Resenhas - Nossa parte da noite

carlanagy 05/06/2021

Não é o meu tipo de leitura, mas não foi de todo mal
Quando vi que a leitura do mês de maio do clube intrínsecos era de terror fiquei apreensiva. Eu sou muito medrosa e não gosto desse tipo de leitura, mas como a proposta do clube é também de sair da zona de conforto, me arrisquei.
O livro tem várias cenas incômodas, mas que faz parte da história, como não curto esse tipo de tema mais macabro me concentrei mais em outros aspectos do livro que me pareceram interessante, como o retrato da época da ditadura Argentina e as partes da infância e adolescência de Gaspar e de seus amigos.
Não foi uma leitura que me agradou plenamente mas o livro tem algumas partes boas, no final valeu pela experiência de sair tanto da minha zona de conforto.

Sandro 13/03/2022

Não foi um livro fácil, mas é um livro excelente. É uma leitura fascinante, uma aula de causar terror, em seus mais variados sentidos e de suas mais diferentes formas, em um único parágrafo. A escrita de Mariana Enriquez é arrebatadora, e Nossa Parte de Noite te prende e te destrói um pouco em cada página.
Uma das minhas únicas críticas que poderia fazer a respeito de "Nossa parte de noite" seria sobre seu tamanho. O livro conta com cerca de 600 páginas para uma história que, na minha opinião, poderia ser narrada em 400. O ritmo foi meu maior problema na leitura desse livro, mas não acredito que essa seja uma história para "devorarmos" de uma vez, e sim para ir lendo aos poucos mesmo.

Liverei 10/06/2021

Infelizmente esse livro foi uma decepção pra mim, não consegui me conectar com nenhum personagem, a escrita da autora é muito cansativa e arrastada. Simplesmente não funcionou pra mim, por mais que eu tenha tentado ler um pouquinho por dia, nada me fazia querer continuar lendo e por fim abandonei a leitura. Em outro momento eu talvez volte a ler.

déb 22/07/2023

Não sei se gostei ou não gostei
Foi assim que me senti com esse livro, em alguns momentos do livro eu lia desenfreadamente, em outros li de maneira extremamente arrastada, a divisão adotada nos capítulos fez com que eu sentisse que em todo início de capítulo eu iniciasse a mesma história, e que sentiria o clímax dela em determinado momento e depois no próximo capítulo era a mesma coisa, começava, clímax, próximo capítulo? As tantas pontas soltas também foram bem chatinhas, o final é tedioso e rápido, nas últimas 30 páginas as coisas vão acontecendo para ?fechar? o livro, de maneira bem ?mais ou menos? basicamente, abre a porta e fecha a porta, hahahahaha. Sei lá, acho que não gostei mesmo.

Beatriz Obenauf 14/01/2023

Me conectei muito com o universo e os personagens, mas ele é lento em algumas (muitas) partes, e deixa algumas coisas em aberto, sem explicação, mas acho que é questão de gosto, não quer dizer, nem de longe, que o livro foi mal escrito
Diria na real que a nota dele é 4,25

gabriela.temponi. 12/07/2021

Um pai e um filho cruzando a Argentina, durante a ditadura militar e cruzando fronteira com o Brasil, são anos sombrios e obscuros. O pai tenta proteger o filho dos terrores que o cercam após perder a mãe. Gaspar recebe o chamado para ser médium, A ordem, o qual buscam a vida eterna através da escuridão. Mas tanto o pai quanto o filho não querem essa vida e terão que lutar para sobreviver a esse tempo sombrio e obscuro que irão os cercar. O terror sobrenatural irá estar presente com a nossa realidade, as vezes o que você imagina que seria algo está a mostra em sua frente e há sacrifícios a serem feitos. Temos a presença de ritos, atos sobrenaturais incapazes de serem ditos e atos históricos desde a descoberta da AIDS e as primeiras mortes

Ricardo Tavares 02/11/2021

Escuridão e sombras
Nossa parte de noite foi lançado através do Clube Intrínsecos. Anunciado como uma história de terror e tendo como pano de fundo a Ditadura na Argentina que, tal qual no Brasil, provocou a morte e o desaparecimento de muitas pessoas, sem que houvesse uma explicação aceitável.
O início parece promissor. Vemos um pai tentando salvar o filho, afastando-o de um culto, uma seita que venera as "trevas".
Aos poucos os fatos vão se revelando e mostrando como e porque Juan está fugindo, no entanto, a narrativa é longe cansativa e fragmentada. As partes são narradas fora da ordem cronológica, não há divisão em capítulos, cada parte é muito extensa e aborda uma determinada época. Há descrições longas e desnecessárias, fatos que nada acrescentam. No fim, um livro que tenta ser de terror e conseguiu ser apenas macabro e bizarro, pois o que é narrado nunca assume um tom verossímil, beira a fantasia e o sobrenatural, mas não convence o leitor. É tudo muito mal explicado.
O final parece que não foi bem planejado, parece que a autora teve pressa em terminar a trama e criou um final aberto que não foi satisfatório.
Decepção.
O livro foi elogiado pela crítica especializada, porém, se o leitor for um pouco mais exigente, esse é o tipo de romance para cair no esquecimento, pois os personagens não provocam empatia e a narrativa é extensa em demasia e não envolve o leitor, cativando-o.
Muitos relatos macabros causam nojo e aversão, mas a mim, em momento algum provocaram terror ou horror, apenas um gosto de coisa ruim e muita incredulidade.
As atrocidades da ditadura na Argentina, em alguns momentos são associadas com o culto macabro da seita que chamam apenas de A Ordem (muito criativo!).
Depois de ler Pachinko e uma dezenas de livros de Stephen King, essa trama da escritora argentina deixa muito a desejar.
Esse livro é mais um que compõe a coleção do Clube Intrínsecos e só, jamais o leria novamente e também não recomendo a leitura. Muito chato.

Liv 24/07/2021

Eu gostei bastante da temática do livro, achei a história muito boa, desenvolveu de um jeito que me prendeu à narrativa, mas acho que alguns pontos poderiam ter sido mais bem aproveitados. Achei que o final poderia ter sido mais elaborado, a impressão que tive foi de algo finalizado às pressas. Uma coisa que me deixou bem desconfortável em relação ao livro foi o modo de escrita da autora: parágrafos gigantescos e sem divisão de capítulos.
Ademais, só elogios. Foi realmente interessante pra mim.

Ju 27/07/2021

Leitura muito amarrada!
Esse é um daqueles livros que eu quero ler mais pra frente, de novo. A leitura é cansativa, amarrada, não flui. Tem uma história, um tema muito bom, mas a autora enrola demais, mistura momentos diferentes dos acontecimentos... Enfim, fica confuso em alguns momentos. E os capítulos são longos, parágrafos enormes... o que cansa mais a leitura ainda. O tema é bom. Uma Seita macabra, com crimes perversos, encobertos pelas mortes da época da ditadura, o HIV, o ocultismo... Enfim, vale uma segunda leitura mais pra frente!

Cami 15/08/2021

Um livro assustador e interessante
Gostei muito da forma que foi contado a historia. Ele não segue exatamente a linha cronológica então é muito interessante entender depois o contexto de tudo.
Muitas partes me surpreenderam por que tudo se conectou de certa forma.
Claramente o melhor personagens é o Luis e queria até ter mais sobre ele.
Enfim, nunca li um livro que fosse próximo de um livro de terror, não sei se ele se encaixa nisso mas com certeza muitas partes me deixaram com medo e apreensiva, foi um bom primeiro contato com esse tipo de leitura.

Mariana 02/06/2022

Não sei se tenho certeza do que eu achei do final do livro.
Bom, no princípio você não entende nada, a leitura é densa e a autora não faz questão de te explicar muita coisa.
Passados 35% as coisas começam a fazer sentido e tudo caminha muito bem.
A escrita continua densa mais você sabe pra onde a história caminha, o apego á alguns personagens já é grande e a desconfiança cresce na mesma proporção que a curiosidade.
Até 75% a história toda se abre e você entende o panorama de tudo, principalmente o tamanho do sacrifício de Juan.
Com Gaspar já adulto ou saindo da adolescência a coisa degringola, ele vira vítima da enchente. Nada nunca está bom pra ele e inevitavelmente ele vai fazer besteira. E faz...
O final da história até é satisfatória, enquanto punição, mais é muito aberto e parece que não acabou.
Parece corrido, mais a verdade é que faltou algumas coisas e então a nota do livro cai.
É uma boa leitura, demora a engatar, tem muitas páginas, o contexto histórico é bem bom e você pode achar se apegando a um outro personagem até um certo capítulo. Depois você meio que joga tudo pra alto e segue pra ver no que vai dar.

Janaina.Soares 09/09/2021

Escuridão
Ler esse livro foi um desafio pra mim, por isso demorei tanto pra finalizá-lo. Tem uma pegada mística que não me atrai muito, mas valeu a pena ler.
A história é riquíssima em detalhes e mistura relações familiares, crenças, ditadura, poesia e tantos outros elementos da cultura.
O livro foi muito bem escrito porque, apesar de a história se passar ao longo de vários anos e não ser contada de forma linear, é muito fácil entender onde cada acontecimento se encaixa na linha do tempo. Sem contar que TUDO que acontece tem uma explicação. Não ficou nenhuma ponta solta.
De forma resumida, o livro conta a história de pai e filho, Juan e Gaspar respectivamente. O pai é um médium doente e "escravizado" pelo deus que encarna e pelos adoradores deste deus. O filho herda o dom do pai, mas o pai faz tudo o que está a seu alcance para proteger o filho. Em alguns momentos senti raiva de Juan por não abrir o jogo com Gaspar, mas como eu disse acima, tudo tem um porquê.
Enfim, gostei e recomendo

May 12/09/2021

É ditadura militar na Argentina, e esse é o pano de fundo pra história de Juan e Gaspar, pai e filho que estão destinados a serem médiuns em uma sociedade secreta, porém Juan faz tudo para proteger o filho do destino de ser usado até a morte nessa sociedade. O livro é separado por partes que mostram pontos de vistas diferentes e nos mostram tanto o passado quanto o presente, e se passam anos entre o início da história e o final, por isso é um livro que pode ser um pouco confuso, já que só entendemos algumas coisas do início no final da história. Algumas passagens são bem detalhadas e fica a sensação de que poderiam ser retiradas do livro e encurtar a história, no entanto, muitas cenas que parecem ser sem importância são o que ajudam na explicação do que aconteceu antes. A autora coloca muitas cenas pesadas, tanto sobrenaturais quanto de crueldade humana, e essas cenas causam arrepios na espinha do leitor, por isso pra quem tem um pouco de medo eu indico ler somente de dia, porque algumas cenas são muito perturbadoras, daquelas que da vontade fechar o livro e não ler mais. Além da história sinistra, o pano de fundo da ditadura militar também é bem presente na história e também é algo que deixa nossos estômagos revirados. A autora já é conhecida por isso, mas nessa história encontramos muitas críticas sociais, o que deixa bem mais interessante. Parece que a história não vai ter um final bacana, mas surpreende e termina bem amarrada, embora deixe brechas para outros acontecimentos.

"É estranho que eu pense em luz, porque sempre me ensinaram que existimos para a escuridão."

Gatilho: Mutilação, agressão infantil, violência, sangue, tortura, suicídio, morte animal, morte parental
+18

Gabi 04/01/2022

Nossa Parte da Noite
Fui mega empolgada pra ler, porém achei o livro extremamente descritivo e arrastado, a história é boa, não chega a ser um terror como anunciado, pelo menos pra mim, mas as tantas voltas que a autora dá pra chegar a um simples lugar deixa a leitura difícil e cansativa, tiraria umas 150 páginas facinho dele ??

marcia helena 17/09/2021

O sobrenatural e a ditadura militar
A história acompanha a jornada de um pai e seu filho, Gaspar que cruzam a Argentina de carro de Buenos Aires até as Cataratas do Iguaçu, na fronteira com o Brasil. Durante a ditadura militar argentina, soldados armados estão no controle e o ambiente é de tensão. A repressão praticada pelos militares armados, sempre à espreita, é apenas uma das dores de cabeça dos personagens. O pai tenta sozinho proteger Gaspar, seu filho, do destino que lhe é designado. A mãe do garoto morreu em circunstâncias obscuras, em um suposto acidente.
Herdeiro de uma linhagem de médiuns, o menino foi chamado para fazer parte de uma sociedade secreta, a Ordem, comandada pela família da mãe de Gaspar, se relaciona com a Escuridão em busca da vida eterna por meio de rituais atrozes, para tais rituais, é imprescindível a presença de um médium, mas o destino desses detentores de poderes especiais é cruel, já que o desgaste, físico e mental, é rápido e implacável.
Nessa jornada, em que pai e filho tentam driblar um destino atroz, evidenciam-se outros acontecimentos: as loucuras da Londres dos anos 1960, a música de David Bowie, estranhas liturgias sexuais, o vislumbre da democracia e a chegada da Aids em Buenos Aires.
Mariana Enriquez nos leva em um caminho entre a dor, a letargia e o medo, aproxima o real e o imaginário, revelando como a mente humana encontra, no meio das ruínas, formas de superar a maldade, transformando-o em algo onde até mesmo um coração esgotado pode, com o tempo, encontrar – se não o amor – pelo menos o silêncio.