Identidade

Identidade Nella Larsen
Nella Larsen




Resenhas - Identidade


193 encontrados | exibindo 181 a 193
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 13


Mirella | @readingmirella 29/11/2020

esse final, jesus, ainda to refletindo;
entrei nesse livro sem saber de nada e fui pega de surpresa por uma história que me fez refletir TANTO, principalmente esse final, eu nem tenho palavras para descrever ele. uma das leituras que mais me enriqueceram esse ano! (e achei totalmente trágico e cômico como as pessoas tinham a ideia de que o brasil como um país com muita miscigenação não existia racismo)
comentários(0)comente



Reichertrar 26/11/2020

Passabilidade
Apesar de ser apropriado o título Identidade, gosto muito mais do original: Passing. Uma tradução livre seria "se passar por", mas tomarei a liberdade de usar o termo passabilidade, que é a capacidade de uma pessoa ser considerada membro de um grupo ou categoria identitária diferente da sua, que pode incluir identidade racial, etnia, casta, classe social, orientação sexual, gênero, religião, idade, etc... Passabilidade é o cerne da questão desse romance com pitadas autobiográficas onde duas personagens com ascendência negra e pele clara se veem em lados opostos de suas raízes, onde uma esconde, a outra celebra. Pra se compreender realmente a obra é necessário uma pesquisa sobre sua autora para entender que essas duas personagens carregam os questionamentos e vivências que Nella carregou a vida inteira, sendo filha mestiça, nunca foi totalmente aceita na comunidade negra nem na branca. É curiosa também a imagem que o Brasil trazia na mente da autora em 1920, demonstrado no livro pela vontade do marido médico de sair dos EUA racista e criar os filhos no Brasil paradisíaco, onde os negros não eram linchados em vias públicas. Realmentente, nosso país é um país racista, mas não aos moldes estadunidenses, onde o sonho americano não era negro. Estou divagando demais. O livro é intrigante, uma ótima porta de entrada para escritoras negras e para entender o racismo dentro e fora de nós. Nota 4/5.
comentários(0)comente



O resenheiro 23/11/2020

Duas amigas, duas mulheres, negras de caminhos distintos
Como presente e incentivo ao dia da consciência negra, a Harper Collins Brasil ofereceu este e-book gratuitamente, consegui aproveitar não só esta promoção como a sua leitura.

Duas mulheres amigas de infância que tomaram caminhos diferentes se encontram, reencontram e terminam em um final inesperado...

Negras de pele clara as duas, mas uma, Clare Kendry, resolve esconder sua identidade e seguir a vida como sendo branca, sendo que nem seu marido branco e racista ao extremo tem a menor suspeita dessa sua atitude. A outra, Irene Redfield, ao contrário, assume sua raça com orgulho e vive muito bem entre os seus, tendo como marido um médico negro e dois pequenos filhos, Ted e Junior.

Aparentemente uma história apenas interessante, mas somente lendo dá para se ter uma ideia de como a autora, Nella Larsen, que viveu nas mesmas cidades onde se desenvolve a história, Chicago e Nova Iorque do começo do século XX, consegue enriquecer este drama permeado por diversos conflitos que existiam e ainda existem entre classes, gênero e raça através dos pensamentos e situações de cada um dos personagens.

Vale uma leitura e reflexão!
comentários(0)comente



Gabi 23/11/2020

Nos levando à realidade dos anos 1920, Identidade traz a história de Clare e Irene, de como escolheram lidar com a própria raça e de como isso as afetou. A escrita é muito fluída, a história passa muito rápido e de repente o livro já acabou. O final é surpreendente e repentino, confesso que fiquei até esperando que tivesse algo mais. Foi uma leitura fácil de fazer, mesmo abordando temas sérios.
comentários(0)comente



sam | @msamlima 22/11/2020

A escrita de Nella Larsen é instigante e fluída, a rapidez com que se devora a obra é incrível, mas a história pedia mais.
Retratando a América do Norte do século 1920 e uma série de complexidades, em poucas páginas a autora fala sobre raça, classe, subjetividade, mitos raciais e culturais, família, companheirismo etc. O enredo é bem construído, mas tudo se passa em pinceladas muito rápidas. Lembra um conto.
Acredito que a reflexão principal que a obra deixa, como Ryane Leão afirma no posfácio, é que "a ancestralidade sempre nos cruza, hora ou outra" e como encaramos isso direciona nossas trajetórias.
comentários(0)comente



nmstoppa 18/11/2020

A questão de raça é algo que é muito tratado no livro, e foi um dos fatores que mais me deixou interessada para ler e que mais gostei... Há umas excelentes discussões que podem ser feitas, e espero fazer no Simplifique Alternativo em breve

Mas menina, vemk, que final foi aquele!!!!!!!
comentários(0)comente



herfleurs 16/11/2020

A leitura desse livro foi muito fluida, a escrita de Nella é muito boa e agradável. Eu adorei o Posfácio da Ryane, da uma esclarecida nas ideias logo depois desse final repentino.

O que mais me surpreendeu no livro não vou negar foi algo que nem sequer foi super focado que foi situação de classe e raça, tanto que erroneamente eu não tive ideia que se passava no século passado ou ainda mais que foi publicado no século passado!

Eu confesso que preciso ainda estudar muito sobre colorismo e por isso estou receosa de entrar no tema pois eu teimo em ser desnecessária e irônica, me perdoem qualquer coisa.

Por um momento no início do livro eu acreditei que fosse ser um romance lésbico (eu estava torcendo por isso até quase no fim), a relação das duas mulheres é muito peculiar. Irene com sua estranha lealdade a uma mulher que possuem poucos escrúpulos em utilizar tudo que pode a conseguir tudo que quer e ao mesmo tempo ser extremamente blasé sobre tudo que conseguiu. Acho que Claire, tanto quando o marido, mostra os efeitos do que ser branco é. A forma como ela se referia a voltar as origens me beiraram a um expectador vendo um circo. Irene sempre bate na tecla que mantem os segredos de Claire pela lealdade a raça mas, apesar de ser uma mulher extremamente orgulhosa, eu me pergunto se em algum nível ela não se sentia subordinada à Claire, mas eu não consigo elaborar nisso então só vou falar isso.

Me surpreendeu a dinâmica familiar de Irene, como o casamento dela não foi mostrado cheio de micro agressões ou abusos como outras obras dessa época, o que imagino que seja por causa da situação de classe? Mas não acho que seja isso, Nella foi muito agradável aqui.

Eu senti que a representação de Claire foi muito boa, tem diálogos dela onde ela é tão auto absorvida em ser negra e não ser retinta que ela fala absurdos, e eu senti, como ainda sinto hoje quando vejo alguns desabafos de lightskins, uma vilanização de mulheres retintas. No caso de Claire, ela escolheu o caminho dela.  Isso quer dizer que não acho válido ela procurar as raízes dela? Não, só acho que sem reconhecer  o X grande no assunto não resolve.

Eu acho que é uma obra incrível, inteligente e sem supresa a frente do seu tempo (apesar de eu precisar estudar mais autoras).
comentários(0)comente



Rê Lima 06/11/2020

É um daqueles livros que você vai lendo, vai lendo, vai lendo e pá, acabou. Eu esperava mais do final, mas o livro é muito bom de qualquer forma.
comentários(0)comente



jAlia372 31/10/2020

li a versão em inglês porque ainda não tinha sido lançado aqui no br. mas acho que conta, né?
foi segundo livro que li pra minha graduação que aborda a questão racial. fui extremamente tocada e incomodada com a narrativa desse livro. uma situação que não se aplica muito no contexto brasileiro, mas que de qualquer forma nos faz refletir sobre a importância da identidade racial, tanto nas relações inter quanto intrapessoais, o que a gente considera (ou desconsidera) na construção dessa identidade e sobre como os espaços que ocupamos no mundo moldam totalmente a forma que nos enxergamos e somos enxergados pelo outro.
comentários(0)comente



Camila Gimenez 28/10/2020

Identidade - Nella Larsen
Numa viagem à Chicago de sua infância, Irene Redfield se reencontra com uma amiga que não via há mais de uma década, Clare. Além de terem crescido no mesmo bairro, ambas compartilham uma miscigenação que as permite se passarem por brancas. Adultas, Clare está casada com um homem racista que não tem ideia de suas raízes negras e aparentemente não vê nenhum problema em se apresentar como uma mulher branca. Irene, por outro lado, busca enaltecer suas origens e a cultura afro-americana em todos os eventos que organiza em Nova York. Em um misto de hostilidade e afeto, um relacionamento entre as duas surge, mexendo com elas de uma forma que mudará como se enxergam e como enxergam o mundo.

Nella Larsen nasceu em 1891 em Chicago, filha de uma imigrante dinamarquesa e um imigrante caribenho. Sua miscigenação deu a ela a possibilidade de se passar por mulher branca e de fato, toda sua infância foi frequentando escolas em comunidades só de brancos, até a adolescência quando se muda para Nashville. Isso traz contornos autobiográficos em suas obras. Foi um dos principais nomes do Renascimento do Harlem, um movimento cultural da década de 20 que incluía diversos tipos de expressão artística afro-americana, mas principalmente a literatura negra.

Neste romance, conhecemos Irene Redfield, nossa narradora. Aqui ela trata sobre seu relacionamento com Clare Kendry, uma colega de infância que cresceu no mesmo bairro negro que ela, em Chicago. As duas nunca foram muito próximas, mas a família de Irene tinha um carinho especial por Clare. Clare era órfã de mãe e tinha um pai alcoólatra que também morreu durante sua adolescência. Clare então foi adotada por duas tias distantes, senhoras brancas, cristãs e distintas que a levaram embora. Apesar de ainda tentar manter contato com seu local de nascimento, aos poucos as visitas de Clare se tornam mais raras até a perda total de contato.

Irene se casou, mudou-se para Nova York e teve dois filhos. Leva uma vida boa, seu marido é médico e sua rotina é tomar conta da casa e dos filhos, além das inúmeras festas, bailes e socializações na sua comunidade, apoiando e exaltando sua raça e origens. Numa viagem à Chicago, por um acaso reencontra Clare Kendry. O reencontro é um pouco agridoce, pois Irene tem certas ressalvas de Clare, uma vez que após seu sumiço, os boatos não foram dos mais gentis. De fato, Clare se casou e constituiu família, mas a base de uma mentira, pois Clare se passa por branca e por isso cortou os laços com todos da infância. Seu marido, John Bellew, é um homem branco extremamente racista.

Nesse encontro em Chicago, Clare convida Irene para tomar chá em sua casa, e sem saber que Irene era uma mulher negra (assim como sua esposa), John Bellew transborda de atitudes racistas que mortificam Irene, fazendo com que ela decida encerrar o contato com Clare de uma vez por todas.

Alguns anos depois, Irene recebe uma carta de Clare, em Nova York. Nessa carta, Clare conta como o encontro em Chicago trouxe à tona sua solidão, como deseja reencontrar os seus, voltar a fazer parte dessa comunidade. Irene tenta se manter afastada, mas Clare dá um jeito de entrar em sua vida, conquistando seus filhos, empregados e marido. Mesmo Irene não querendo proximidade e detestando como Clare se infiltrou em sua casa, o carisma de Clare faz com que todo seu controle caía por terra.

Controle que é a marca de Irene. Irene tem uma personalidade meticulosa. Planeja tudo para todos. Seu marido tinha o sonho de ir para o Brasil, mas Irene podou esse desejo e construiu uma vida para ambos em Nova York exatamente da forma como queria. Mas seu marido sempre teve aquela inquietação, aquela insatisfação, e isso atormenta Irene pois indica algo que ela não pode exatamente controlar.

“Ela só queria que ele fosse feliz, ainda que ficasse ressentida pela incapacidade de Brian de ser feliz com as coisas como elas eram, sem jamais reconhecer que, embora o quisesse feliz, Irene desejava que isso ocorresse apenas ao modo dela e por algum plano que ela tivesse para ele.” (pág. 80)

Isso pode ser um dos motivos pelo qual Irene sente tanta aversão por Clare. Clare somente responde à ela mesma, desde criança. Irene não pode controlar Clare, nem o que ela vai fazer. Se fingir de branca com um marido racista é um jogo perigoso que pode trazer consequências que Irene não teria como prever, consequências que afetariam sua rotina tranquila. Mas Irene também se contradiz. Existe uma atração em Clare que Irene não consegue sobrepor. Existem pessoas em seu ciclo que podem e são racistas também. Irene pode fingir que é branca por conveniência também. E isso é bom, pois Nella Larsen cria mulheres reais, não heroínas.

Irene abraça sua negritude e coloca a raça num patamar, ela tem uma dívida com o seu coletivo que pode acabar prejudicando a si mesma. Clare passa por um embranquecimento, pela facilidade que isso lhe traria para conseguir seus objetivos, mas pagou o preço por isso. Brian, marido de Irene, não tem o patriotismo característico americano, pois como se manter fiel a um país que te odeia e te mata? John Bellew é o retrato do colonizador branco, sua cegueira e estupidez.

O livro é curto, pouco mais de 150 páginas, mas traz várias nuances para refletir. Não somente a questão da raça e da própria identidade, como traz o título. Há também reflexos da dívida histórica, da mentalidade branca, da branquitude e negritude, e pensamentos mais individuais, como questões sobre confiança e segurança, até onde podemos ir para atender aos nossos desejos e o que podemos sacrificar para isso.
comentários(0)comente



Bookster Pedro Pacifico 15/10/2020

Verificado Identidade, de Nella Larsen - Nota 8/10
Publicado em 1929, o livro narra a historia de duas amigas de infância, Irene e Clare, que acabam tomando rumos diferentes. Ambas são criadas no Harlem, bairro de Nova York, e “são negras de pele clara que podem se passar por brancas". Enquanto Irene aceita a sua origem e a sua cor, Clare acaba tomando decisões baseadas na ideia de se passar por uma mulher branca na sociedade.

E as diferenças entre as vidas das duas personagens acabam produzindo um incômodo choque quando Irene e Clare se reencontram já adultas. Irene vive uma vida invejável, casou com um marido negro que a ama, tem dois filhos e uma boa condição financeira. No entanto, a volta de Clare acaba despertando questionamentos na personagem e a coloca de cara com a revoltante questão do racismo. Isso porque, além de representar a negação de um destino que Irene escolheu para si, Clare vem acompanhada de um marido muito preconceituoso e que desconhece as origens da esposa. É um conflito de identidades que acaba estremecendo a antiga relação entres as duas.

Como a narrativa é apresentada a partir da perspectiva de Irene, acabamos ficando mais contaminados pelas suas opiniões sobre a vida secreta da amiga. De fato, não somos apresentados aos motivos que levaram Clare a optar por esquecer a sua origem e as dificuldades que enfrentou nesse processo.

Achei a leitura simples e muito interessante, até por trazer uma perspectiva atual não tão abordada da temática racial, mas acabei sentindo falta de um aprofundamento melhor nos personagens e um desenvolvimento de algumas passagens (incluindo um final abrupto).

No entanto, é importante entender o quanto a obra foi importante para a época em que foi produzida, revelando uma postura revolucionária em relação ao cenário de discriminação existente. Nascida em 1891, Nella Larsen escreveu apenas três obras, mas é considerada como uma das principais influências da “Renascença do Harlem”. Uma interessante obra sobre uma perspectiva pouco abordada das questões raciais.

site: http://instagram.com/book.ster
Rosina.Forteski 25/03/2022minha estante
Precisei abandonar, narrativa lenta e pouco interessante, apesar da sinopse promissora.




fleabookz 04/10/2020

Estou meio triste porque esperava mais do livro, queria que tivesse mais páginas. Acho que tinha potencial pra ser incrível, mas acaba não se aprofundando em nada.
A Irene é uma pessoa certinha que morre de medo de mudanças, irônico já que em certo momento ela quer mandar o filho pra estudar no exterior. Ela claramente não gosta de enfrentar as coisas e age de maneira a agradar todo mundo, vide que ela sempre acabava cedendo aos caprichos da Clare.
Do outro lado a gente tem a Clare que é totalmente egoísta e pensa só em si mesmo. Não se preocupa com as consequências que as suas ações podem gerar em outras pessoas. Tento entender o porquê dela ter se prestado ao papel de se casar com um homem branco racista, mas juro que não consigo. Entendo que ela queria uma vida melhor pra ela, se passando por branca, porém será que valeu a pena ter negado sua raça? Acho que não.
O final também não me agradou muito, queria ter visto o desenrolar para a Clare e seu marido.
De qualquer forma, ainda acho que foi uma boa leitura. O racismo retratado foi uma coisa que me deixou indignada, só gente branca mesmo para desejar viver em outros tempos, nunca que eu iria querer viver antes dos anos 90. Se hoje é ruim, antigamente era muito pior.
comentários(0)comente



Milena.Lourenco 23/09/2020

Um clássico atemporal
O livro é muito bem escrito e aborda assuntos muito atuais, mesmo tendo sido escrito na década de 1920. Uma obra necessária!
comentários(0)comente



193 encontrados | exibindo 181 a 193
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 13


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR