spoiler visualizarMoreno 20/11/2022
Com amor, Benjamin Park Fernandes e Leonardo Guimarães
Ainda bem que eu não desisti do livro e falo isso de forma muito sincera. No começo, lendo, não foi nem de longe nem de perto o que eu esperava já que era primeiro capítulo e já teve a interação sexual e ai eu não entendi mais nada; masss a história foi se construindo, na relação deles era visível muito carinho mesmo no meio da nuvem de ódio e tensão sexual.
Eis o motivo pelo qual eu possivelmente desistiria do livro: até os 43 ou 47% da história - obrigada skoob pela porcentagem lida - era uma relação tão tão problemática estranha irritante, eu esperava um enemies to lovers mas aquilo tava num extremo de bully to lovers??? Eles não podiam ficar sem sexo que arrumavam algo pra brigar e dizer algo extremamente doloroso e pra se desculparem, ao invés de conversar ou simplesmente pedir desculpa, eles se pegavam?? Isso realmente me incomodou perdão KKKKKK tanto que eu jurava que ninguém ali fazia terapia, mas ai entra a parte engraçada: assim q foi dito que o Ben Park passa na terapia, o livro ganhou outro ritmo em forma de construção de relação, os conflitos diminuiram, deram espaço ao diálogo, a compreensão da realidade do outro; o Park já não via o Leo como preguiçoso desinteressado, pq passou a entender a realidade em que ele vivia, e o Leo entendeu melhor a sinceridade agressiva do Park como a forma dele se fechar pra qlqr possibilidade de rejeição e abandono, na verdade a partir dos 50%, tinha muito entendimento terapeutico do que se passava com ambos, e eu entendi no fim: são os conflitos da autora em forma de personagens. Os agradecimentos esclareceram perfeitamente a história que, sinceramente? Foi incrível, começou a ganhar leveza, eles pararam de levar pro pessoal e começaram a pensar nas consequências que teriam no outro, e ai vieram muitas muitas lágrimas, o que fez eu me sentir bem, pq agora tinha muita coisa pra ser colocada pra fora e em momento algum o choro foi algo ruim, sempre apareceu em situações de extrema necessidade, a demissão do Leo, as declarações, a insegurança após oq o outro disse, eles estavam vulneraveis e com isso, o choro.
O que mais gostei, foi o que mencionei sobre o entendimento terapêutico: Ben e Leo tinham muitas coisas em comum, mas desenvolvidos em termos muito diferentes, as famílias opostas, mas que levaram ambos ao sentimento de insuficiência e como o livro tinha potencial pra virar uma cartilha de dependência emocional, mas se desviou perfeitamente disso, dito até mesmo pelos personagens que agora eles se entendem como completos, mas foi com ajuda e isso é indispensável, nem tudo precisa ser feito sozinho - como o Leo se obrigava a acreditar. Os dilemas foram incríveis de acompanhar pq tivemos o privilégio de que, através dessa escrita divertida, enxergássemos os dois pontos de vistas, a forma como os dois achavam que só eles estavam saindo afetados e ao longo do livro, eles entendessem melhor o que estavam fazendo e o que a reação do outro significava.
Enfim, valeu a pena sim, e eu tive diversas cenas favoritas, mas nenhuma se compara aos acontecimentos pós capítulo 16, logo no final, tudo ali foi ótimo. O eu te amo no post-it, a conversa no telefone, a mãe do Ben abraçando o Park simplesmente pq viu a melhora na vida dele, tudo, os pais do Leo aparecendo, e o mais legal: no fim, abordamos o outro lado de todos os outros da história, seja Helena, Bianca, os pais do Leo, do Park, do irmão do Leo, TODOS, soubemos o que eles sentiam com tudo e oq os levou a isso, ou seja, é o santo graal da resolução por diálogo: entender o outro e se fazer ser entendido de forma a levar a algo bom, e no caso do livro, foi um final lindo, eu sinto que li um livro em que eles tinham 16 anos e no fim tinham 22, a idade deles mesmo, ou seja, acompanhei o amadurecimento deles em o que? 1 mes?