A tirania do mérito

A tirania do mérito Michael Sandel




Resenhas - A tirania do mérito


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Adriano 13/10/2020

Uma visão comunitarista do mérito
Outro bom livro do Michael Sandel, apesar de bem menos comunitarista que seus outros livros e bastante focado no contexto americano e suas universidades, o que difere um pouco de nós. Mas traz muitas ideias necessária para refletirmos. Revi várias noções que tinha sobre mérito, política, e trabalho e fortaleci outras como o bem comum.
Um debate necessário para o Brasil, com os devidos ajustes contextuais. O contexto de universidades e mercado de trabalho é diferente, mas conceitos arrogantes de mérito são tão presentes quanto entre os estadunidenses. A compreensão ou a falha em entender essa linguagem tem produzido em ambos os países os candidatos políticos atuais. Mas tratar do debate sobre igualdade de oportunidades é algo que poucos fazem, ou o fazem de maneira superficial e demagógica.
O legal é que Sandel consegue fazer diagnósticos e propor soluções que podem ser defendidas tranquilamente por ambos os lados do espectro político. Um pensador que consegue olhar por cima das trincheiras políticas.
Karina 29/10/2020minha estante
Gostei da resenha. Estava em dúvida se "valia" a leitura, justamente por falar sobre a realidade americana.


Adriano 29/10/2020minha estante
Apesar de todos os livros do Sandel se focarem no contexto americano, valem demais a leitura. Eu super indico.




alex 18/05/2021

A tirania do mérito, de Michel J. Sandel (2020)
Caramba! Sabe aquela sensação de explosão ao ler algo que altera a forma como vc costuma ver o mundo? Que te mostra uma nova perspectiva sobre algo tomado como quase natural na sua sociedade, pq já assentado culturalmente? Pois é... Esse livro me proporcionou isso.

Recomendo demais. Algo me diz que é uma tese que vai fazer estrondoso sucesso e promover convergência política apenas daqui muitas décadas.
Rafinha 18/05/2021minha estante
Quero muito ler este livro. ??


alex 18/05/2021minha estante
Leia, sim! Não vai se arrepender ; )




Eva 27/11/2021

O livro mostra a realidade estadunidense sobre a lógica meritocrática e suas consequências nos rumos da política daquele país. Particularmente, acho que nossa realidade é diferente quanto ao discurso do mérito ter tido algum papel fundamental no rumo político que o Brasil tomou, vejo outras raízes para isso aqui no país. Mas, é interessante para ter conhecimento sobre as possíveis causa que levaram a eleição de um presidente como Trump em 2016, mas não para trazer de todo para nossa realidade.

O autor coloca como um dos problemas do discurso do mérito é de que as oportunidades não são iguais para todos e que se as pessoas não têm o mesmo ponto de partida e não se pode esperar que elas cheguem ao mesmo ponto na vida. Ou seja, esse discurso de que basta trabalhar duro que você conseguirá sucesso, riqueza ou seja lá o que você busque na vida. Isso porque sabemos que vários fatores influenciam, como: a educação formal que você recebe, o talento inato, os privilégios que tem em relação a outras pessoas, a sua rede de contatos etc.
Nesse ponto eu concordo com o autor que realidades diferentes não podem ser julgadas igualmente quanto ao alcance de sucesso.

E o autor coloca que isso tem sido problema pois as pessoas que ouvem o discurso de que basta trabalhar duro para conseguir o que quer e não conseguem chegar ao seu objetivo passa a se achar e ser vista como perdedora o que ocasionalmente pode gerar ressentimentos sociais.
Acredito, sim, que esses discursos podem gerar frustrações pessoais nas pessoas pois quando não conseguem perceber a grande falácia desses discurso podem se julgar perdedoras.

O livro coloca alguns pontos bem interessantes em pauta sobre a meritocracia. Mas também tem alguns pontos negativos.

O que me incomodou na leitura é a repetição de argumentos em vários tópicos nos capítulos longuíssimos, diga-se de passagem, e somente no final, último capítulo, o autor apresentar possíveis soluções para a problemática, além de serem poucas, achei bem rasas e simplistas. Tá, você pode pensar que o autor não deve ser cobrado pela solução de problemas, mas se você se propõe a escrever um livro e passa páginas e páginas discutindo problemas o leitor espera que o autor seja capaz de propor possíveis soluções sobre o mesmo tema.
Enfim, acho que poderia ter exposto bem a problemática do discurso de meritocracia no seu país e no mundo em menos páginas, assim o leitor não esperaria tanto para a conclusão.
RafaelM 29/11/2021minha estante
Penso igual..




Paulo Henrique 21/06/2021

Meritocracia como uma Aristocracia Moderna.
A meritocracia é o sistema mais comentado dentro de qualquer empresa e até mesmo em um país como o Brasil, onde muitos pedem um sistema público que recompense os melhores e não os apadrinhados. Pelo menos é assim que muita gente pensa e é nesse ponto que o autor Sandel entra em seu livro.
Em resumo o título traz a palavra “tirania” porque os “melhores” na verdade são sempre os mesmos, e isso gera mágoa nos “derrotados”. No passado tínhamos a aristocracia que nada mais era do que passar o bastão para os filhos. Com o avanço do mundo passou-se a valorizar “o melhor”, aqui entre aspas porque o melhor é também visto como o mais “inteligente”. No entanto os mais abastados financeiramente permitem que seus filhos sejam melhor treinados e educados e assim fiquem com as melhores vagas, salários, etc. Portanto a meritocracia não diminuiu a desigualdade, pelo contrário a concentrou mais ainda. Em países como Estados Unidos esse sistema impera mais fortemente, porém o livro mostra com dados que ascender de baixo para cima lá é mais difícil do que em um país Europeu. Um lado cruel da meritocracia é a de criar os derrotados como sendo incapazes e incompetentes, quando não sem inteligência. Portanto tem-se aqui uma mágoa instalada e que permitiu nos últimos anos que uma elite autoritária utilize um discurso de que com eles as coisas seriam diferente, a meritocracia não seria a única maneira de ascender socialmente.
O Brasil não é citado, mas seria uma disrupção na teoria, em minha opinião, pois permitiu por exemplo que um cidadão de baixa renda chegasse ao topo mais alto de comando do país (apesar de que quando chegou não fosse mais de baixa renda), o que é mais do que os Estados Unidos fizeram com Obama, que apesar de negro não era pobre e também era formado em uma das três principais universidades americanas. No caso brasileiro além de vir de família pobre não tinha formação superior. Nossa sociedade assim como a americana, leva as elites a condenarem de princípio um “despreparado” para comandar, afinal em um mundo complexo pessoas sem estudo não teriam preparo para dirigir, para tomar decisões. Não entendo que o autor tenta fazer uma revolução de esquerda, ao contrário ele critica muito a esquerda por não ter detectado essa mágoa na sociedade que levou a Trumps e Bolsonaros, mas ele tenta achar um meio termo de que a mistura de pessoas estudadas com pessoas que aprendem com a vida seja uma maneira de reduzir as mágoas, tanto que ele cita que o melhor presidente americano era formado em uma grande faculdade, mas sua equipe de governo tinha vários não graduados.
O autor demonstra com dados de que a meritocracia vem gerando muita desigualdade e mágoas e de que é necessário achar uma solução. Por outro lado ele traz questionamentos interessantes, como a de que a natureza é meritocrática, ao dar talentos natos a algumas pessoas, e que isso é valorizado. Exemplo podemos citar um Cristiano Ronaldo que treina muito, assim como muitos outros jogadores, mas pouquíssimos chegarão ao talento dele apesar de se dedicarem da mesma maneira ou até mais que o próprio Ronaldo. Portanto nessa discussão de meritocracia a sorte não deve ser descartada e portanto o sistema de correção deveria ser implementado para trazer os “menos” sortudos para o jogo também. Aqui obviamente estamos falando de cotas, mesmo que estas gerem outro problema a de que os mais esforçados percam seus direitos, porém os mais “esforçados” nem sempre são realmente os mais esforçados, mas sim sortudos por terem nascido em condições melhores - aqui temos obviamente uma polêmica. Quem não compactua com essa ideia pode imaginar como vemos muitas vezes aquele jovem nascido em família rica, que se esforça para ser o melhor e manter o status herdado – um filhinho de papai, mas quando conhece alguém que ganhou na loteria diz apenas que a pessoa é sortuda, sendo que na verdade nos dois casos a sorte esteve presente.
Portanto, o livro permite discutir muito sobre esse assunto, suas polêmicas e está repleto de pensadores e dados para que possamos tirar nossas próprias conclusões ou até mesmo não tirar nenhuma, mas sim abrir uma ampla discussão. Sobre a solução ele traz algumas, que confesso não me convenceram como um todo, mas me fizeram pensar muito sobre ser somente a meritocracia a gerir um sistema de recompensa, até porque o melhor nem sempre é quem traz resultado, principalmente em um país onde o compadrio e “amizades” podem ser atalhos muito eficientes.
Claudio 21/06/2021minha estante
Muito interessante sua colocação. O tema é complexo e não tem resposta fácil. O desafio é oportunizar condições para que todos possam expressar seu potencial. Mas entendo que atualmente nem sempre isto é possível, inclusive por algumas das razões que você levantou.




spoiler visualizar
comprido 29/10/2021minha estante
Valeu a pena ler seu spoiler, comprei o livro até .




Alan.Sousa 30/10/2020

O livro expõe uma visão bem convincente de que, nas últimas quatro décadas, a fé exagerada na meritocracia gerou uma injustiça perversa na sociedade dos EUA (e também na de outros países), dividindo-a entre “vencedores” e “perdedores”, enfraquecendo valores nobres como a solidariedade e a humildade, ao mesmo tempo em que estimulou a arrogância meritocrática, que julga com aspereza aqueles que são rotulados de fracassados. Aparentemente, a meritocracia está por trás de alguns dos principais problemas contemporâneos, como a ameaça à democracia, o crescente apoio a populistas com tendências autoritárias, a perda do senso de comunidade, a desvalorização e o preconceito contra trabalhadores comuns (principalmente sobre aqueles que não possuem diploma universitário), a notória e triste tendência de aumento dos casos de depressão no mundo, sobretudo entre os mais jovens (uma tal de “epidemia de perfeccionismo oculta” ou “doença meritocrática”) etc. Muito do que é exposto também pode ser notado na sociedade brasileira atual. É gratificante adquirir uma nova visão de mundo durante a leitura e perceber que precisamos resgatar certos valores cívicos. O lado duro é reconhecer que todos nós apresentamos, em maior ou menor grau, essa tal da arrogância meritocrática e que não vai ser fácil superá-la. Apesar de ser uma obra de filosofia política, contém uma linguagem bem acessível, como todos os demais livros do Michael J. Sandel que são voltados ao público em geral (“Justiça: o que é fazer a coisa certa”, “Contra a perfeição: ética na era da engenharia genética” e “O que o dinheiro não compra: os limites morais do mercado”).

Apenas um pequeno trecho da obra: "Vale a pena notar que o regime do mérito exerce sua tirania em duas direções ao mesmo tempo. Nas pessoas que chegam ao topo induz à ansiedade, a um debilitante perfeccionismo e à arrogância meritocrática que se esforça para esconder uma autoestima frágil. Nas pessoas que deixa para trás, ela impõe um desmoralizante, até mesmo humilhante, senso de fracasso. Essas duas tiranias compartilham de uma fonte moral comum: a permanente fé meritocrática de que somos, como indivíduos, totalmente responsáveis por nosso destino; se formos bem-sucedidos, é graças a nossas próprias ações, e se fracassarmos, não podemos culpar ninguém, a não ser nós mesmos. Apesar de soar inspirador, essa dura noção de responsabilidade individual faz com que seja difícil usar do senso de solidariedade e obrigação mútua que poderia nos suprir para enfrentarmos a crescente desigualdade de nosso tempo." (Sandel, Michael J., p. 255).
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Karina 16/11/2020

Leitura muito importante
"em uma sociedade que valoriza tanto o mérito, é difícil ser julgado por não ter nenhum."
Apesar de retratar a realidade americana, muitos aspectos políticos e sociais se assemelham a nossa realidade.
Sandel explora todo o pensamento meritocrático de forma clara e pontua todos os problemas que resultaram dessa medida de sucesso.
Vale a leitura.
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Polly 21/04/2024

Para refletir
Esse livro é para pensar, refletir e ensinar. Trata de um tema complexo que é o mérito como medida para o sucesso, seja pessoal ou comum, e como tratar o mérito como medida para a sociedade deu errado. Só lendo para entender, e é uma leitura que deve ser feita por todos, recomendo muito.


?Por que as pessoas bem-sucedidas devem algo aos membros com menos vantagens na sociedade? A resposta para essa pergunta depende de reconhecer que, para todos os nossos esforços, não vencemos por conta própria nem somos autossuficientes; estar em uma sociedade que recompensa nossos talentos é sorte, não é obrigação.?
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naldho 10/12/2020

O canto da sereia
Através deste "tratado" sobre o mérito, podemos entender o que ocorre no mundo atualmente.
Porque tanto ódio,rancor,sentimentos aflorados e divisão na hora que mais precisamos nos unir.
O autor mostra a grande armadilha que é a meritocracia e seus efeitos nefastos na sociedade atual.É um grande canto da sereia,em que somos envolvidos sem nem percebermos..
Ótima leitura para quem quer entender o que se passa á sua volta.
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Wilson 04/01/2021

Uma boa crítica à meritocracia
O livro mudou minha visão sobre a meritocracia. Agora consigo ver os aspectos negativos oriundos desta política.
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Brenda.Gajus 17/01/2021

Inquietante.
Sandel utiliza a situação política norte americana para elucidar os efeitos diretos e indiretos de uma sociedade baseada no mito da meritocracia. De forma leve e um tanto repetitiva, mas com exemplos lúcidos, o autor desenrola sua tese criticando alguns paradigmas que até o leitor mais mente aberta sente-se encurralado. Inegavelmente um eficiente gerador de discussões intensas.
Vale a leitura :)
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Maikel.Rosa 30/01/2021

um sistema que já não merece tanto crédito
eu costumava esconder minhas notas dos colegas na escola, instintivamente protegendo minha vida social de um efeito que cedo compreendi: o ressentimento da maioria contra a predileção escancarada das autoridades pelos CDFs.

mesmo concentrando seus estudos na realidade estadunidense e britânica, o livro de Michael Sandel me fez lembrar disso e pensar muito sobre como a classe média branca brasileira compartilhou (e compartilha) das mesmas frustrações dos seus pares norteamericanos, embora talvez por razões um pouco diferentes (e que renderiam um outro post).

Sandel traça um panorama detalhado sobre as políticas meritocráticas em universidades e no mercado de trabalho nos EUA, destacando suas consequências desastrosas pra dignidade e autoestima da grande maioria dos yankees.

uma delas, ao que tudo indica, foi a ascensão de Trump ao poder: uma resposta dos cidadãos, num país de maioria branca e sem diploma, ao credencialismo (monopólio de oportunidades à elite graduada) e à tradicional aristocracia hereditária (ricos que usam seus privilégios pra aumentar as chances de ingresso dos filhos nas melhores universidades).

o autor demonstra que a meritocracia, pelo visto até nas maiores economias, é um sistema que falha miseravelmente como política distributiva, ao privilegiar exageradamente os "mais talentosos", perpetuando um lado cruel e muito injusto do tão vangloriado sonho americano (que acho que tem reflexos distorcidos, mas igualmente perniciosos no Brasil).

como professor universitário, Michael Sandel faz uma análise completíssima desse cenário, abordando providencialismo, tecnocracia, populismo, liberalismo econômico, globalismo, triagem meritocrática, capitalismo e bem comum.

mas como filósofo ele manda ainda mais bem, defendendo soluções polêmicas, mas coerentes, pra desmascarar e amenizar a tirania do mérito no mundo. bem, não preciso nem dizer o quanto MERECE ser lido, né?
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Edu 05/02/2021

Desconstruindo a Meritocracia
O QUE É? O processo de entrada nas universidades americanas é a base para se discutir a meritocracia neste livro. Obviamente, é possível fazer analogias com situações no Brasil também.

COMPLETO. O autor passa por universidades, religiões, política(atual e processo histórico), empregos, política econômica, elitismo, direita e esquerda, neoliberalismo, etc. Tudo sob a lupa da tirania do mérito.

Em relação ao livro Justiça, ele perde um pouco no quesito aplicações práticas dos conceitos, mas o entendimento fácil e acessível a todos.
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Lenicio 12/02/2021

Desconstrução
O livro questiona os fundamentos da sociedade contemporânea.
O modo de vida baseado no consumo, a administração pública dominada por tecnocratas, a universidade como locus de competição desenfreada e o indivíduo vitimado pela necessidade de alcançar único objetivo: o sucesso.
A meritocracia, ao mesmo tempo em que produz vencedores arrogantes, é prolífica em gerar perdedores ressentidos.
Os vencedores ignoram que fatores fora do controle contribuíram para a vitória, inclusive a sorte.
Os perdedores ficam frustrados, sentindo que não conseguiram porque os vencedores foram favorecidos por fatores injustos (posição social, riqueza, sorte).
Leitura necessária.
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Fellipe.Henrique 16/02/2021

Um livro razoável
Um livro razoável com uma linha de pensamento bem difere te sobre meritocracia, vale a leitura.
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