O Clube dos Anjos

O Clube dos Anjos Luis Fernando Verissimo




Resenhas - O Clube dos Anjos


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Paola 23/11/2022

Há 10 dias vi a adaptação do livro e achei ótima! Mas precisava ler livro, já que nem sempre o filme é tão bom. Adorei o livro também, algumas coisas ficaram de fora do filme (personagens), o que deixa o livro ainda melhor. Gostei ainda mais dos personagens e da história.
Muito bom acompanhar o Clube do Picadinho, um dos meus livros favoritos do ano.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 13/11/2022

Luis Fernando Verissimo - O clube dos anjos
Editora Alfaguara - 144 Páginas - Capa de Claudia Espínola de Carvalho - Lançamento: 2019.

O livro, lançado originalmente em 1998 pela Editora Objetiva, é o terceiro volume da série Plenos Pecados, inspirada nos sete pecados capitais, foi relançado em 2019 pela Alfaguara e adaptado para o cinema neste ano, filme integrante da seleção do 50º Festival de Cinema de Gramado, com Direção e Roteiro de Angelo Defanti e elenco formado por: Otávio Muller, Matheus Nachtergaele, Paulo Miklos, Marco Ricca, Augusto Madeira, André Abujamra, César Melo, Ângelo Antônio, Samuel de Assis e António Capelo. Uma ótima oportunidade para reler a novela de Luis Fernando Verissimo em seu estilo sempre leve e bem-humorado, mesmo ao tratar de temas mais sensíveis, como notamos com a opção por uma falsa epígrafe: "Todo desejo é um desejo de morte" - Possível máxima japonesa.

Dez amigos se conhecem desde a adolescência, "todos mais ou menos da mesma idade e todos mais ou menos ricos" na descrição do narrador-protagonista Daniel, acrescento ainda: todos representantes de uma masculinidade ultrapassada e cada um fracassado na vida a seu próprio modo. O grupo criou a tradição de se reunir em diferentes restaurantes para degustar da boa mesa e do bom vinho, evoluindo para reuniões mensais na casa de cada um e fundando o "Clube do Picadinho". Contudo, devido aos desentendimentos entre eles, além da morte de Ramos, um dos fundadores, os encontros pareciam ter chegado a um melancólico final. A chegada de um talentoso cozinheiro irá reavivar a confraria, mas há um fato novo agora, depois de cada reunião um integrante amanhece morto.

"No início, não era apenas o prazer de comer, beber e estar juntos que nos unia. Havia a ostentação, sim. Depois que trocamos o picadinho do Alberi por coisas mais finas, nossos jantares passaram a ser rituais de poder, mesmo que não soubéssemos então. Podíamos comer e beber bem, por isso comíamos e bebíamos do melhor e fazíamos questão de ser vistos e ouvidos no exercício do nosso privilégio. Mas também não era só isso. Não éramos só filhos da puta. Éramos diferentes, e festejávamos a nossa amizade e a nossa singularidade naquelas celebrações barulhentas de um gosto comum. Tínhamos um discernimento superior da vida e dos seus sabores, o que nos unia mesmo era a certeza de que nossa fome representava todos os apetites que um dia nos dariam o mundo. Éramos tão vorazes, no começo, que qualquer coisa menos que o mundo equivaleria a um coito interrompido. Queríamos o mundo, acabamos como fracassados municipais, cada um na sua merda particular. [...]" (p. 14)

Lucídio é o nome do misterioso cozinheiro que declara pertencer a uma sociedade secreta no Japão, se reunindo uma vez por ano para comer o fugu recém-pescado (conhecido no Brasil como baiacu), um peixe venenoso que se não for preparado por um especialista, pode matar em minutos. Daniel convida Lucídio para cozinhar em uma nova reunião do Clube do Picadinho, depois de provar a omelete que este aprendera a fazer em Paris: "Tostada só até o ponto da perfeição por fora, úmida por dentro, espalhando-se no prato com a consistência de uma baba dos deuses." E, depois de alguma relutância dos amigos, é marcado o encontro à base de bouef bourguignon, preferência de Abel, o primeiro a morrer depois do jantar, muito elogiado por um discurso de um dos confrades, o próprio Abel.

"Todo o jantar foi uma maravilha. Depois dos canapés, fundos de alcachofra ao vinaigrette. E quando eu trouxe o boeuf bourguignon da cozinha, provocando um 'Meu Deus do céu' do Abel ao avistá-lo, fui recebido com uma ruidosa reivindicação da mesa entusiasmada. Queriam saber quem era o cozinheiro misterioso. Contei quem era o Lucídio, ou o pouco que sabia delxee. Nosso encontro na loja de vinhos. A sua omelete perfeita, que me levara a aceitar sua oferta de cozinhar para o grupo. E a sua história do fugu e da sociedade secreta. Alguém disse 'Esse cara não existe, você está inventando!'. Paulo disse que tinha lido alguma coisa sobre a tal sociedade, mas num livro de ficção. 'História', disse Pedro, com a boca cheia de carne. 'O cara está te gozando.' Tiago disse que o Lucídio podia ser um farsante, podia até ser uma invenção minha, mas era um grande cozinheiro. Marcos disse 'O homem é um gênio!' e insistiu que o trouxesse da cozinha para ele provar que existia e receber os aplausos do grupo. 'Calma, calma', respondi, sem qualquer intenção de sair do meu lugar antes de terminar o que era o melhor boeuf bourguignon que já tinha provado na vida. Abel mastigava de olhos fechados. Mais de uma vez repetiu 'Meu Deus do céu' e, quando terminou de comer, declarou solenemente 'Eu agora posso morrer', provocando gargalhadas. As gargalhadas mais altas foram do Paulo. O grupo estava reconciliado. Lucídio nos resgatara do fundo." (pp. 41-2)

Com a continuidade das reuniões, fica claro que o preço de saborear a comida predileta deve ser pago com a própria vida. E, apesar das mortes, os encontros continuam a ser celebrados pelo grupo de amigos, cada vez mais reduzido. Afinal, por que estes homens continuam retornando aos jantares? Uma das possíveis explicações pode estar na compulsão da gula e na iminência da morte que parece motivar aqueles homens fracassados em suas vidas, nas palavras de Ramos: "Não é todo dia que se quer ver um pastoso Van Gogh ou ouvir uma crocante fuga de Bach, ou amar uma suculenta mulher, mas todos os dias se quer comer, a fome é o desejo reincidente, pois a visão acaba, a audição acaba mas a fome continua [...]"

"Nossa passagem ritual da adolescência para a maturidade se dera na mesa de um restaurante, quando Ramos nos explicara por que a carne bem passada deixava o reino das iguarias e entrava no reino das utilidades, como a sola de sapato. O que foi uma revolução na vida de Abel, nosso piedoso assador. Segundo Samuel, foi ali que Abel começou a perder a fé. A revelação da superioridade do cru sobre o muito cozido funcionou como uma catequese ao contrário para Abel. Havia uma incompatibilidade intrínseca entre a carne malpassada e a metafísica, e Abel optara pela carne sangrenta. / Não sei se o André estava muito interessado na minha recapitulação afetiva ou se só queria mostrar seu sentimento pela morte do Abel. Depois que descobrira que nós não éramos, afinal, 'le crème de le crème' ele não se interessava pelas nossas histórias e demonstrava até uma certa repulsa física, pelo esquerdismo histriônico do Paulo, pela decomposição do Samuel e pela minha barriga, nessa ordem decrescente de horrores. Agora lamento que não o deixei falar mais, naquela noite, enquanto esperávamos os outros e, na cozinha, Lucídio preparava a última paella da sua vida." (p. 55)

Sobre o autor: Um dos escritores mais importantes e populares do país, Luis Fernando Verissimo nasceu em 1936, em Porto Alegre. Filho do romancista Erico Verissimo, é autor de best-selllers como "Comédias para se ler na escola" e "As mentiras que os homens contam", e criador de tipos marcantes como a Velhinha de Taubaté, Ed Mort, o analista de Bagé, Família Brasil e As Cobras. Escreve semanalmente para os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, e tem livros publicados em 22 países.
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Alexia180 19/08/2022

"Todo desejo é um desejo de morte..."
"Um grupo de velhos amigos vê os laços de amizade restaurados em um nababesco banquete proporcionado por um cozinheiro misterioso. Porém, depois da noite mágica de gula e alegria, um deles amanhece morto."

Não comece a história imaginando ter algum tipo de simpatia pelos personagens, eu odiei cada um deles e fiquei feliz quando eles morrem. A minha pena é das coitadas das mulheres da história que tinham que conviver com eles.

É uma daquelas histórias que você gosta de odiar.

As reflexões sobre os pecados, as inspirações em Shakespeare, as análises sobre a nossa mortalidade, tudo isso torna a história deliciosa.

Um livro excelente, a leitura e fluida e fácil, é pequeno e pode ser lido em um único dia. Veríssimo é um dos meus autores preferidos, as partes mais filosóficas são as minhas preferidas.
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Yasmim 07/08/2022

Simplesmente nao consegui terminar de ler de tão ruim que é, mano, nao entendi nada, e nao gostei, so marquei que terminei, pq nao gostei nao?
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03/08/2022

inesperado
realmente entrou para a lista dos meus livros que mais me surpreendeu, não esperava muita coisa já que se inicia com umas falas um pouco dificéis de compreender, como que ''no meio da história'' algo que funciona em filmes e que desta vez funcionou neste livro.
o plot twist no final do livro é surpreendente, a questão da dúvida a cerca do que vai acontecer com o Daniel é tremenda, o desejo de uma continuação é gritante!
nota 10!
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Dirlene Rezende 02/08/2022

Muito bom
Gostei. Leitura que prende, só queria entender pq sobrou um. Bom o motivo me deixou bem surpresa. Eu achei uma leitura fácil.
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Marcela Bomfim | @TeIndicoTodoDia 03/07/2022

O CLUBE DOS ANJOS- LUIS FERNANDO VERISSIMO

O Clube dos Anjos conta a história de dez amigos que se entregam por completo ao prazer da GULA. Durante 21 anos, o “Clube do picadinho” fundado pelos amigos, possuía reuniões mensalmente para jantares cada vez mais sofisticados, até que acontecimentos estranhos que envolvem a morte dos membros, mudaram o rumo dos homens do clube.

O que eu achei?

Admito que não tinha pretensão de ler este livro, mas ele foi uma indicação e super deu certo para mim! Acompanhar essa história foi de tirar o fôlego. Embora a narração seja feita por apenas um dos membros do clube, os demais personagens são intensos e cada um possui suas particularidades e são explorados na medida certa no livro.

O livro em que a gula, um pecado capital, e a euforia do homem são relacionados de uma forma forte e que podemos notar o desejo da fome, vai certamente possuir passagens filosóficas e algumas frases que são metáforas para algo muito maior e isso é genial! Além disso, as citações de Shakespeare (Rei Lear) durante os capítulos do livro, dão uma sensação de suspense e nos fazem ter ideia do que de fato ocorreu na trama.

O livro é pequeno e pode ser lido em um dia apenas. Além disso, a narrativa te prende e te deixa curioso para saber como os fatos ocorreram, mesmo que logo no início do livro você já saiba do final. Mas, ele nos mantém presos e curiosos. O autor é criativo ao ironizar o desejo de comer misturado ao prazer, ao tesão de saber que ao se entregar a este pecado, o resultado é a morte. Logo, trama é cheia de mistérios que mexe com os sentidos dos leitores. A leitura é feroz e voraz, nos faz querer devorar! É realmente como a gula. Esta, elemento, ou pecado, é a grande chave da história do livro.

Ah, este livro faz parte de uma coleção chamada : “Plenos Pecados”. Espero poder ler os outros!
Boa leitura.

site: https://www.instagram.com/teindicotododia/
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Rodrigo 03/05/2022

Confraria de bons vivants
Mais uma vez Luís Fernando Veríssimo surpreende ao trazer a comida como personagem em seus textos.
Desde a Mesa Voadora que me tornei fã desse escritor e fui "pego pela barriga" após a leitura deste livro.
Uma verdadeira orgia gastronômica!!!!
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dóris 12/04/2022

Gula - O clube dos anjos
Eu simplesmente adorei! Foi um livro que tive que escolher entre vários outros para ler para a escola e tenho que dizer que possuo 0 arrependimentos.
A escrita é fluída e muito fácil de acompanhar, diferente desse livros mais clássicos que possuem palavras difíceis de compreender.
Eu ri muito durante a leitura - talvez porque meu senso de humor seja um pouco quebrado, mas enfim - realmente me diverti acompanhando esse "mistério".
É totalmente o contrário dos dramas polícias, sendo que o assassino e o crime já são ditos desde a primeira página.
Recomendo muitíssimo! Cinco estrelas e favoritado.
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Thamara 28/03/2022

DANIEL, CHEGA!
Que livro fascinante, pequeno, que pode-se apreender várias sobre nossos vícios secretos... Uma lição também sobre LIMITES.!
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amanda weibel 23/02/2022

não tem nem o que falar? foda foda foda! amo narradores irônicos pqp! ansiosa pra ler o resto da série dos pecados.
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oteatrodosvampiros 09/02/2022

?A FOME É O ÚNICO DESEJO REINCIDENTE?
Esta obra apareceu em minha vida recentemente e por intermédio de um amigo, que gosta da mesma e, segundo o próprio, adquiriu o costume de presentear, ao longo da vida, seus camaradas com ela. Sei que não sou o primeiro e torço para não ser o último a participar disso. Talvez eu pegue o costume para mim, mas com outro título. Esse já pertence ao Guto.

Ao ganhá-lo, meu pensamento foi de terminá-lo rapidamente para debater em seguida com quem me presenteou. Tomei coragem de deixar outro livro de lado, com o qual eu estava em um relacionamento infértil, por este motivo. Considero que foi uma experiência renovadora pela diferença de temas. Verdade seja dita, apesar da responsa de conferir a obra, ela me ganhou por mérito próprio. E rapidinho, já que possui apenas 125 páginas. Íntima, direta, debochada, irônica e cheia de humor ácido são algumas das características da escrita de Luis Fernando Veríssimo em ?O CLUBE DOS ANJOS?. O tipo de escrita que gosto e uso como referência para escrever. Tipo agora. Pois não sou muito de formalidades. Nem literárias. Mais jovem, eu usava palavras raras para me testar e testar o leitor ? talvez um fútil exercício de ego ? mas, hoje, gosto de escrever de forma direta para o receptador da mensagem a entender clara e rapidamente. Também tento ser assim na vida real e no dia a dia mas, pelas emoções do momento, nem sempre consigo.

A história gira em torno do ?Clube do Picadinho?, um grupo de amigos que se encontram, há tempos, uma vez ao mês para jantar. A repentina proximidade de um personagem externo com o Clube e o fato de seus integrantes começarem a morrer após os jantares são os temas centrais da trama. Veríssimo cria camadas distintas para cada um de seus personagens e os explora de forma sempre bem humorada. Um enredo simples, mas divertidíssimo pelo tom da escrita e pelas peculiaridades de André, o narrador, e companhia. Quem tem um grupo de parças firmeza, onde há ainda aquela pureza adolescente, deverá se identificar com o pessoal do livro. Não sei vocês, mas, eu, por exemplo, quando estou com os meus, sinto a reunião das Joias do Infinito.

?Histórias de amor são aborrecidas. Principalmente histórias complicadas de amor. A infinita variedade do comportamento humano não tem o fascínio que dizem. É, sim, a causa de todos os nossos aborrecimentos.? (pg. 95)
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