Eddie Saraiva 16/09/2020
E assim termina uma trilogia
Círculos de Chuva é o terceiro volume da trilogia Dragões de Éter, do autor Raphael Draccon. Uma literatura fantástica nacional que simplesmente invadiu meu coração, logo eu que tenho um fraco para histórias que envolvam fantasia e, mais especificamente, contos de fada.
Círculos de Chuva se inicia com o que seria uma "adaptação" de "João e o Pé de Feijão", com o nosso jovem Jack Spriggins se aventurando no que seria a "Uma árvore capaz de nascer no fundo do mar, e terminar nas nuvens do céu. A Árvore do Criador. A Árvore que não se escala. [...] A Árvore do mundo." (p. 11).
Nesse prologo temos a apresentação do saudoso conto de fada do jovem que precisa vender sua vaca amiga, mas acaba trocando-a por feijões que alegam serem mágicos. Temos também uma conexão com contos nórdicos, dando referência a Yggdrasil, a Árvore da Vida, e a serpente Níðhöggr, como um lindo e belo Dragão de Éter.
O pequeno e inocente ato de subir a Árvore da Vida indo em direção ao reino dos Gigantes, Brobdingna - o reino proibido a qualquer humano de Nova Éter, repercuti em vários pequenos e grandes marcos na história do Continente Ocaso. Bruxas, Fadas Caídas, Bestas, Gigantes.... um grande e variada frente de inimigos ao longo do continente, cercando e confrontando nossos heróis, príncipes e princesas.
Círculos de Chuva vem pra fechar a trilogia (até então) de Dragões de Éter. Todas as desventuras e aventuras tecidas ao longo do primeiro e segundo volume, apresentam seu desfecho aqui. Ou será que ainda tem fio pra sair de tear? Só posso dizer que o final do livro, e não das histórias do livro, deixam uma interrogação (?).
Com relação aos relatos de guerra, senhor, sim senhor, presentes ao longo do enredo, podemos vislumbrar e imaginar um verdadeiro campo de batalha a lá Warcraft. Pelo menos, no meu ponto de vista, me fez relembrar muito esse jogo. De um lado a campanha dos humanos, com armamento e magia arcana. Do outro temos a campanha de bestas e feras com seus druídas.
Mas vamos falar dos contos de fada que o volume apresenta.
Com exceção dos que já foram mencionados ao longo do primeiro e segundo volume, temos aqui:
- João é o pé de feijão;
- Mulan (demorei pra perceber, mas percebi);
- Atlântida;
- Patinho feio;
- Os três porquinhos (temos uma menção, não exatamente personagens);
- Sinbad;
- Peter Pan;
- O Quebra-Nozes
- Rapunzel
Caso tenha me escapado alguma, por favor, mencionem.
E pra fechar, não posso esquecer de mencionar a religiosidade, misticismo e espiritualidade que o início e meio do livro nos trazem. Lembra dos covens e das reuniões dos mais poderosos Feiticeiros, bruxas, magos, Necromantes e etc do volume anterior. Algumas menções também são feitas à alguns desses personagens, Madame Viotti e Mãe Gorda estão presentes, em momentos, em marcos. Além disso, a menção ao Avatar de Nova Éter é questionada no início, no meio e retomada no fim. Quem será o Avatar, o escolhido, a própria essência de éter, o dragoniano?
Eu confesso que amei ler esse volume, como os anteriores também. A simbiose entre os contos de fadas, unidos como um só é magnífica, a duplicidade de personagens que de certo modo faz sentido quando vistos isolados. Espero ansiosamente pelo volume 4 que foi anunciado antes de terminar a minha leitura, e deixo aqui minha sugestão e apelo.... @RaphaelDraccon faça uma história que envolva Oz, Alice no país das Maravilhas, Alladim e O quebra-nozes, por favor!