A boa sorte

A boa sorte Rosa Montero




Resenhas - La buena suerte


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Milena.Berbel 21/05/2022

Quais motivos levariam uma pessoa a abandonar uma vida estabelecida, conforto, sucesso, para ir morar em lugar feio, sujo, quase inóspito, decadente e degradante?
Seria isso loucura? Uma fuga? Ou então um castigo auto-imposto?

E se mesmo esse pior lugar do mundo insistisse em lembrar aquilo do qual se tentava fugir? Ou em mostrar, de um jeito ou de outro, que ainda assim há beleza, e há esperança, e há vida, até mesmo onde tudo parece perdido e de certa forma, morto?

Ainda que se queira fugir da dor, do passado, do medo, da culpa, ou fazendo um paralelo com o personagem Felipe, da velhice e da decadência orgânica, "o corpo, entregue ao próprio arbítrio, quer sempre continuar sendo. As células se empenham ferozmente em viver".

E se o Mal e a dor estão sempre por aí, o que será que ainda nos mantém, nós, humanos, essas células se empenhando ferozmente em viver?

Eu discorreria com prazer sobre as minhas impressões, mas acho que, assim como na vida, encontrar essa resposta cabe a cada um que decidir ler este livro.
Caio380 22/05/2022minha estante
Fiquei como vontade de ler.


Milena.Berbel 22/05/2022minha estante
O livro me chegou por acaso, num clube de assinatura. E valeu muito a pena!


Ladyce 05/10/2022minha estante
Gosto imensamente de Rosa Montero que vim a conhecer por seus livros com A Louca Da Casa, que ainda considero seu melhor livro. Mas já li pelo menos seis de seus livros. Ela é realmente uma excelente escritora. Estou no meio deste livro. Devo acabá-lo ou hoje a noite ou amanhã. Não é grande, E gostando. Achei sua resenha muito boa.


Milena.Berbel 16/10/2022minha estante
Obrigada, Ladyce!




Monique | @moniqueeoslivros 01/06/2023

La buena suerte
{Leitura 10/2023 - ?? Espanha}
A boa sorte - Rosa Montero
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O que você considera sorte? Segundo o dicionário Aurélio, sorte é "uma força que determina ou regula tudo quanto ocorre, e que se atribui ao acaso". Ser uma pessoa sortuda seria, portanto, alguém que tem essa força a seu favor. Mas não é bem isso o que acontece no romance da jornalista e escritora espanhola Rosa Montero, chamado A boa sorte.
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Nesse livro, temos dois personagens centrais, Pablo e Raluca, que se encontram numa cidadezinha quase abandonada, a fictícia Pozonegro. Pablo é um arquiteto muito famoso e rico, que decide abandonar escritório e carreira, e mudar-se para essa cidade pitoresca, ninguém sabe bem o motivo. Raluca é sua vizinha de apartamento, uma mulher cativante e que está sempre pronta para ajudar.
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Enquanto Pablo tem uma vida invejável, estabilidade financeira e prestígio, Raluca está sozinha, tentando se estabelecer, e tem uma história de vida muito complicada. Entretanto, ele é o que foge dos problemas e é pessimista, enquanto ela é uma garota solar e que acredita ter muita sorte na vida, completamente diferente da definição do dicionário.
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Aliás, olho nela (trocadilho que só entende quem ler o livro...)! Raluca é quem rouba a história. Para mim, é com certeza uma das personagens mais interessantes que eu já li. Ela é complexa e apaixonante, e sua imperfeição é o que faz com que ela seja perfeita. Rosa Montero constrói, nesse romance, uma mulher com cara de garota, que tem uma bagagem impressionante, e que é otimista por natureza. Um romance sensacional, e que nos deixa com um gostinho de esperança quando a leitura termina.
Luana1208 03/06/2023minha estante
que resenha boaa, deu vontade de ler o livro! :)


Monique | @moniqueeoslivros 03/06/2023minha estante
Muito obrigada! Leia e me conte o que achou! ??




Aléxia 27/07/2022

Que criança você teve a liberdade de ser?
Apesar de ser uma experiência diametralmente diferente de "A ridícula ideia", "A Boa Sorte" tem a mesma capacidade de te puxar pra dentro sem que você perceba.
Me parece que fazia muito tempo que eu não lia um romance despretensioso e que não falasse de escritores ou de literatura, ou ainda que fosse de não-ficção. Especialmente porque o protagonista é um arquiteto, e não só esse meio me fascina como acho difícil ver arquitetos protagonizando romances aleatórios espanhóis.
Basicamente a plot é esse arquiteto que tem umas coisa ruim acontecendo na vida dele quando ele decide sumir em uma cidade minúscula e aleatória no meio da Espanha, até começar a se envolver com as pessoas de lá. Poderia ser um filme da Sessão da Tarde ou da Tela Quente, dependendo de quem fosse o diretor.
Mas o ponto alto é a descrição dos personagens e suas contradições tão humanas. São pessoas muito complexas. Todas elas têm uma relação muito clara com a criança que puderam ser em meio à sua família durante a infância. Essa é uma discussão implícita, mas que se torna um dos maiores pontos fortes do livro.
Julinhafox 27/07/2022minha estante
sua resenha me deixou com vontade de ler. vai pra lista! :)




PaulaFrancoNetto 29/09/2022

Romance quase policial
É um livro fluido, gostoso de ler. Rosa Monteiro com sua poesia consegue fazer com que suas narrativas toquem o leitor. Fiquei apaixonada por Raluca desde o início! E a surpreendente história de Marcos! Jamais imaginaria o desenrolar e o desfecho da história com direito a um plot twist!
Xxxxxxxx1 10/03/2023minha estante
Que plot twist?




Flávio 24/02/2023

O passado sempre está presente.
O passado não esquece.

Apesar de tentar responder se fugir do passado é possível, a narrativa esbarra em vários pedaços de aleatoriedade que, ao tentar humanizar, apenas servem para encher páginas e, um tanto, a paciência. Mesmo sendo criado um fio entre esses pedaços e o principio, ainda soa como dispensável.

Muitos personagens e com eles realidades mais exploráveis, talvez foram postos apenas num ensaio sobre algumas emoções, tais quais isolamento, abandono, angústia, raiva, ganância, adversidade, desgosto, satisfação e aceitação.

A história não evolui. Não existem ápices envolventes, é uma trama morna, ainda que seja uma trama morna muito bem escrita e que me fará procurar outros livros da autora para ler.
Maju Borges 24/02/2023minha estante
Resenha maravilhosa! Vou ler só para tentar discordar de você.




Pedro3906 04/02/2023

O único sempre que existe de verdade é o hoje.
A viagem de Pablo por trem me capturou pra história, e foi o que criou meu interesse. "A boa sorte", por sua vez, trouxe mais do que melancolia ou resignação, não se acomodou a reclamar e diminuir o homem e a vida, pelo contrário, a autora desenha meandros de nossas angústias e sentimentos de maneira pura e sobretudo humana.

O livro traz um assunto delicado e que me fez pensar em Pablo como um narrador não confiável, creio que funcionou muito bem para as confirmações posteriores. O enredo não é jogado, não há um ápice e depois as consequências, existem situações e peculiaridades reveladas conforme o tempo que fazem toda a diferença, são muito bem encaixadas e instigantes.

E não tem como falar desse livro sem mencionar a Raluca, que sério, é uma das personagens mais queridas que li, tantas frases e tantos gestos dela me tocaram e causaram empatia, tomar angústias, sentir, nem que seja um pouquinho e em outras bobas lembranças, um pedaço do que ela sente, uma vida sofrida e que não deixa de ser linda, linda como ela é e rica de todo o lirismo.

Amei o desfecho da relação deles, amei acompanhar pessoas maduras tendo que lidar com as próprias chagas, ao mesmo tempo que o carinho é natural. É maravilhoso o amor do livro, gostoso, daqueles que sorrimos um tanto ao ver.

Estou em um momento bem conturbado da minha vida, sobretudo com meus sentimentos, e talvez por isso não tenha doado 100% de mim nessa história. No entanto, as palavras da Rosa retribuíram um valor muito maior que a minha atenção, que minhas dúvidas ou a indiferença, aquela que dói tanto quanto a obsessão. Me senti abraçado, vivo, uma alma que não está jogada. Me senti humano. Obrigado por isso, de verdade.
Núbia Cortinhas 30/03/2023minha estante
Que resenha linda! ??????




@buenos_livros 20/05/2022

A Boa Sorte . Rosa Montero ??
?Tanto faz, que importa?, pensa ele, repreendendo-se; pode aproveitar a situação para levantar âncora e começar novamente. E preciso viver com leveza.?
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. 40/2022
. A Boa Sorte (2020)
. Rosa Montero ??
. Tradução: Fabio Weintraub
. Romance | 251p. | Livro
. @todavialivros por @doispontos
-
. Meu tipo de leitura? Histórias original, personagens carismáticos, tramas entrelaçadas, múltiplas vozes. Uma narrativa sobre um homem fugindo de si mesmo e encontrando uma nova vida enquanto lida com os fantasmas do passado. Personagens com um quê de Pedro Mairal e Marçal Aquino encontram uma narrativa no melhor estilo Vargas Llosa, sensível e otimista, com certeza um dos meus livros preferidos do ano!
. ??????????
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Luca 05/06/2022

Livro sensível, porém não me pegou.
Fiquei a leitura toda aguardando a reviravolta na história, que não veio.
.
Achei um livro caro (69,90) pelo que entrega.
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Ju 27/06/2022

A boa sorte
Um livro intenso, questionador... Pablo, surge numa vila férrea decadente, compra um apartamento, não trás bagagem, fica claro que foge de algo, de alguém, ou os dois. No desenrolar da narrativa, entramos em contato com questões que podem nos tocar a qualquer momento em nossas vidas e com Raluca, que nos faz acreditar que sempre é possível ver o lado bom de tudo. Aos poucos Pablo conhece seus novos vizinhos (inclusive Raluca) e suas dores e cria laços fortes de amizade.
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Danusa 27/06/2022

Leitura rápida!
"A boa sorte" foi o livro que me tirou da ressaca literária que já durava uns meses. A leitura é fluída, que prende o leitor e finaliza sem deixar ponta alguma.
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Aylane Nunes 27/06/2022

A boa sorte depende dos caminhos escolhidos?
O romance da autora espanhola Rosa Montero mostra ao leitor que certas escolhas podem refletir em consequências no destino.
O protagonista escolhe um caminho diferente do planejado e acaba tendo de começar do zero em um lugar que ele passa a conhecer outras pessoas, a fim de fugir do seu maior segredo, sua maior decepção. Acaba se envolvendo em um romance inesperado e com isso tenta lidar com situações que a colocam em perigo.
Gostei da leitura em geral mas senti que faltou explorar mais a relação familiar.
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Faluz 02/05/2024

A boa sorte - Rosa Montero
"A alegria é um hábito."

Um livro de suspense. O tempo todo vamos tentando montar a história de Pablo. A autora vai nos fornecendo a cada capítulo um elemento a mais para construirmos esse quebra cabeças de dor. Mas apesar de tanta tristeza a mensagem é de esperança e de possibilidade dentro do caos da vida.
Boa leitura.
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DêlaMartins 21/08/2022

Mudanças repentinas, às vezes, necessárias
Dica de uma conhecida, é meu primeiro livro de Rosa Montero, adorei! Leve, que nos coloca a pensar que a vida, apesar de tudo, sempre pode ser boa - depende de atitudes, de expectativas e de como enxergar tudo.

Pablo, um arquiteto talentoso e famoso, resolve fugir de tudo, de uma hora para outra. Quando passa de trem por uma cidade pequena, feia e decadente, vê um conjunto habitacional também feio e decadente, com sacadas voltadas para a estação e, do nada, resolve comprar um apartamento ali, onde passa a viver. Em Pozonegro (a cidade feia), conhece Raluca, uma mulher simples, que tem uma história complicada e é caixa do único supermercado do lugar. Ela é uma mulher prática, alegre, que sempre está disposta a ajudar aos outros. Nessa "vibe", arruma um emprego de repositor para Pablo, no mesmo supermercado, passando a fazer parte da vida dele.

A história dos personagens nos é contada, com algumas surpresas e fatos inesperados. Outros personagens secundários e importantes, desconfiados ou não, amigos ou não, sócios, pessoas boas e ruins, fazem parte da narrativa.

Pra mim, foi uma reflexão sobre a necessidade que muitos têm de escapar de suas próprias vidas, buscando alternativas para melhorá-las, às vezes, sem se dar conta de que estão fazendo isso.

Li numa resenha que a autora definiu o livro como um ?thriller existencial, sem assassinatos e muitos mistérios?. Devorei, adorei e favoritei a narrativa.

Recomendo.
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Ladyce 14/10/2022

Há tempos acompanho Rosa Montero. Das obras publicadas no Brasil li: "A louca da casa", "A história do rei transparente", "Te tratarei como uma rainha", "Muitas coisas que perguntei e algumas que disse", "Histórias de mulheres", "O coração do tártaro", "Instruções para salvar o mundo", e agora, "A boa sorte", este com tradução de Fábio Weintraub. Poderíamos dizer que aprecio sua habilidade narrativa e imaginação. Tenho leituras favoritas entre estes livros mas até hoje nunca me arrependi de dedicar muitas horas às suas criações. Mas "A boa sorte" não irá para a lista dos meus favoritos da escritora.

Assuntos na pauta de Rosa Montero, e aqui não é exceção, têm a ver com a jornada do autoconhecimento. Também encontramos histórias com diversa variantes narradas pelo mesmo personagem de acordo com as necessidades que não são necessariamente mentiras, mas que poderiam ser plausíveis. Rosa Montero sempre nos regala com testemunho das diferentes versões que damos à nossa trajetória de acordo com a audiência ou o momento em que vivemos. E ainda uma vez mais, Rosa Montero mostra ser a maga das imagens, aquele que seduz leitores como se hipnotizados. É certamente capaz de descrever situações, atmosferas, ambientes, absolutamente degradantes de maneira que não choque ou faça o leitor se aborrecer. Há muita arte nisso. A condição humana a preocupa, também merece atenção soluções variadas que seus personagens encontram para sobreviver.

Em geral, seus personagens têm muitas falhas: heróis ou heroínas, bandidos e afins, não importa. Os mundos que cria na ficção são sempre o bas-fond, os bairros pobres, as vidas de esperanças quebradas, de poucos horizontes. Rosa Montero despe seus personagens, desnuda seus motivos, por mais torpes que possam ser; ela nos ajuda a entender que tanto o mais bem aquinhoado quanto os menos dotados trilham caminhos semelhantes. O resultado, positivo ou não, depende exclusivamente de seus esforços. Ela não protege nem a eles, nem a nós, leitores. Passa ao leitor uma realidade frequentemente sombria, povoada por pessoas com propósitos obscuros, ambientes sujos, razões de vida torpes e muitos inocentes enrascados no aguardo de vida melhor. Mas ela é consistente, pois há sempre o lastro de fé, de possibilidades vindouras em sua narrativa. Há aquele que sobrevive que se amolda, que consegue passar a perna na crueldade humana.

"A boa sorte" tem todas esses traços comuns à obra de Rosa Montero. Temos um homem bem sucedido amargando culpa, uma mulher bonita e maltratada à beira de imaginar-se sem possibilidades de amor e de formar uma família. Bandidos de todos os jeitos, sempre pensando em querer algo mais, inconformados com a vida. E no entanto, este livro não me satisfez.

Deixe-me ser clara. Continuo a apreciar a imensa criatividade de Rosa Montero. Ela consegue surpreender sempre; criar personagens fortes, inesquecíveis, cujas lutas e dores acompanhamos com o coração nas mãos. Nos oito livros dela que li, não pareceu haver limite na engenhosidade de suas tramas, nem nos mundos criou. Na verdade, sempre tenho a impressão de que estou a ver, sentir e observar um mundo paralelo com clara semelhança àquele em que vivo. Isto é uma arte. Mas o que não me agradou em "A boa sorte", foi a sensação no final de que havia necessidade de um fechamento específico, quando personagens precisam ser contabilizados; a vida, inóspita detalhada na narrativa necessita realmente de um ponto final para cada personagem? Com um fechamento um tanto hollywoodiano onde tudo se resolve, ficou um gosto de agrado ao mundo editorial. Além disso, a narrativa, no último terço do livro, veio recheada com frases de edificação ou conselhos aquém da imaginação da autora: “para encontrar um sentido para a morte, é preciso antes encontrar um sentido para a vida“; “o inferno está aqui, somos nós“; “muitas vezes a vida consiste em escolher o mal menor”; “a alegria é um hábito“. Deixou em mim a sensação de manual de vida, que me desagrada bastante. Continuo, no entanto, a achar que Rosa Montero é uma escritora que deve ser lida. Até hoje ela dá muito mais a nós leitores, do que muitos outros contadores de histórias. Três estrelas, de cinco no máximo.
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