Apague a luz se for chorar

Apague a luz se for chorar Fabiane Guimarães




Resenhas - Apague a luz se for chorar


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Renata (@renatac.arruda) 04/04/2021

Vi muitas pessoas recomendando este livro e fiquei curiosa. Achei que se tratasse de um drama e me surpreendi ao me deparar com um thriller. Ou quase isso.

Digo "quase isso" porque o romance não segue as fórmulas típicas de um thriller. Na verdade, ele se concentra mais em nos ambientar na vida de dois personagens, Cecília e João, habitantes solitários de grandes metrópoles, cada um com suas dores: ela acaba de perder os pais, enquanto ele luta para cuidar sozinho do filho com paralisia cerebral.

Parece trágico, mas a autora é hábil em não apelar para o sentimentalismo fácil e opta por uma narração que oscila entre o senso de humor divertido e o duvidoso, o que algumas vezes soa desnecessário. Um exemplo é que, pra dar o tom moralmente questionável do universo de João, é usada uma linguagem cruel a respeito do menino com deficiência, provavelmente em um esforço para se aproximar da crueza dos pensamentos que as pessoas não tem coragem de dizer, o que acaba destoando da sensibilidade do resto da narrativa e soando forçado.

Apesar disso, a história contada é muito boa e nos deixa pensando sobre as relações familiares, o luto, a sobrevivência, e as marcas que ficam para o resto da vida. E mais não digo para não estragar o enredo. ?

Pra quem estiver buscando uma leitura rápida e despretensiosa, vale conferir.
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Sil 02/04/2021

Como eu disse na postagem de ontem eu irei participar do desafio 5 livros nacionais em 5 dias promovido pela Companhia das Letras e o primeiro livro que escolhi foi Apague a Luz se for Chorar, um drama com um pouco de suspense escrito por Fabiane Guimarães.
O livro tem dois personagens principais, Cecilia e João. Quando acompanhamos Cecilia temos uma narração em primeira pessoa, já com João a narração é em terceira pessoa. Cecilia perdeu os pais em uma morte que lhe causa desconfianças, principalmente após o aparecimento de um suposto irmão e as visitas de um primo inexistente relatada pela vizinha de seus pais. Ela vive no Rio de Janeiro, bem longe da pequena cidade no interior de Goiás onde seus pais se escondem, por isso nunca teve tanto contato pessoalmente com eles nos últimos anos e por isso há coisas que ela não sabe sobre eles e se choca ao descobrir depois. João é veterinário que trabalha em algo que podemos chamar de canil, com vários animais abandonados onde alguns vão para adoção e outros são sacrificados. Ele tem essa missão e por fazer há tanto tempo ele perdeu qualquer tipo de remorso que isso poderia causar, "matar" os animais ali para ele é rotina. João tem um filho pequeno que nasceu com paralisia cerebral e ele é o único responsável pela criança, contando com a ajuda de uma babá. Ele descobriu sobre um tratamento experimental com células-tronco que é realizado no China e precisa arrumar dinheiro para conseguir ir com o jovem Adam.

Cecilia é uma personagem cativante. Uma mulher que sofreu grande decepção amorosa e precisou se reerguer sozinha em um novo lugar para tentar esquecer o passado. Apesar de pouco ver os pais ela os ama e sente falta deles, mas o medo de admitir que precisa deles é maior do que qualquer coisa, além da vergonha por ainda necessitar deles financeiramente, já que sua vida está um desastre e ela está desempregada. A história tenta criar uma trama de suspense quando ela começa a desconfiar da morte dos pais, por ter sido de um jeito que poucos acreditariam, e isso recai para Caio, seu suposto meio-irmão que está ali para reivindicar sua parte do testamento. Acho interessante a desconfiança nele, entretanto o livro é muito curto para conseguir desenvolver isso tão bem, de uma forma em que o leitor compre as paranoias dela para desconfiar dele. E sim, faz todo sentido desconfiar dele, mas só pelo menos que faz sentido, o livro não alimenta essa desconfiança por muito tempo e isso acaba acabando com o suspense muito rápido. Mas ainda acho que a melhor parte é Cecilia acabar conhecendo melhor seus pais após a morte deles e também se conhecendo, em alguns aspectos.

O tanto que eu gostei dela eu posso dizer que senti desprezo por João, isso porque apesar de tentar mostrar ser um pai preocupado ele não se importa de verdade com o filho dele e isso é perceptível por todas as vezes que ele mal deu atenção ao menino. Em relação a forma como o livro descreve Adam eu não gostei, na verdade eu não gostei nem um pouco. Como eu disse ele nasceu com paralisia cerebral e pelas descrições do personagem na obra ele é de nível 4, o mais critico de todos. Essas pessoas não tem nenhuma autonomia do seu corpo, não podem andar, não podem falar, algumas não podem nem comer e precisam usar sonda a vida inteira e sim, é triste uma pessoa ficar presa em seu próprio corpo, entretanto no caso de João ele descreve o filho como se ele fosse somente um "vegetal ambulante" (palavras do próprio personagem), um "moleque inútil" (também palavras do próprio personagem). Sério, é revoltante esse pensamento de um pai para com seu filho e pior ainda é pensar que existem pais, famílias, que pensam isso das crianças com paralisia cerebral. Mas no livro em si o que mais me revoltou é que a impressão que da é que todas as crianças com paralisia cerebral não expressam sentimentos, ou não sabem o que quer, a impressão que o livro passa é que essas crianças não tem um pingo de inteligência só porque estão em uma condição que muitas habilidades naturais do ser humano não serão desenvolvidas. Bom, nos últimos 3 anos eu convivo com uma criança com paralisia cerebral e posso dizer com toda certeza que está longe de ser como as descrições do Adam, e olha que eu também estou falando de uma criança nível 4 que os médicos já tiraram todas as esperanças dos pais de que um dia ela irá se alimentar com a própria boca ou irá conseguir falar alguma coisa. Não sei exatamente a intenção da autora com as descrições de Adam, e se foi para deixar o leitor com ranço de João eu até entendo, mas faltou um tato para explicar em uma nota de rodapé que paralisia cerebral tem diferentes níveis e que cada pessoa que tem essa condição se desenvolve de formas diferentes, de acordo com o acompanhamento médico que possui, as terapias que fazem e tudo mais.
O livro tem uma narração muito fácil e gostosa de acompanhar, mesmo não gostando de João eu ainda queria saber mais e mais sobre ele e principalmente Adam, e claro que Cecilia e sua busca por saber o que aconteceu com seus pais me deixaram bastante curiosa e torcendo muito para que ela encontrasse alguma paz com sua resposta. A forma como a vida desses dois personagens acabam se conectando é bastante interessante e, se não fosse spoiler, poderia até fazer um debate sobre isso, já que é um assunto bastante polêmico no Brasil apesar de ser comum em alguns países.


site: https://www.kzmirobooks.com/
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Cris 02/04/2021

Perfeito!
Sabe aquela sensação de querer aplaudir o livro assim que finaliza? MEU DEUS É ISSO QUE EU TÔ SENTINDO NESTE MOMENTO!

Que thriller maravilhoso! Eu achei que soubesse alguma coisa sobre a relação dos dois personagens que dão nome aos capítulos, mas não sabia de nada e fui pega de surpresa!

?Apague a luz se for chorar? é um título tão poético que se a pessoa for ler sem saber dos temas da obra vai se surpreender. Eu que já sabia de tudo fiquei surpresa, então imagina...

Ai totalmente favoritado!
Alê | @alexandrejjr 28/04/2021minha estante
Pois é, Cris, quem faz a literatura contemporânea brasileira tá de parabéns! Esse, os dois da Aline Bei - "O peso do pássaro morto" e "Pequena coreografia do adeus" -, "O avesso da pele" e vários outros! A nossa língua pode ser muito poética às vezes. ?


Cris 29/04/2021minha estante
Com certeza!




Nata 02/04/2021

Um monte de gatilho
Devo dizer que o suspense é, de longe, o mais tranquilo desse livro, que trata de tantas questões morais quanto possível. Não conseguia parar, por mais que cada palavra me atingisse de formas diferentes.

Não sei, tô mal, não consigo falar sobre, mas recomendo.
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Helder 01/04/2021

Deixe-se surpreender por este livro
Apague a Luz se for chorar é o belo e poético título do livro da escritora Fabiane Guimarães lançado pela Editora Alfaguara agora em março.
Confesso que não entendi o motivo do título, mas a leitura me agradou muito e me surpreendeu positivamente.
Este é o primeiro romance da autora, mas já digo que lerei outros livros que ela venha a publicar, pois Fabiane tem o dom da narrativa.
O livro é contado sobre dois pontos de vista.
Em alguns capítulos conhecemos Cecilia, uma mulher beirando os 40 anos, veterinária, separada, sem filhos, que recebe a notícia de que seus pais morreram e precisa voltar para casa em uma cidadezinha turística de Goiás para arrumar o enterro e as documentações.
Estranhamente, seus pais morreram juntos, mas de ataque cardíaco. Nada mais romântico do que um casal morrendo juntos, certo?
Porém ao chegar à cidade ela conhece uma vizinha dos pais que lhe coloca uma pulga atrás da orelha.
A senhorinha foi a pessoa que estranhou o silencio na casa e acabou encontrando os corpos, porém ela tem dúvidas de que as mortes foram realmente uma coincidência do destino.
Em outros capítulos conhecemos João, um homem de quase 40 anos, veterinário que é pai solteiro e mora em Brasília com seu filho que possui paralisia cerebral, enquanto trabalha na Zoonose do estado sacrificando animais que estão doentes ou simplesmente ocupando espaço, já que não conseguiram ser adotados.
João ama demais o menino e sonha conseguir um tratamento especial para ele na China, porém por mais que trabalhe, este sonho está cada vez mais distante. Até que ele tem uma ideia para um novo negócio, que pode lhe render bastante dinheiro. Mas...
Fabiane nos pega pela mão e nos envolve na leitura logo nos primeiros capítulos, intercalando sempre entre Cecilia e João.
Às vezes, em livros com duas narrativas, nos apegamos mais a um personagem do que a outro, e assim queremos mais ler certos capítulos do que outros, mas para mim isso não aconteceu aqui, pois ambas as histórias me cativaram.
A partir de um ponto, vamos percebendo que as histórias vão se encontrar e aí fica mais difícil de parar a leitura, até que, de maneira perfeita, a autora vem e nos dá uma rasteira, trazendo uma solução muito mais profunda e surpreendente do que eu esperava.
Adorei ser enganado.
Além disso, ainda achei a conclusão do livro muito bonita.
Fiquei muito feliz em ver a confiança da autora em sua narrativa e como conseguiu contar uma história tão bem amarrada em tão poucas páginas.
Recomendo a leitura!
Uma otima opção para prestigiar a nova literatura contemporânea brasileira.
Lorena Beatriz 12/02/2022minha estante
spoiler.

Boa resenha!

Na carta de Raul e Margarette, eles contam que Cecília apagava as luzes do quarto e chorava sozinha no escuro, por isso o título, imagino.




Mari 31/03/2021

Adorei!
Eu estava super ansiosa em ler esse livro, já que é um mistério e eu adoro.

Gosto de como a história dos personagens se intercalam e que eles podem ter uma conexão.

Não imaginava o plot, fiquei surpresa! Em diversos momentos, eu estava "oi?".

Muito bom! Gostei mesmo, curtinho, certeza se juntar a quantidade de horas que passei lendo dá menos de um dia!
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Marcia.Santos 31/03/2021

Apague a luz
Um livro forte, marcado por encontros e desencontros, luz e dor, sorrisos e lágrimas. Foi assim que senti cada página.
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ALLAN 30/03/2021

O que este livro quer dizer?
Este livro tem diversas possibilidades de responder esta pergunta.
É um romance composto por duas narrativas uma por Cecília uma médica veterinária que perdeu os pais e descreve seus pensamentos de uma forma um tanto insensível.
Na segunda narrativa o foco é protagonizado por João, pai de Adam, um menino que tem paralisia cerebral, que tenta juntar dinheiro para um tratamento experimental.
O livro é sobre a história dos personagens. Eles não estão ali apenas para fazer a história seguir, são autônomos e diversificados. São pessoas que encontramos no nosso dia a dia e isso trouxe verdade ao livro.
Pensei que eu fosse ficar triste por conta do título do livro, mas na verdade foi uma leitura divertida
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Thammy 30/03/2021

Me prendeu do início ao fim.
Essa é uma história cativante. João e Cecília, tão distantes e tão próximos um do outro, têm em comum suas vidas de sofrimentos distintos e a morte que, ora à espreita, ora concreta, os acompanha em seus destinos.

Li como se assistisse uma novela. Esperava com uma certa ansiedade cada novo capítulo e gostei do "plot twist" escolhido. A autora tem uma narrativa muito objetiva, franca e por mais que, em alguns momentos, faça o leitor não entender onde ela quer chegar, resolve tudo com pitadas de dramaticidade, de paranóia, de realidade, de sentimento, de humanidade. Tudo se entende e se justifica ao final. Era o tipo de leitura que eu precisava para desopilar da anterior. Recomendo e espero pelos próximos livros de Fabiane.
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Ana Lívia 26/03/2021

Resenha de "Apague a luz se for chorar" - É bom, mas podia ser melhor.
Sabe quando um livro te conquista nos 45 min do segundo tempo? Quando ele consegue subir mais uma estrela na nota final já nas páginas derradeiras? Pois foi o que aconteceu comigo ao ler "Apague a luz se for chorar".
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Chegando como uma das promessas literárias para 2021, a narrativa entrelaça duas histórias, dando voz a dois protagonistas: Cecília e João. em alternância de capítulos, a história de Cecília vai sendo contada em primeira pessoa e a de João em terceira. em termos de conteúdo, o contexto inicial é esse: Cecília é uma veterinária desempregada, que precisa voltar para a cidadezinha de Pirenópolis - GO, para enterrar seus pais. os dois, curiosamente, faleceram ao mesmo tempo, duas paradas cardíacas simultâneas, contemplando o por do sol. tal situação deixa Cecília com a pulga atrás da orelha: e se eles não morreram de causa natural, mas sim foram assassinados?
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já João vive uma realidade diferente. ao contrário da mimada Cecília, ele desenvolveu uma casca grossa e quase impenetrável para emoções. sua rudeza tem uma explicação: a mulher o abandou com o filho Adam, que tem paralisia cerebral severa, a própria sorte. seu plano é conseguir recursos para bancar um tratamento experimental para o filho, na China, e para isso ele começa a se arriscar em trabalhos e serviços duvidosos.
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falando um pouco mais sobre a obra como um todo, eu acho muito interessante que esse livro seja vendido sobre o eixo temático de ‘’suspense’’, porque pra mim, o suposto suspense que existe é um detalhe no meio de tantos pontos a serem suscitados. ao meu ver, os pontos principais da narrativa se concentram em explorar afetos e conexões familiares. histórias com passados e presentes obscuros, imperfeitas como aqueles que as protagonizam.
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o livro em si não havia conseguido me conquistar tanto, até chegar próximo do fim. em determinada cena, a narrativa se torna extremamente delicada e tocante, o que fez com que eu subisse a nota dele um tiquinho.
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o livro consegue tratar de temas espinhosos de uma forma muito crua, acredito que seja essa a palavra. há um fundo de delicadeza em tudo, mas o que se sobressai é a crueza e dureza da vida, em todas as suas facetas.
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Alguns aspectos, no entanto, me fizeram abaixar um pouco a nota. Apesar de eu enquanto leitora estar numa vibe de ler livros mais curtos, achei que faltou espaço - páginas - para que esse livro conseguisse se desenvolver por completo. Também foi um pouco difícil pra mim simpatizar com a personagem Cecília.
‘’a gente morre é dos nossos medos’’ (p. 51)

site: https://www.instagram.com/analiviastudiess/
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Flavia Sena 22/03/2021

A história flui bem e tem um enredo pouco usual. Fiquei curiosa pela decisão da autora de revezar um capítulo narrado em primeira pessoa e outro em terceira. Não me identifiquei muito com as personagens, mas o contexto de drama familiar, principalmente nos momentos finais do livro, é bem tocante.
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Pri Faria 26/02/2021

História com potencial
O livro tem uma história interessante, com uma proposta diferente que eu particularmente nunca tinha visto abordado em nenhuma outra leitura, porém para que esse tema fosse abordado (não vou especificar para evitar spoiler) a autora teve que trazer para história o trabalho de veterinários na zoonoses, onde faltou tato, onde faltou informações precisas e até mesmo conhecimento. O livro acaba somente propagando um preconceito maior da sociedade sobre o trabalho de profissionais na zoonoses, onde diariamente estão lutando para mudar, dar qualidade para os animais e não ser só um "abatedouro de cães sarnentos" como a autora retrata no livro. A zoonoses de Brasília mesmo, que foi a retratada no livro, tem um trabalho belíssimo onde voluntários incansavelmente lutam para dar dignidade aos animais e arrumar lares para eles, com amor e carinho.

E faltou empatia da autora também ao retratar um dos personagens que tem paralisia cerebral e a autora usou diversos nomes e termos preconceituosos para retrata-lo, entendo a intenção mas deixou apenas a imagem de preconceito e falta de empatia, carinho e até mesmo noção.

Tinha potencial, tinha uma história boa nas mãos. Mas pela má escolha das palavras, tornou a leitura arrastada, com certa repulsa por tantos preconceitos descritos.
Alê | @alexandrejjr 21/04/2021minha estante
Priscila, mas será que a intenção da autora não era colocar na boca das personagens esse tipo de atitude preconceituosa, justamente pra mostrar as pessoas que pensam assim? ?




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