Fernanda631 31/07/2023
O Assassinato de Roger Ackroyd
O Assassinato de Roger Ackroyd foi escrito por Agatha Christie e publicado em junho de 1926.
Esse livro se tornou o primeiro grande sucesso de Agatha Christie, sendo considerado até hoje um dos melhores livros da “Rainha do crime”.
A história se passa em King’s Abbott, uma pequena vila da Inglaterra onde todos se conhecem e se intrometem uns na vida dos outros. É lá que mora o rico industrial Roger Akroyd, que acaba sendo assassinado com uma punhalada nas costas após um jantar em sua mansão.
Roger Ackroyd um dia convida o dr. Sheppard para um jantar em sua casa, junto a alguns familiares e convidados e, ao fim da refeição, Roger chama o médico para uma conversa particular em seu escritório. O homem está com os nervos a flor da pele devido a diversos problemas, mas em especial o suicídio de Mrs. Ferraz, uma rica viúva que vivia no vilarejo. Ela confessou a Roger Ackroyd que havia assassinado seu ex-marido e que agora estava sendo chantageada por alguém que descobriu seu crime. Com medo de seu destino, a mulher tirou a própria vida e acabou não dizendo a Roger quem era o chantagista. Até aquele momento.
Parker, o mordomo, entra no escritório e entrega ao patrão um maço de cartas. Uma delas era de Mrs. Ferraz. A mulher havia escrito toda a verdade antes de se matar e a enviou para Roger. O homem ficou muito transtornado com aquilo e pediu para o médico deixa-lo sozinho para ler a carta. Sheppard pediu para acompanha-lo na leitura, mas Roger não permitiu. Sendo assim, o médico foi para casa, mas pouco tempo depois recebeu uma ligação de Parker, dizendo que encontrou Roger Ackroyd assassinado no escritório com uma apunhalada nas costas.
Qualquer um dos presentes no local – entre convidados e empregados – pode ter cometido o crime. As maiores suspeitas caem sobre o enteado de Ackroyd, Ralph Paton, que não se dava bem com a vítima e desaparece após o assassinato.
Mas a morte de Roger Ackroyd não foi a primeira a chocar King’s Abbott. Pouco tempo antes, Ashley Ferrars faleceu, possivelmente envenenado pela esposa, Dorothy. Depois, foi a vez dela, num provável suicídio. Dorothy era amante de Ackroyd e, por isso, suspeita-se que haja uma conexão entre as mortes.
Este é um livro narrado em primeira pessoa pelo Dr. Sheppard, que assume na história o papel de Hastings, famoso companheiro de investigação de Hercule Poirot. Sheppard é um homem de meia idade solteiro que vive com sua irmã mais velha, Caroline, no vilarejo de King’s Abbott.
Para a nossa sorte – e azar do criminoso – o genial detetive Hercule Poirot se muda para a vila, decidido a curtir a aposentadoria no anonimato e cultivar abobrinhas. Mas, ao se deparar com um caso tão misterioso, Poirot deixa o descanso pra depois e começa a investigar o crime, auxiliado pelo médico James Sheppard (que também é o narrador do livro).
Os personagens do livro são nada demais, na verdade até bem comuns, com exceção de Caroline (a irmã do Dr. Sheppard, uma solteirona fofoqueira e com ótimos “palpites investigativos”).
A polícia local começa a investigar o caso. Aparentemente, a última pessoa que viu Roger foi sua sobrinha Flora, que havia passado no escritório para lhe dar boa noite. Porém, o maior suspeito era na verdade Ralph Paton.
Todas as pistas apontavam para ele e o rapaz havia desaparecido, aumentando ainda mais a suspeita em cima dele. Ralph e Flora estavam noivos e a moça tinha certeza que Ralph jamais assassinaria o padrasto. Indignada com o erro da polícia, ela resolve procurar a ajuda de um recém habitante de King’s Abbott que havia se mudado para lá para cultivar abobrinhas e aproveitar a aposentadoria. O homem era ninguém menos que Hercule Poirot o grande detetive belga.
O detetive que estava extremamente entediado desde que se mudou, decide ajudar Flora e entra no caso. Cabe agora a ele descobrir se Ralph é realmente inocente e, se for, quem é o verdadeiro assassino.
É sempre muito divertido ver o detetive belga em ação, com seu comportamento egocêntrico e seus métodos brilhantes, mas parecia que a trama não apresentaria grandes novidades: após sua investigação, repleta de pistas falsas para enganar o leitor, ele descobriria o criminoso e pronto.
Basicamente é isso que acontece, mas a forma como acontece é surpreendente! Talvez leitores mais sagazes descubram o assassino antes do final, mas a ousadia narrativa de Agatha Christie foi inovadora – ainda mais considerando que o livro é de 1926.