Desireé (@UpLiterario) 29/03/2021Sem limites para a perfeição. (@upliterario)Imagine um país totalmente meritocrático, onde as pessoas são divididas conforme seu número Q, o seu quociente de inteligência, que lhe garante o status na sociedade. Desde crianças, os cidadãos são divididos em nichos, escolas prata para a elite, verdes para alunos medianos e amarelas para os alunos com as piores avaliações. As provas são mensais e um passo em falso pode levá-lo às desconhecidas escolas amarelas, internatos no interior do país. Tudo isso em nome da excelência da educação.
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"Começou com o medo e terminou com as leis."
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Com uma grande população e um número crescente de crianças, não havia recursos humanos e operacionais para garantir uma educação de qualidade a todos os alunos. Começou-se a divisão nas escolas, que passou para a vida adulta e assim por diante. Uma segregação meritocrática, mas como sempre, bastante autoritária.
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"Às vezes acho que toda a infância desapareceu."
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Elena é professora em uma escola de elite. Seu marido ocupa um alto cargo no Ministério da Educação e suas filhas também são alunas de uma escola prata. A vida não poderia ser melhor. Isso, se você deixar de lado que ela não ama o marido há anos e vive ansiosa com as notas da filha mais nova Freddie. A tensão com o ônibus amarelo, as provas, os números Q devora Elena dia após dia.
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E quando sua filha é enviada para longe da sua família, para uma escola amarela, com todos os rumores que surgem de lá, Elena terá apenas uma escolha. Seria ela capaz de abandonar a perfeição para salvá-la?
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Mais uma distopia angustiante de Christina Dalcher, autora de Vox (outro livro maravilhoso!). Christina tem o dom de fazer nosso sangue borbulhar de ódio a cada nova página, fervendo com as injustiças e o mundo doentio que conhecemos ali.
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Uma ótima leitura! Recomendo!
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