regifreitas 19/04/2022
O ANEL DOS LÖWENSKÖLD (Löwensköldska ringen, 1925), de Selma Lagerlöf; tradução Carlos Rabelo.
Selma Lagerlöf (1858-1940) foi a primeira mulher a ser agraciada com o Nobel de Literatura, em 1909. Segundo a Academia Sueca, a premiação se deu "em apreciação pelo idealismo sublime, imaginação vívida e percepção espiritual que caracterizam seus escritos".
Em O ANEL DOS LÖWENSKÖLD (1925), Lagerlöf nos apresenta uma história de maldições e vinganças. Em vida, o General Löwensköld, em razão dos seus feitos e lealdade para com seu soberano, é distinguido pelo imperador Carlos XII com um preciosíssimo anel. Quando vem a falecer, em março de 1741, já em idade avançada, é desejo do General ser enterrado com o anel, muito embora a família e todos na região lamentem tal fim para um objeto tão valioso. Alguns meses depois, morre a netinha do General, vítima de rubéola, sendo ela também enterrada no jazigo da família, ao lado do avô. Por um descuido da família, o jazigo permanece aberto após a cerimônia de sepultamento, e sem nenhum tipo de proteção durante a noite. Aproveitando-se da oportunidade, um casal de fazendeiros da região invade o cemitério à noite e acaba roubando o anel. Movidos por uma momentânea ganância, eles não imaginam que tal ato trará uma série de catástrofes para suas vidas bem como para seus descendentes. O fantasma do próprio General assombrará a vida dessas pessoas, e a de todos que estiverem de posse do seu precioso anel, até que a joia seja restituída ao seu proprietário de direito.
Atravessando várias gerações, Lagerlöf consegue amarrar de forma cuidadosa as pontas que ligam as diversas pessoas envolvidas nessa história, mesmo em uma narrativa tão curta. Quem curte histórias de mistério e horror certamente se deleitará com o livro, que lembra bastante as obras de Edgar Allan Poe.
Fiquei com vontade de conhecer mais da produção da autora, algo de maior fôlego. Infelizmente, pouquíssimos dos seus textos acabaram sendo traduzidos para o português.