Shirley :) 22/08/2023
Durante toda a minha vida, eu fui obcecada pela mitologia grega. Na escola, era meu conteúdo favorito, tanto que já organizei uma mesa redonda sobre o tema, na aula de português. E quando conheci Percy Jackson, essa paixão se multiplicou. E depois, com o mesmo autor, veio a mitologia nórdica; com o feminismo, veio a Deusa; depois Morgana, Merlin sempre presente. Sempre a mitologia e as deidades sob o olhar europeu. Eu nunca tinha lido um livro de ficção e fantasia com o viés decolonial.
Até agora!
E, caramba, como eu precisava! Eu nunca nem sequer tinha pensado na possibilidade de uma fantasia com os deuses que herdamos da África! Nem mesmo quando passei a estudá-los! E (vários palavrões aqui) como eu adorei! Eu tô completamente encantada com a narrativa, os feitiços em yorubá, a caçadora de Oxóssi, a filha de Iansã e o guerreiro de Xangô!
E essa questão da brasilidade, presente em obras de autores nacionais dessa era pós-moderna é muito importante pra essa estudante de literatura nordestina. E quando eu percebi que essa história que eu devorei em tão pouco tempo se passava pelas ruas de Fortaleza (que eu pouco visitei, mas muito estudei - tanto nas aulas de história do Cariri e Ceará, quanto nas músicas de Ednardo) só aumentou minha satisfação com a leitura. Quando eles passam pela Aldeota, só faltei cantar: aldeia Aldeota estou batendo na porta pra lhe aperrear...
É uma história com potencial de se tornar um livro inteiro, porque o seu único defeito, é que acaba.