spoiler visualizarLê Farias 14/06/2023
Confesso que achei o começo do livro parado, lá para o meio a história já foi me envolvendo mais. Porém acho que meu maior problema foi com a forma como o livro é escrita, o fato de quase não ter diálogos, ser basicamente composto de pensamentos em 3ª pessoa deixou a leitura um pouco cansativa para mim. Fiquei perdida várias vezes na cronologia, era um vai e vem entre passado, presente, futuro, imaginação que me deixou confusa diversas vezes.
Mas a história em si é boa, uma perspectiva que nunca tinha lido antes. Brasil anos 80, rock nacional começando a bombar, epidemia da AIDS, transfobia e homofobia, são todos temas muito importantes que o autor aborda muito bem.
Com relação aos personagens: Inácio é um querido, acredito que é meu favorito. César também, personagem que eu imaginava que ia morrer, mas que até o fim eu torci para que sobrevivesse (uma observação para a cena de morte dele que foi uma das mais tocantes que eu já li). Não gosto da Baby, até o fim não sabe o que quer de sua vida. Selma teve o descanso merecido depois de sua jornada (a cena dela "parindo" a dor pela perda do filho também é muito emocionante). Rosalvo, acho que tinha a melhor história depois do César, fiquei surpresa com o final dele, tanto por ter finalmente vingado a morte da filha como por sua própria morte repentina e que ninguém suspeitou.