Tami 05/03/2021Proposta promissora, mas fica devendo.No início de 2019, fiz a leitura de Vox e ela foi muito marcante. Foi até mesmo por isso que nem hesitei e quis logo ler Questão de Classe, da mesma autora. Christina Dalcher, ao que parece, quer seguir essa linha de livros que criam sociedades distópicas muito semelhantes ao nosso mundo real, em que mulheres lutam contra o machismo, o patriarcado e qualquer sistema que as coloque em um papel de seres inferiores. Em Vox essa abordagem era mais explícita, mas isto também está presente em Questão de Classe.
Em seu novo livro, Christina nos apresenta a uma sociedade onde as pessoas têm suas vidas definidas por um número, mais precisamente o número Q, que nada mais é do que a soma de uma variedade de componentes (notas escolares, rendimento no trabalho, pontualidade, registro de comparecimento, nível de participação, etc). Todas as pessoas em idade escolar e de trabalho o possui, e o número Q de um indivíduo também pode ser afetado pelos números Q das demais pessoas de seu núcleo familiar. Deste modo, as pessoas, se quiserem ter acesso ao que de melhor a sociedade pode oferecer, precisam manter seu número Q bem elevado e não podem vacilar, já que o mesmo é recalculado todo mês.
No que diz respeito aos estudantes, o número Q também separa o joio do trigo. Números Q elevados representam vagas em escolas prateadas, de elite, reservadas apenas aos mais inteligentes; números Q médios dão acesso a escolas verdes, que ainda possuem alguma dignidade; já números Q baixos são uma passagem para as temidas escolas federais amarelas.
Há toda uma questão envolvendo um programa chamado Família Mais Apta, que é o que rege a sociedade. Este sistema incentiva, entre outras coisas, que mulheres se submetam a testes que indicarão se o bebê têm chances de obter um Q alto ao longo da vida. Vocês podem imaginar o que acontece se a resposta for não, né?
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