Os tais caquinhos

Os tais caquinhos Natércia Pontes




Resenhas - Os tais caquinhos


59 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Cris 03/04/2021

Um romance singular
?Filha, não jogue minhas coisas fora. Eu imploro. Nelas eu guardo minha vida inteira?. Esse trecho do livro me tocou muito! Foi dita pelo Lúcio, pai da Abigail e da Berta. Três pessoas com particularidades únicas! Vivem juntas num apartamento descrito como apertado, cheio de acúmulos passando muitas dificuldades.
O que eu mais gostei foi da divisão dos capítulos, com títulos interessantíssimos. Acho que o mais dificultou pra eu não ter dado 5 estrelas foi só a minha dificuldade de entender o início da história que pareceu confusa, mas fora isto eu amei!
comentários(0)comente



Aline T.K.M. | @aline_tkm 05/06/2021

Dolorido e não óbvio
A capa me fez pensar numa espécie de protótipo da almodovariana Andrea Caracortada (pirei de leve, mas amei!); e o conteúdo... Bem, Os Tais Caquinhos me ganhou completamente pela excentricidade e pela ideia de “buscar algum sentido no caos”.

O cenário é um apartamento entulhado do que se possa imaginar, incluindo baratas. Abigail, a narradora, carrega o peso patológico dessa família. Sem o desprendimento da irmã mais nova ou a capacidade de negação do pai acumulador, a adolescente chafurda na sujeira, no entulho e na dor, além de lidar com a rotineira falta de rotina (e de tantas outras coisas básicas). Ela até tenta enganar a si mesma em um constante exercício da dúvida em relação a tudo, arrumando justificativas sem sentido para as coisas que vive ou que sente falta de viver. Mas a verdade é que o discernimento é algo difícil de ser sufocado.

Sentimos a vida caótica dessa garota na própria narrativa, que nos chega em fragmentos e por vezes é até mesmo desconexa. A sensação é a de ler um diário; os capítulos breves têm seus títulos misturados, como que perdidos ou fora de lugar, uma emulação da desordem do apartamento 402 e da vida de quem o habita.

Enquanto tenta, de forma canhestra, colar os cacos de uma família que desandou, Abigail vive suas próprias e nem tão fáceis experiências juvenis com um resto de inocência e a maturidade de perceber quanto todo mundo ali precisa ser cuidado, precisa de uma mãe.

Da cearense Natércia Pontes (autora de Copacabana Dreams), os Tais Caquinhos tem um quê inusitado, um tanto de dor e uma narradora cujo olhar foge do óbvio. E ainda conta com um recheio especial de referências de meados da década de 90: Faith No More, Beetlejuice, Napalm Death, Água Mineral,...

Taí um curtinho que eu indico com toda a certeza!!!

site: https://www.youtube.com/alinetkm
comentários(0)comente



Pandora 16/03/2021

“Filha, não jogue as minhas coisas fora. Eu imploro. Nelas eu guardo a minha vida inteira.”


Meu maior problema com este livro foi que eu esperava outra coisa. Ser surpreendida com uma narrativa diferente da esperada não é necessariamente ruim, mas embora a leitura possa trazer aspectos imprevisíveis, não ter a expectativa satisfeita é um tanto frustrante.

Os tais caquinhos foi recomendado num vídeo e o que foi bem enfatizado foi que se tratava de uma história contada pela filha de um acumulador e que havia muitas passagens nojentas retratando a falta de higiene do apartamento da família e tal. Depois, quando eu já estava no meio da leitura, assisti a outro vídeo onde a moça alertava: “não leia enquanto estiver comendo; eu fiz isso e me arrependi.”

Então eu achei que a problemática da acumulação fosse ser o mote da narrativa. Mas não é bem isso.

Abigail e Berta vivem com seu pai, Lúcio. Em algum momento, segundo a narradora, a madrasta Zoma partiu levando Huga e Ariel.

A narradora é Abigail, a filha mais velha. Óbvio que, então, tudo é visto sob sua ótica. Aqueles conflitos adolescentes amorosos do tipo: gosto deste, agora gosto daquele; ele não está ligando pra mim, vou beber até cair de cara no chão; e também conflitos gerados pela insalubridade de sua moradia: eu queria ter um quarto de adolescente confortável, roupas bonitas, tapetes felpudos, uma geladeira cheia de comida.

A construção da narrativa remete aos “tais caquinhos”: é toda fragmentada em pequenos textos com títulos que não necessariamente têm a ver com o que está sendo dito, o que também remete ao caos que é a vida daquelas pessoas. Este é um aspecto engenhoso do livro.

Apesar do acumulador ser o pai, Abigail me parece ser, entre os três, a que mais ligação tem com aquele apartamento caótico. Porque tanto Lúcio quanto Berta passam grande parte do tempo longe de casa; ele entre o trabalho que ninguém sabe qual é e noites no bar até o dia clarear e Berta na casa da amiga, meio que adotada por uma família tradicional. É Abigail quem passa os dias ali dentro, que escreve nos diários e dorme por longos períodos, que traz os amigos pra fumar maconha, os amantes pra fazer sexo, que envolvida pela sujeira e inércia daquele lugar não faz esforço algum para mudar. Até Berta tenta manter o próprio quarto limpo; até Lúcio se refugia no chope. Abigail não.

Na minha opinião, o personagem de Lúcio, o pai super carinhoso e nada prático, que acumula lixo, tem TOC, foi abandonado pela mulher e de cujo passado nada sabemos, é muito mais carismático do que Abigail. Eu preferiria uma narrativa sob à sua ótica.

Até pensei em escrever sobre alguns questionamentos que fiz, mas fiquei com preguiça. Francamente, acredito que este seja um bom livro, mas não foi um livro tão bom para mim.

“As coisas não precisam de você.”

Mas você precisa das coisas.
comentários(0)comente



Alexandre Kovacs / Mundo de K 04/04/2021

Natércia Pontas - Os tais caquinhos
Editora Companhia das Letras - 215 Páginas - Capa: Ale Kalko​ - Imagem de capa: Falconeira, de Julia Debasse, 2013, acrílica sobre linho, 140 x 78 cm. Reprodução de Rafael Salim - Lançamento: 2021.

Certamente você já conheceu ou, até mesmo, conviveu com um acumulador compulsivo, uma pessoa que não consegue se desfazer de coisas supostamente inúteis, tais como embalagens de presentes, caixas de papelão, jornais, revistas, agendas e calendários velhos, copos de geleia ou requeijão usados e toda sorte de objetos que, aos poucos, passam a dominar os ambientes da casa. Lúcio, um dos personagens do recém-lançado romance de Natércia Pontes, sofre deste tipo de distúrbio psíquico, mais conhecido como transtorno do colecionamento.

Lúcio convive com as duas filhas jovens, Abigail e Berta, em um apartamento próximo à praia em Fortaleza que se transformou em uma espécie de aterro sanitário, onde todos dividem o espaço com as quinquilharias e os insetos. O romance tem como base uma narrativa forte conduzida em primeira pessoa por Abigail a partir de fragmentos de seu diário; ao escrever ela tenta encontrar algum sentido nos caquinhos formados por paixões, desilusões ou ausências – principalmente a da mãe – essas ausências afetivas e a desordem no seu cotidiano familiar não se encaixam no modelo de vida de uma adolescente de classe média quando comparado com as colegas de escola.

O caos doméstico é tão intenso que chega ao ponto de faltar comida na geladeira, não por uma questão financeira e sim por absoluta falta de senso prático de Lúcio, o que força Abigail e Berta a encontrarem formas alternativas de sobrevivência como bater na porta das vizinhas para pedir ovos ou que Berta passe cada vez mais tempo morando em temporadas na casa de uma amiga. Apesar das dificuldades de convivência e algumas brigas entre as irmãs – "ardia uma dinamite improvisada à base de fúria, hormônios, umidade, calor, desamparo logístico [...]" – , existe carinho na relação entre o pai e as duas filhas: "havia uma ligação forte que nos unia, um sentimento bruto de família, uma cumplicidade gelatinosa que nos protegia como uma placenta". Essa relação de amor e ódio entre eles é muito bem construída pela autora ao longo do romance, sobretudo ao utilizar uma personagem-narradora que é pouco confiável devido às crises típicas do amadurecimento.

"Meu apartamento não era ventilado e limpo como o de Neca. Nem asséptico e com cheiro de lavanda como a cabine do banheiro do colégio. Naquele lar as baratas não sofriam acuadas. Mesmo que, num mau dia, uma ou outra fosse esmagada pela ira existencial dos inquilinos (minha família), podia-se muito bem considerar nossa casa um local seguro para esses dóceis insetos de patinhas serrilhadas. Os insetos adoravam dormitar nas xícaras, explorar os recônditos dos nossos tênis, mergulhar no resto de água do garrafão, palmilhar nossas escovas de dentes. Havia um cheiro doce de barata que incensava nossa vida. Havia um consenso íntimo também. Eu fazia vista grossa à infestação de insetos e, em troca, esperava que houvesse o mínimo de respeito da parte deles. O de não subir em meu rosto enquanto eu dormia, por exemplo. Na maior parte do tempo as baratas cumpriam nosso acordo tácito e permitiam que a vida fosse mais suportável. Muitas vezes eu esquecia delas e dormia enrolada no lençol fino e cheirando a sebo. Mas cedo ou tarde encontrava uma patinha solta na gaveta de talheres ensebados da cozinha, e a vida voltava a ser indecifrável, como o nosso apartamento escuro, onde a luz não batia na sala. Até porque não havia sala. Havia um depósito de caixas de papelão entulhadas de livros que esfarelavam com o tempo. Algumas das caixas tiveram que ocupar a varanda por falta de espaço. Então chovia, e as caixas ficavam encharcadas e depois secavam com o vento e o sol. Passados uns anos, elas viraram um monturo de mofo e de ninho de cupim. A ideia de abrir a porta de vidro com esquadrias enferrujadas era tão apavorante que decidimos não a abrir nunca mais." (pp. 10-11)

O apartamento 402, onde convive esta família completamente disfuncional, é uma presença tão forte no romance que – com sua geografia caótica que inclui estalactites de vazamentos do teto mofado e cheiros peculiares como o vapor frio e sulfuroso da geladeira com alimentos estragados – pode ser considerado como mais um personagem na trama. Neste ambiente doentio e claustrofóbico todos precisam vencer as suas próprias dificuldades e seguir com a vida. As descrições sensoriais do livro podem chocar leitores mais suscetíveis como, por exemplo, quando a autora lança mão de um "cheiro doce de barata", mas há um contexto justificável.

A narrativa é normalmente pontuada por um tom bem-humorado, típico da adolescência, como no trecho em que Abigail descreve que gostaria de ser uma "adolescente limpa, bem-cuidada, respeitada, digna de receber edredons macios, abajures de luz tênue, cômodas higienizadas, e, claro, com todas as gavetas funcionando perfeitamente, roupas bonitas, cortinas diáfanas, tapetes felpudos, cortiça em formato de coração pregada na parede e abarrotada de fotos de festas de aniversário memoráveis [...]", mesmo que essa postura esteja em alguns momentos bem mais próxima do tragicômico, como fica claro no decorrer do romance.

"O Aramis tinha escoliose. E nojo de menstruação. Mas essa última peculiaridade só fui descobrir meses depois da festa do Morta. A escoliose descobri naquele mesmo dia, sentada sobre a mureta (ele me deu pezinho para que eu pudesse subi-la e depois se alojou por entre minhas pernas). Ali mesmo o Aramis me pediu em namoro, antes de me beijar, durante a festa de aniversário do Morta, onde os convivas balançavam a cabeça diante de um som mecânico que vomitava Brujeria e estourava as caixas de som e os ouvidos de quem ia à mesinha de plástico arranjada no salão de festas se servir de 51, Sprite ou loló. Enquanto Aramis deitava docemente as mãos sobre a minha calça jeans, ele ensaiou uma expressão séria, antes de me avisar que já tinha uma namorada; contudo, havia um pequeno detalhe a ser esclarecido: só ela não sabia que estava namorando ele. Minhas sinapses demoraram alguns segundos para entender que aquele era o pedido oficial de namoro mais fofo da história. Nos beijamos e eu fiz carinho em suas costas curvas. Seu beijo era morno e perfumado; o cheiro de amaciante impregnado em sua camisa preta do Napalm Death me aconchegou. Àquela altura, era o dia mais feliz da minha vida. Uma semana depois já estávamos praticamente casados no que diz respeito a tempo de convivência (24 horas por dia, sete dias por semana, já que desde o primeiro dia dormíamos juntos, almoçávamos juntos, tomávamos banho juntos e até fazíamos cocô juntos) e de brigas (chinelas eram lançadas em ambas as direções com fúria e ciúme, sonetos de declaração de amor eterno ou de pedidos de desculpas serpenteavam as últimas páginas dos nossos cadernos escolares, traçados com garranchos trêmulos de caneta BIC). [...]" (p.p. 44-45)

Utilizando uma técnica eficiente que alterna fluxos de consciência e fragmentos narrativos do diário da personagem, Natércia Pontes nos apresenta um romance de formação diferente e sensível ao escrever sobre um tema sempre importante na literatura: as dores do amadurecimento e as dificuldades das relações humanas, em especial as familiares.

Sobre a autora: Natércia Pontes nasceu em 1980, em Fortaleza, e mora em São Paulo. É autora de Copacabana dreams (Cosac Naify, 2012), finalista do prêmio Jabuti.
comentários(0)comente



Douglas.Bonin 13/11/2021

Os tais chatinhos
Deitado em minha cama, enquanto deveria estar estudando, penso no que dizer a vocês sobre este livro. Apesar de ser uma leitura rápida, em alguns momentos precisei largar e pensar para onde a narrativa estava indo. Talvez eu precise pensar para onde a minha vida está indo.

A trama se âncora em três personagens, um pai e suas duas filhas jovens. Quem narra - como um diário - é uma das meninas, e que fala sobre o seu dia a dia naquela casa de acumulador, abarrotada de caixas e restos.

Consigo pensar em duas leituras para este livro e peço perdão por uma possível viajada, mas uma leitura superficial revela um livro louco, que vez ou outra se perde numa confusão de relatos. Outra leitura, e a privilegiada, é a apresentação daquilo que ocorre na cabeça daquela jovem em plena fase de hormônios.

Defendo isso com base nas caixas, que de certa forma não interferem na trama, mas estão lá, carregadas de memórias - muitas das quais inúteis - mas que a jovem no seu processo de crescimento não consegue se desfazer. E este processo que a personagem passa na história, gerando seu amadurecimento, culmina com um final em uma "casa vazia", mas que começa a entulhar novas caixas e afins.

Sei que dei uma viajada, foi necessário e o livro me permite isso. Não recomendaria a leitura, mas não é uma perda de tempo. Caso queira ler, ficarei feliz em conversar.
comentários(0)comente



Lulu 24/01/2022

Espetacular
O tanto que eu AMO livros do gênero ficção/amadurecimento não tá escrito!
O que a Natércia fez nessa obra é lindo! Um romance tão áspero e tão real sobre uma família com integrantes de personalidades únicas, é possível sentir o cheiro do apartamento, a descrença das irmãs, a negligência do pai?
Indico demaisssss!
comentários(0)comente



carol.pinheiro 02/05/2021

Pensando nesse livro até agora ...
Faz um tempo que eu terminei de ler esse livro e estou pensando nele até agora.
É muito difícil explicar o que ele é, porque ele vai ser uma coisa para cada pessoa que ler.
Eu nunca tinha lido algo igual, é delicado e profundo.
Conta a estória de uma família em que o pai é acumulador e vocês não tem noção de como é o apartamento em que eles vivem, mas não é só isso ... é sobre muitas coisas, é sobre tudo! Principalmente sobre o amor.
Tentem juntar também esses caquinhos!
comentários(0)comente



ALLAN 29/03/2021

Fui com expectativa alta
Segundo livro lançado pela Natércia, mas é o primeiro que eu leio. Um lançamento da Companhia das Letras para o mês de fevereiro.

Os tais caquinhos conta a história de Abigail e Berta, duas irmãs adolescentes que vivem com seu pai Lucio em um apartamento imundo de classe média.

A trama do livro se desenvolve em meados dos anos 1990 e é ambientada em uma cidade litorânea do nordeste brasileiro.

A história é um pouco incômoda já que se trata dos acontecimentos ao redor desta família disfuncional e é contada do ponto de vista de Abigail. O livro é composto por fragmentos que diretamente nos remetem ao título da obra.

A descrição de cenas escatológicas, baratas e mofo é tão bem feita que a leitura causa certo incômodo em alguns momentos. Além do ambiente é relatado por Abigail pormenores da falta de higiene de seu pai. Fica o alerta para leitores mais sensíveis.

O livro é muito bem construído a autora Natércia Pontes consegue passar um senso de unidade e cumplicidade em meio ao verdadeiro caos. Aprendemos que as relações familiares ocorrem até mesmo neste improvável lar.

O livro foi completamente diferente do que eu imaginava e a estrutura narrativa foi criada de forma inteligente.

Enfrentei duas grandes dificuldades, a primeira foi que o livro não faz parte dos gêneros que gosto, mas eu quis arriscar. A segunda é que eu fui com uma expectativa bastante alta para a leitura e ao final não era o que eu esperava.
comentários(0)comente



samuca 15/08/2022

Jamais ler enquanto estiver comendo
Pra começar,
Quem vai colar
Os tais caquinhos
Do velho mundo?

De revirar o estômago, o livro coloca os leitores dentro de um apartamento de um acumulador. Um puro caos, grude, sujeita por toda parte. A família que vive em meio a tudo isso encontram-se da mesma forma, totalmente bagunçada.
comentários(0)comente



Dani Pontes 08/04/2022

Angustiante
Um livro dolorido, incômodo, angustiante... uma situação de vida tão ruim q chega a dar náusea.
A gente lê torcendo e esperando pelo melhor sem saber como poderia vir...
comentários(0)comente



Guynaciria 19/04/2021

Os tais caquinhos- Natércia Pontes
@companhia das letras
Nota

Abigail, Berta e Lúcio , são os três moradores do apartamento 402, onde reina o caos e a sujeira. Logo de cara vemos que Lúcio é um acumulador compulsivo, que guarda as coisas mais estranhas, tornando sua casa um lugar insalubre para suas duas filhas adolescentes viverem.

Lúcio, é um pai amoroso, porém inapto. Ele deixa as meninas passarem fome de forma constante e diz que isso é bom para elas. Além de deixar as duas em estado de semi abandono, porém dá pra ver que da sua forma torta, ele às ama.

As meninas vão se criando, aproveitando todas as oportunidades que surgem e sofrendo agressões inimagináveis de terceiros, advindas do abandono afetivo que tornou elas dependentes das migalhas de afeto dos outros.

Uma das garotas chega a passar muito tempo na casa de amigas, quase não voltando para o lar. Vivendo da caridade dos pais das amigos.

Berta é dita popular, e isso acaba facilitando as coisas para ela. Já Abigail é uma adolescente tímida, carente e dependente. E triste ver que as meninas praticamente não teriam futuro, que seu pai se encarregou disso.

Ele livro fala sobre os fragmentos de acontecimentos que vão formando a história, a vida das personagens feitas a partir dos cacos do que ficou pra trás.
comentários(0)comente



Rafaela.Maria 27/04/2021

um livro que exala cheiro e inexistência
Ler Os Tais Caquinhos me deixou muito incomodada. Primeiro, pelo ambiente em que os personagens vivem; uma casa atolada de entulho e vazia de coisas básicas para sobrevivência. Além disso, a descrição conflituosa da personagem principal é carregada de imagens que nos deixam com raiva e enojadas.
Por último, e o que torna esse livro uma indicação, é que ele retrata dolorosamente uma adolescência sem nenhum apoio parental. As personagens se encontram totalmente alheias ao mundo e acabam sofrendo muito com a falta de ter um pai e uma mãe que explicassem o básico da vida.
Esse livro me fez sentir um cheiro azedo e um desconforto com as palavras. Isso que é leitura!
comentários(0)comente



Aline | @42.books 28/09/2021

Quem vai colar os tais caquinhos?
Comovente e sensível, esse livro é um apurado de memórias cotidianas recortadas de forma singular. O espaço sujo e claustrofóbico do apartamento 402, a relação de proteção e sabedoria de um pai amoroso, e a descoberta do mundo por uma jovem adolescente. Gosto de como os espaços, pessoas e relações são montados e como fundam bem a base de uma história contada por curtos trechos de lembrança. Saí comovida da experiência, como se transportada para aquele pequeno espaço-tempo.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Lais da Mata 20/12/2021

Esperei tanto pra ler esse livro esse ano!
Que escrita maravilhosa da autora! Consegui sentir o cheiro da casa de Abigail, do cabelo do pai. A indiferença da mãe, a inconformidade da irmã... que experiência!
comentários(0)comente



59 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR