Paris é para sempre

Paris é para sempre Ellen Feldman




Resenhas - Paris é para sempre


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MCRA 04/03/2023

Ótima leitura.
"Paris é para sempre" se desenvolve alternando entre a ocupação nazista em Paris e a Nova York dos anos 50. A narrativa nos apresenta Charlotte e sua filha Vivi, que nasceu pouco antes do início da Segunda Guerra e, por esse motivo, teve uma infância perturbada, enfretando com sua mãe a escassez de alimentos e a subnutrição, entre outros sofrimentos proporcionadas pela guerra. Ambas viviam sozinhas em uma Paris ocupada pelos alemães, onde Charlotte trabalhava em uma livraria, pois seu eu marido havia morrido em combate, antes de conhecer a filha.
Seguindo para a década de 50, já encontramos mãe e filha em Nova York, acolhidas pelo casal Horace e Hannah Field, e Charlotte trabalhando em uma editora. São muitas as suas lutas diárias, mas a maior delas, e que está presente em quase toda a obra, representa a de uma mãe empenhando-se para criar sua filha em meio a memórias daquele período de terror, de batalha por sobrevivência, não apenas física, mas também psíquica, enquanto defronta seu passado, ainda está tão presente em sua vida.
Ellen Feldman nos apresenta um livro com sobreviventes de tempos cruéis, mas que tentam seguir o movimento da vida, mesmo com os traumas que persistem em suas memórias. A autora ainda nos presenteia com várias referências a livros e autores, em conversas e citações entre as personagens, uma verdadeira dádiva para os amantes da literatura. Ótima leitura.
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Cristina.Amaral 06/10/2021

Comecei a ler esse livro quase que despretensiosamente, mas me deparei com uma história empolgante e intrigante. Os personagens são muito bem desenvolvidos e possuem enredos e segredos próprios que nos fazem não querer parar de ler. Além do aspecto mais geral de qualquer ficção, há um debate muito interessante sobre coragem, força, amor ao próximo, a uma causa, ética e moral. O que você faria ao ver seu filho passar fome? O que é moral ou imoral. Qual o limite entre as coisas. Achei muito interessante o livro, já que costumo ver obras que retratam pessoas incríveis. Pessoas que possuem uma coragem ímpar. Que seguiram firmes em seu propósito, que acolheram judeus e perseguidos políticos, que pegaram em armas para resistir. É claro que essas pessoas são fascinantes e existem, mas há uma gama de pessoas que não são tão incríveis, tão fortes ou tão autruistas (no caso dos que não eram foco principal do regime). Na verdade, essas pessoas são a maioria. O debate entre o certo e o errado é feito de maneira primordial. Apresenta muitas facetas e pontos que pendem para um lado e para o outro. A culpa pelos atos e tantas outras questões são relatadas de maneira incrível.
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leotnomura 27/07/2021

Intenso
Foi minha primeira experiência lendo romance histórico e gostei muito. A história é, sobretudo, movida por fantasmas: o medo de morrer, em Paris, e a culpa de ter sobrevivido, em Nova Iorque. A história é riquíssima no sentido de nos ambientar vividamente na Paris ocupada pelos alemães, nas expressões e detalhes que não estão contidos em livros didáticos, no medo constante e debilitante de ser o próximo preso, torturado, morto - e, no meio disso tudo, uma relação que inicia com aversão mas que gradualmente se metamorfoseia em gratidão, afeição, desejo. Ao final, ao ver Charlotte obrigada a lidar com o monstro que deixou trancado por tantos anos e percebendo que a única pessoa capaz de libertá-la da culpa que a mantém ancorada num mar de amargura e autoflagelo é ela mesma, me fez refletir bastante: quanto de nossa culpa é alimentada única e exclusivamente por nós mesmos?
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