Debie 04/05/2011Ave Maria, deu a louca na escritora... Ok. Eu demorei realmente muito tempo para ler esse livro. E não foi só eu quem notou, não. Mas... Tudo bem, vamos continuar.
Primeiramente, o livro começou um tanto... Bem, posso dizer confuso, pois essa palavra exemplifica um pouco do que se passou pela minha cabeça. Eu já havia notado antes que a L. J. Smith tinha certa... dificuldade em manter o foco da escrita. Em Reunião Sombria, nossa amada protagonista, Elena, volta do Outro Lado para resgatar seus amigos e, claro, o amor de sua vida, Stefan (os quais foram capturados pelo antiqüíssimo vampiro Klaus, que, aparentemente, também retornou do mundo do além, já que Katherine afirmou tê-lo matado *medo* O.O). Lá, ela aparece normal (mesmo que despida).
Porém, a estranheza se passa no fato de que aqui, ela volta como uma criança (no aspecto mental, pelo menos), super-poderosa e, pior, seu sangue tem um apelo abrasador sobre outras criaturas das trevas – algo que me lembrou muito, mas muito mesmo a saga Crepúsculo, em seu pior aspecto. Aí, sim, Elena assumiu todo o grau de “perfeição” que a autora sempre esteve empenhada em dar a ela. Sinceramente, a descrição foi inspirada na Virgem Maria? (coisa que a Elena não é, com certeza). A protagonista assume um papel totalmente surreal, enxergando “o melhor nas pessoas”, agindo com uma ingenuidade infantil e, por falar em infantil, reaprendendo as façanhas básicas de um humano – como a fala. A falta de NOÇÃO nisso me deixou... revoltada.
É claro que de um monte de loucuras que havia ali, pelo menos algo tinha que ter para salvar a história. Eu achei que a autora explorou muito bem a sua escrita nas partes do desejo irrefreável de vingança por parte da Caroline, ou nas outras meninas possuídas da cidade (tirando, obviamente, a parte em que todas elas se transformaram em nifomaníacas pra cima do Matt. Por que ele? Ele tinha ALGUMA COISA A VER com a raiva que a Caroline sentia da Elena e do Stefan? Hmmm...). Mas apareceram muitas esquisitices no meio, como aquele monte de nomes bizarros, Schi no Schi, Misao, Obaasan... E o aparente cisma da L. J. em colocar Meredith, Matt e a Bonnie em uma encrenca depois da outra de um jeito frenético. Ou da loucura de fazer o Damon-possuído torturar Matt e a própria Elena (por quem ele fica com uma espécie de obsessão realmente DOENTIA) e fazê-los terem cenas romanticamente forçadas nas frente dele. Totalmente a cara do Damon, né?
E enfim, chagamos ao Damon. Foi uma tremenda falta de... de noção o que ela fez com ele. Primeiro, Smith pega uma das melhores personagens e torce totalmente sua personalidade, fazendo com que ele faça coisas que até Deus duvida, atribui a ele um caso sério de transtorno de personalidade, coloca uns tais de “malach” dentro do corpo dele para justificar a total loucura de tudo e voilà! .... hmmm... Não, não resolve muita coisa. O. que. Aconteceu. ali?
E, no entanto, o ponto crítico da leitura se apresenta quase no finzinho do livro, onde a autora me vem com um negocio de.... Peraí, Asas da Redenção? Asas da Lembrança? WHATAHELL???? Isso já é forçar muito a amizade...
Como sempre, terminamos o livro com mais uma demonstração da tendência da L. J. Smith de colocar o honorável Stefan no pedestal, longe, onde ele nem quer que Elena se aproxime por não suportar a possibilidade de vê-la morta outra vez (no melhor estilo Stephenie Meyer, posso dizer).
Enfim, o livro poderia ter sido muitíssimo melhor, levando em conta as possibilidades de melhor exploração da escrita, e melhor ENREDO, logicamente. Quando eu o peguei para ler, pensei “Uau, olha o tamanho desse! Dá uns três do primeiro livro. Deve ser fantástico”, entretanto essa continuação só fez me decepcionar ao ver que uma história relativamente boa foi estragada dessa forma. Espero mais do próximo (se, depois desse, eu ainda estiver disposta a ler). Mil vezes o seriado.