Tana 17/03/2023Leitura conforto“Deus criou o homem porque tinha necessidade de ouvir histórias (...)” Pg 198
Minha quarta experiência com Rosa Montero. Aqui aparece o seu estilo: personagens cheios de facetas, diversos narradores e vozes narrativas, fatos reais e citações literárias no decorrer de toda a narrativa. Temos um mistério se desenrolando, a vontade de fugir da vida que se leva e começar tudo novamente (ou não).
“Ser outro é um alívio. Escapar da própria vida. destruir o feito. O malfeito. Se pudesse ao menos formatar sua memória e começar do zero. “ pg 53
É nessa tentativa de nova vida que vamos conhecendo as personagens que fazem parte dessa trama e suas histórias de vida. A mais impressionante, sem dúvida é Raluca, uma romena de 39 anos (quase uma personagem de Almodóvar),que vai transformar a vida de Pablo, o arquiteto bem-sucedido que foge de seu passado e se esconde em Pozonegro, uma cidadezinha fictícia, que vai nos parecendo cada vez mais real, ela é cinza, feia, decadente.
“Que sorte! Sempre tive muita sorte, sabe? Que bom eu ser sortuda desse jeito, porque senão, com a vida que tive, não sei o que seria de mim. “ pg 149
Aqui, dentre os temas abordados temos as perdas, a violência doméstica e a influência dos pais sobre o caráter dos filhos.
“A vida é isso, Pablo: tudo o que sabemos e desfrutamos, tudo o que somos desaparecerá com a morte. E dá na mesma aprender a melodia daqui a dez anos ou dez minutos antes do fim. O fim chegará e apagará tudo. Mas, enquanto não chega, é isso que somos.” Pg 213
Não foi a melhor experiência com Rosa Montero, mas ainda assim foi muito boa a leitura. Existe um exagero em algumas fases, mas, estamos passando pano e aguardando a próxima!