goldenlantsov 05/03/2022
É interessante como a escrita capta essa busca por validação do personagem principal no decorrer do livro (se é que ele pode ser chamado de personagem principal, afinal). No início, ele é um adolescente frustrado, que odeio o mundo ao seu redor e a si mesmo, e, para compensar, vem as piadas, usa o humor para tentar ludibriar as pessoas e mascarar quem realmente é. Mas depois, ele vai perdendo essa capacidade e se tornando um ser desprezível e taciturno, algo que talvez ele sempre tenha sido. E eu digo que é possível perceber essa mudança porque até o primeiro caderno, você entende ele. Você gosta dele e sente empatia e, até mesmo, se identifica, mas depois do segundo caderno é possível sentir a indiferença dele e todo aquele sentimento de compreensão se transformou em antipatia.
No epílogo, aquela moça diz que no estado em que ele chegou, não havia mais nada a ser feito, era o limite. E é a verdade. Naquele ponto, nem um milagre salvaria ele. O que é muito, muito triste