Edson Camara 17/04/2023
Este livro é bom, é cruel, é real, mas é muito bom.
Eu gosto de histórias policiais brasileiras, eu gosto de histórias passadas na década de 1970
Eu vivi o final da minha adolescência e início da vida adulta na década de 1970 e tenho uma certa nostalgia com a época.
O primeiro parágrafo, na primeira página já mostra que Marçal sabe escrever histórias marcantes, ele já te fisga aí e não vai te soltar mais até o final. Vamos nos pondo a par das histórias e da vida dos personagens, aos poucos, mas com consistência e firmeza, misturando os lugares, os tempos e as emoções. Marçal vai nos mostrando a personalidade e o jeito de cada um, só para te fazer gostar e odiar de certas pessoas. A vida de Miguel, Nádia e Ingo, os principais personagens, vão passando na sua frente e ao menos eu fui tomando partido desde cedo, torcendo para o casal ficar junto e viverem felizes para sempre. Mas se a vida não é cor de rosa, também não é o papel no qual este livro foi impresso. Coisas ruins acontecem, gente sofre, gente morre, tem aflição, angústia e dor, muita dor. Tirando Nádia, talvez, não há santos aqui, todos tem sua parcela de ruindade e mau caráter carimbados na testa, são criminosos, dos dois lados do balcão, mesmo assim eu torci muito pra tudo acabar bem, mas não acaba, o último capítulo é para estômagos fortes.
Fiquei triste e feliz com este livro, triste por ser bobo e acreditar que finais felizes de contos de fadas existem e feliz por ter lido uma obra sensacional da mais pura literatura policial brasileira.