Clube do Farol 08/08/2022
Resenha por Elis Finco @efinco
Olá, pessoa!! Eu estou em uma ótima temporada de leitura de fantasia, por isso resolvi conhecer essa série. Agora, vou te contar o que achei da leitura. Aqui preciso lembrar que essa série é um spin-off de A Saga dos Corvos, e O Chamado do Falcão é o primeiro livro da série O Sonhador. Sei que a pergunta aqui é se precisa ler a série anterior antes, a resposta é não. Contudo, eu acredito que quem leu terá uma vantagem extra.
Nos primeiros capítulos somos apresentados aos personagens principais dessa história. Sendo o sonho o fio condutor da trama. Conhecemos também a história de 3 irmãos que não poderiam ser mais diferentes entre si do que são. Ronan Lynch é um sonhador, ele pode extrair tanto curiosidades quanto catástrofes de seus sonhos e colocá-las em sua realidade comprometida. Declan é o irmão mais velho e Matthew, o caçula, é uma impossibilidade.
E gradualmente vamos descobrindo essa relação nada ortodoxa da família deles. É muito importante saber que aqueles que sonham não conseguem parar de sonhar — só podem tentar controlar o fenômeno. E, ainda mais importante, os que são sonhados não podem ter vida própria — eles “dormirão” para sempre se seus sonhadores morrerem.
Conhecemos também os caçadores de sonhadores, e a Carmen Farooq-Lane é uma caçadora com uma história, não é apenas o desejo de livrar o mundo dos sonhadores que a move. Seu irmão era um sonhador… e um assassino. Ela viu o que os sonhos podem fazer com uma pessoa. E viu o dano que os sonhadores podem causar, por isso ela acredita piamente na premissa de que o que ela viu não é nada comparado à destruição que está para ser desencadeada… Seremos também apresentados a Jordan Hennessy, que pode ser qualquer um e pode não ser ninguém, a depender da convivência da situação. Porém, o primeiro conselho dado a ela é ser autêntica, original.
A cada personagem você descobre mais um que pode ou não estar diretamente ligado a outro, mas certamente eles estão em rota de colisão. Mesmo Ronan sendo o personagem principal, a narrativa é em primeira pessoa a depender de quem está contando a história no momento. Mas sinceramente não tem como não se surpreender com a revelação no capítulo 11.
Se atente que mesmo em uma cena onde Ronan está, ele pode não ser o narrador da cena. Quando os personagens começam a convergir em suas vidas, o livro ganha um tom que me lembrou muito supernatural. Em certos pontos existem semelhanças que as diferenças tornam ainda mais salientes. Essa história é ótima para quem ama desvendar mistérios e suspense. Afinal quando você pensa que encontrou enfim todas as respostas, descobre que nem mesmo sabia quais eram as perguntas certas. Muito de tudo desafia a lógica, mas na história não perde sentido.
Ronan e Adam mostram que os amantes não precisam ser duas metades iguais, ao contrário, diferem e se dão por serem complementares. São dois inteiros que formam uma unidade. Por não ter lido Os Garotos Corvos, eu supus que o sentimento talvez não resistisse a um fato que aconteceu. De certo modo foi incrível descobrir que eu estava errada. Adam não é um personagem recorrente na história. Mas quando aparece deixa tudo muito melhor do que estava.
As pequenas pinceladas do que pode ser não ficção em meio a ficção e o romance que surge como uma ilha envolta na fantasia da história deixam a história com aquele toque de anseio, para que o casal fique junto, para que mesmo em meio ao caos eles deem certo, fazendo a narrativa desse livro ganhar um frescor interessante, mesmo que a vontade de mudar a situação de Matthew seja mais forte, seu ódio pela insuportável e insípida.... caçadora... E que a certeza que o pior está à espreita superem esses momentos. Afinal, O Chamado do Falcão é sobre sonhos e desejo, morte e destino.
Novos personagens surgem e também novos mistérios, que espero serem desvendados na continuação. Achei inusitado o romance na história não ser focado em Ronan e Adam, mas de certo modo dá para entender que é por o amor deles “ser um amor antigo”. A fluidez do texto melhora muito após um pouco mais da metade do livro, quando finalmente todos os personagens convergem para a mesma narrativa e isso também desencadeia os acontecimentos que te fazem perguntar o que virá depois. O coração não deixa de estar em uma expectativa sobre as revelações e, com certeza, novos mistérios que virão, afinal as histórias são interligadas.
Sobre a edição: o peso do livro é confortável para leitura com suas quase 500 páginas, acho isso um fato relevante. Achei a fonte pequena, mas o espaçamento compensou muito o que poderia ser uma dificuldade na leitura. A folha amarela e a ausência de erros de ortografia contribuem para uma boa leitura.
site: http://www.clubedofarol.com/2022/07/resenha-o-chamado-do-falcao-o-sonhador-1.html