Márcia 09/07/2023
E quando a vida sai da ordem, o que fazer?
Esse é o segundo livro de Jordan B. Peterson na linha das 12 regras. Já li o primeiro, ?12 Regras para a vida: um antídoto para o caos?. Nesse, o autor, sabendo que a vida é também recheada de caos, se concentra em como remediar as consequências de seu excesso. Agora, ele insere mais 12 Regras e as intitula de ?Além da ordem?. Aqui, a ideia é a seguinte: estamos na ordem quando as ações que consideramos adequadas produzem os resultados que desejamos. Mas, e quando não produzem? Nesse caso, precisamos ter fontes de onde extrair força. Ele apresenta, então, 12 regras para isso:
1. Não denigra as instituições ou as realizações criativas de forma negligente;
2. Imagine quem você poderia ser e mire esse alvo com determinação.
3. Não esconda na névoa o que é indesejável.
4. Perceba que a oportunidade se esconde onde a responsabilidade foi abdicada.
5. Não faça o que odeia.
6. Abandone a ideologia.
7. Dedique-se ao máximo a pelo menos uma tarefa e veja o que acontece.
8. Tente deixar um cômodo de sua casa o mais bonito possível.
9. Escreva em detalhes todas as velhas lembranças que ainda o perturbam.
10. Planeje e se esforce para manter o romance em seu relacionamento.
11. Não permita que você se torne ressentido, dissimulado ou arrogante.
12. Seja grato apesar de seu sofrimento.
O que chama bem a atenção na escrita desse último livro é que o autor estava passando por problemas seríssimos de saúde em família. Sua esposa, por exemplo, teve um sério câncer nos rins e ele, a partir de 2017, sem querer, se viciou em benzodiazepínicos e o caso foi seríssimo, a ponto de a família levá-lo para tratamentos na Rússia e Sérvia. Diante disso, é fatal que o leitor se pergunte: uma escrita feita em meio a um turbilhão desses seria boa? Mas foi, tirando um lado muito prolixo do autor, que já se apresentava nas primeiras 12 regras: ele repete muito e detesto quando fica horas comparando suas regras com mitologia.
Me chamou a atenção a última regra: ser grato apesar do sofrimento. Nela, discute ?que a gratidão diante das tragédias inevitáveis da vida deve ser considerada a principal manifestação da admirável coragem moral necessária para continuar nossa difícil marcha ascendente?.