spoiler visualizarsabrina 19/01/2022
Era uma vez os Irmãos Lynch
Primeira vez que faço uma resenha em muito tempo, então é possível que tenha muita enrolação e desordem. Falei "Vou escrever sobre os Lynch" daí me vieram uns pensamentos desalinhados e joguei aqui nesse textão.
Só sei que Maggie fez um ótimo trabalho e me deixou entusiasmada pra compartilhar.
Eu estava com um pouco de receio de começar o livro, tanto que adiei a leitura por uns bons meses. Quando comecei, bom, foi estranho.
Estava vivendo no limbo depois da ‘Saga dos Corvos’ e pisei em ovos conhecendo os novos personagens. Foi surpreendente ingressar numa narrativa que de certa forma já conheço, ao mesmo tempo que “não mulher, você não sabe de nada”. A sensação de flutuar nesse espaço entre o familiar e o desconhecido deslizava por debaixo da pele e puxava lá longe uma coisinha no cérebro.
Então logo as coisas se encaixaram e quando percebi, havia terminado o livro e estava olhando pra parede por sabe lá quanto tempo tentando entender o que diabos aconteceu.
⚠ Essa resenha contém spoilers ⚠
O livro está dividido em quatro narrativas e apresenta sonhadores, caçadores e o iminente fim do mundo, porém isso fica em segundo plano porque Maggie deixou claro que essa é uma história sobre os Irmãos Lynch.
Fico feliz pela decisão de escrever, aprofundar-se em suas individualidades e abraçá-los. Feliz especialmente por Declan. Nada me comoveu tanto quanto finalmente conhecer seus pensamentos sobre a própria família e sobre si mesmo. Declan mereceu ter algo só dele. Mereceu porque ele é um irmão incrível que segurou as pontas de uma família destruída. Ele se mostrou vulnerável pela primeira vez e isso acabou comigo. Terminei completamente apaixonada por ele.
Ronan como sempre intimidante e assustador (só por fora, porque ele na verdade é um docinho), agora está mais seguro de si e finalmente tem algum controle sobre os sonhos e eu amei demais vê-lo assim. A jornada do meu sonhador favorito é enfrentar a solidão e entender os pepinos da família enquanto foge - mesmo sem perceber por metade do livro - de seus caçadores.
Matthew, o irmão mais novo, é uma incógnita para o futuro da trilogia. Apesar da relação entre os irmãos mais velhos ter melhorado, o menino ainda é a cola que os une. Não sei o que espero que Maggie faça por ele. Nesse livro, ele parece mais um sonho que nunca. Aliás, os chás de sumiço que o levaram a grande revelação de sua existência extraordinária, foi uma das partes mais dolorosas de ler.
Agora sobre Hennessy, Jordan e as garotas, elas chegaram cheias de personalidade e trouxeram muitas emoções e muitas perguntas. No decorrer da trama a gente vai descobrindo tudo sobre elas e ainda assim não parece suficiente. No fim conclui-se que ser um sonhador não é para qualquer um.
Ronan, nos livros anteriores, nos deu um gostinho agridoce quanto ao preço dos sonhos. Adam mesmo os descreveu em certos episódios com assombro e fascínio, como se fossem uma dádiva, um dom. Ronan era como um deus. Para Hennessy e suas garotas, os sonhos eram uma maldição. Para ambos, ser um sonhador é conhecer a morte mais cedo.
Quanto a Farooq-Lane, mesmo depois de seu desenvolvimento na história, ela continua sendo uma personagem desinteressante para mim. Além de fazer parte dessa organização bizarra que sai por aí caçando sonhadores, ela cumpre o papel de babá de Visionários (os profetas do fim do mundo).
Volta e meia surge uma inquietação sobre estar ou não fazendo o certo, mas ela continua com seu trabalho. Queria que ela fosse mais curiosa sobre a real motivação dos caçadores. Senti que está faltando alguma coisa, que estão escondendo algo. Me pergunto se ela pensa o mesmo. Essas "segundas intenções" são coisa da minha cabeça? Vai saber.
Personagens conhecidos foram mencionados e matou um pouquinho a saudade. Adam esteve pouco presente, mas quando aparecia era sempre um alívio. As cenas entre ele e Ronan são sempre um gole de água fresca. O romance ainda está de pé. Eles são tão apaixonados um pelo outro, dói demais o coração. Espero que Mister Impossible tenha mais deles. Preciso disso.
‘O Chamado do Falcão’ é uma trama um pouco complexa, meio bagunçada de um jeito intencional e tem um tom poético esquisito que é simplesmente a cara da Maggie. A narrativa dela entrega TUDO! A história emociona e o final empolgante te deixa ávido para ler a continuação :)
Para finalizar, deixo a pergunta que alugou um duplex na minha cabeça: quem é Bryde?