Angela 03/01/2022
Empatia antes de mais nada
"Eu tinha um sorriso largo no meu rosto quando queimei as pontes para todas as coisas que eu não podia restaurar. - a fumaça ainda sufoca você?"
Amanda nos leva a uma narrativa dividida em quatro partes: a princesa, a donzela, a rainha, você. Onde ela nos conta desde a infância até a fase adulta situações específicas nos seu processo de amadurecimento.
Pude notar que tudo começa por uma vida enclausurada, onde a autora teve problemas de aceitação do próprio corpo. Sentimentos relacionados a abandono sempre a cercaram da infância a adolescência, com episódios de abuso. A luta por sua liberdade emocional foi difícil, tendo que testemunhar muito jovem a fragilidade da vida, tendo que perder pra se reerguer com firmeza. Custa mas aos poucos ela volta a acreditar que o amor cura muitas feridas. Chegando ao "fim" trazendo algumas verdades e críticas relacionadas a sua própria percepção da vida.
Tudo isso nos é apresentado numa estrutura textual de poema, que ao meu ver não funcionou. Uma página inteira pra dizer que "o silêncio sempre foi meu grito mais alto". Não, não gostei do livro ter sido pensado desta forma ainda que a autora o tenha feito assim. Me conectei com a história imaginando a Amanda escrevendo num diário, seus relatos tem um tom intimo de desabafo. Especificamente no capítulo "a donzela" eu pude sentir a dor em suas palavras. Desenvolvi empatia por ela. Enfim, foi uma boa leitura.