura negra.

Neste romance, conhecemos Irene Redfield, nossa narradora. Aqui ela trata sobre seu relacionamento com Clare Kendry, uma colega de infância que cresceu no mesmo bairro negro que ela, em Chicago. As duas nunca foram muito próximas, mas a família de Irene tinha um carinho especial por Clare. Clare era órfã de mãe e tinha um pai alcoólatra que também morreu durante sua adolescência. Clare então foi adotada por duas tias distantes, senhoras brancas, cristãs e distintas que a levaram embora. Apesar de ainda tentar manter contato com seu local de nascimento, aos poucos as visitas de Clare se tornam mais raras até a perda total de contato.

Irene se casou, mudou-se para Nova York e teve dois filhos. Leva uma vida boa, seu marido é médico e sua rotina é tomar conta da casa e dos filhos, além das inúmeras festas, bailes e socializações na sua comunidade, apoiando e exaltando sua raça e origens. Numa viagem à Chicago, por um acaso reencontra Clare Kendry. O reencontro é um pouco agridoce, pois Irene tem certas ressalvas de Clare, uma vez que após seu sumiço, os boatos não foram dos mais gentis. De fato, Clare se casou e constituiu família, mas a base de uma mentira, pois Clare se passa por branca e por isso cortou os laços com todos da infância. Seu marido, John Bellew, é um homem branco extremamente racista.

Nesse encontro em Chicago, Clare convida Irene para tomar chá em sua casa, e sem saber que Irene era uma mulher negra (assim como sua esposa), John Bellew transborda de atitudes racistas que mortificam Irene, fazendo com que ela decida encerrar o contato com Clare de uma vez por todas.

Alguns anos depois, Irene recebe uma carta de Clare, em Nova York. Nessa carta, Clare conta como o encontro em Chicago trouxe à tona sua solidão, como deseja reencontrar os seus, voltar a fazer parte dessa comunidade. Irene tenta se manter afastada, mas Clare dá um jeito de entrar em sua vida, conquistando seus filhos, empregados e marido. Mesmo Irene não querendo proximidade e detestando como Clare se infiltrou em sua casa, o carisma de Clare faz com que todo seu controle caía por terra.

Controle que é a marca de Irene. Irene tem uma personalidade meticulosa. Planeja tudo para todos. Seu marido tinha o sonho de ir para o Brasil, mas Irene podou esse desejo e construiu uma vida para ambos em Nova York exatamente da forma como queria. Mas seu marido sempre teve aquela inquietação, aquela insatisfação, e isso atormenta Irene pois indica algo que ela não pode exatamente controlar.

“Ela só queria que ele fosse feliz, ainda que ficasse ressentida pela incapacidade de Brian de ser feliz com as coisas como elas eram, sem jamais reconhecer que, embora o quisesse feliz, Irene desejava que isso ocorresse apenas ao modo dela e por algum plano que ela tivesse para ele.” (pág. 80)

Isso pode ser um dos motivos pelo qual Irene sente tanta aversão por Clare. Clare somente responde à ela mesma, desde criança. Irene não pode controlar Clare, nem o que ela vai fazer. Se fingir de branca com um marido racista é um jogo perigoso que pode trazer consequências que Irene não teria como prever, consequências que afetariam sua rotina tranquila. Mas Irene também se contradiz. Existe uma atração em Clare que Irene não consegue sobrepor. Existem pessoas em seu ciclo que podem e são racistas também. Irene pode fingir que é branca por conveniência também. E isso é bom, pois Nella Larsen cria mulheres reais, não heroínas.

Irene abraça sua negritude e coloca a raça num patamar, ela tem uma dívida com o seu coletivo que pode acabar prejudicando a si mesma. Clare passa por um embranquecimento, pela facilidade que isso lhe traria para conseguir seus objetivos, mas pagou o preço por isso. Brian, marido de Irene, não tem o patriotismo característico americano, pois como se manter fiel a um país que te odeia e te mata? John Bellew é o retrato do colonizador branco, sua cegueira e estupidez.

O livro é curto, pouco mais de 150 páginas, mas traz várias nuances para refletir. Não somente a questão da raça e da própria identidade, como traz o título. Há também reflexos da dívida histórica, da mentalidade branca, da branquitude e negritude, e pensamentos mais individuais, como questões sobre confiança e segurança, até onde podemos ir para atender aos nossos desejos e o que podemos sacrificar para isso.
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