A extinção das abelhas

A extinção das abelhas Natalia Borges Polesso




Resenhas - A extinção das abelhas


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Ju Harue 18/09/2022

O agro é tech mas não deveria ser pop
Eu achei a premissa interessante, um fim dos tempos distópico - talvez nem tanto - que leva o Brasil a escassez e tudo que trás de degradação consequente, quando o uso de agrotóxicos exagerados acaba dizimando as abelhas e isso foi só o início do colapso. E acontece não somente no cenário nacional, há problemas do tipo em diversos países, medidos através do colapsômetro, mas achei bem interessante a história se passar em uma cidade brasileira pequena e interiorana. A personagem Regina, imersa em não-sentimentos, trazendo debates raciais, políticos, culturais e econômicos incomodamente próximos do cotidiano, reais demais, causou-me sentimentos que levei para o lado de não gostar da leitura, mas depois da oportunidade de ouvir a autora e outros participantes do projeto Piquenique Literário, eu entendi que foi intencional da autora e repetiu-se mesmo efeito em muitos outros leitores - objetivo atingido com sucesso rsrsrs. Esses sentimentos fazem parte de tudo que a história é e representa.
Com um estilo de escrita de experimentação, de muita intensidade e momentos fortes, Natalia trouxe histórias de mulheres diferentes e semelhantes ao mesmo tempo, cada uma com sua história e seu eixo de acontecimento, que se entrelaçam e separam-se conforme o desenvolvimento. A forma narrada é muito característica e acaba sendo uma leitura rápida apesar de ser indigesta em muitos momentos. As notícias que parecem ficção mas são reais foram outro soco no estômago e saber hoje, que ela escreveu antes da pandemia, torna ainda mais potente e significativo - ela revisou acrescentando falas pontuais sobre a pandemia, quando a obra não foi publicada originalmente na data prevista.
Thaís Inocêncio | @thais_inocencio 20/09/2022minha estante
Amei suas observações!


Ju Harue 20/09/2022minha estante
Obrigada Tha, e agradeço novamente por coordenar junto com o Bruno, um projeto tão especial e que proporcionou o encontro com a autora que agregou tanto. Vocês arrasam com o @piquenique.literario ??


Thaís Inocêncio | @thais_inocencio 21/09/2022minha estante
??????




VinAcius49 08/12/2022

Nós somos a extinção das abelhas ?
O mais assustador sobre a história da Regina é o quão atual é. O quão o nosso presente e um possível colapso do cenário mundial
estão separados por uma linha absurdamente tênue... Assustador!
LaAsa.Gabrielle 08/12/2022minha estante
doida pra ler esse livro!


VinAcius49 08/12/2022minha estante
Não vai se arrepender




Pandora 01/05/2022

Este livro foi escolhido num grupo de leitura do qual participo. Não é um livro ruim, é bem escrito e tal, mas não consegui me conectar muito com ele, parei várias vezes para fazer outras coisas porque não estava envolvida. Ainda assim, a discussão que tivemos sobre a leitura foi bem produtiva para um livro considerado mediano pela maioria.

A personagem principal é Regina, uma jovem mulher meio perdida na vida, sem muitos propósitos e sem grana. Como a mãe abandona a família e o pai morre cedo, ela acaba socorrida de todas as formas pelo casal de vizinhas que a conhece desde criança e estabelece uma relação de irmãs com a filha delas que sofre uma violência e acaba saindo do país. Apesar de todas as dificuldades, ela ainda dá abrigo a uma moradora de rua. Tudo isso num mundo caótico prestes a colapsar por várias questões políticas e ambientais que culminam na extinção das abelhas.

Vocês sabiam que as abelhas são cruciais para o planeta e para o equilíbrio dos ecossistemas? Que a polinização de plantações de frutas, legumes e grãos feita por elas é indispensável, pois é através dessa polinização que cerca de 80% das plantas se reproduzem? E que o número de abelhas já diminuiu drasticamente devido ao uso de pesticidas, mudanças climáticas e uma espécie de parasita que mata abelhas jovens e adultas? Se as abelhas forem extintas, amiguinhos, deem adeus ao mundo como o conhecem hoje.

Mas não foi neste livro que aprendi isso, então vamos nos informar melhor e abraçar a luta em defesa do Meio Ambiente antes que seja tarde.

Voltando à Regina, apesar de ser a personagem principal, sua mãe, Guadalupe, é uma personagem mais interessante. Sua própria história de vida - contada em paralelo à da filha - tem um andamento mais consistente, pois embora fosse itinerante, estava sempre em busca de algo e corria atrás: “Eu sempre soube muito bem para onde eu queria ir e onde não queria estar, o que eu queria ver e o que não queria, até que um dia fiquei muito cansada de cumprir listas e parei.” - pág. 300

É meu primeiro contato com Polesso e gostei da escrita dela. Só que, para mim, ela pecou pelo excesso, colocando muitas “causas” neste livro, vários pontos importantes, mas que acabaram se perdendo em três partes um tanto desconectadas umas das outras. Mesmo que no final ela tenha retomado algumas dessas discussões, senti falta de um fio condutor e de um aprofundamento nos outros personagens.

Acho que a própria autora descreveu bem esta narrativa um tanto anárquica nos Agradecimentos ao fim desta edição:
“Estou escrevendo um livro sobre uma mulher, não, sobre um bando de mulheres, um bando de gente no fim do mundo, não, estou escrevendo um livro sobre o colapso, estou escrevendo um livro sobre uma mãe e uma filha, estou escrevendo um livro sobre amizade, estou escrevendo um livro sobre o agora, até eu acertar sobre o que estava escrevendo e justamente por isso não poder mais dar uma resposta curta.”

Menos, aqui, poderia ter rendido um livraço.
Alê | @alexandrejjr 11/05/2022minha estante
Denise, parabéns por mais um excelente texto! É sempre um prazer ler sobre as tuas experiências com os livros.


Pandora 11/05/2022minha estante
Oi, Alê, muito obrigada! Este ano estou engatinhando, mas espero que ainda venham umas experiências arrebatadoras.




Kassia Rique 19/03/2023

Sem sentindo e emoção.
Acredito que a Autora tenha tentado misturar um pouco de Tudo Que Deixamos Para Trás com A Parábola Do Semeador e simplesmente deu muito errado.

O livro não se conecta com o leitor. Não tem emoção. Nada.
Fernanda.Maria 04/04/2023minha estante
Senti a mesma coisa! :(




Ana Tambara 12/05/2023

As abelhas são uma parte
De uma história muito maior. Demorei muito para ler esse livro, apesar dele ser fácil e tranquilo de ler. Contudo, eu achei sensacional o modo que a autora construiu a história e até achei confuso, porque eu não estava conseguindo conectar os capítulos. Quando consegui, tudo fez sentido. A nota aqui no skoob está ruim, porque será? Um livro tão bom. Recomendo demais.

"O fim do mundo exigia decisões impossíveis. Decisões que estavam prontas e precisavam ser aceitas. Como a morte, a proibição ou o esquecimento."
Alê | @alexandrejjr 13/05/2023minha estante
Mas Ana, 3.9 estrelas pra um livro com o alcance da literatura da Natalia é muito bom!!




Tiago 10/03/2022

Narrativa interessante, mas com muitos focos
Romance bastante contemporâneo, com uma pegada distópica. A obra é dividida em três partes, sendo que a primeira é mais narrativa.
A segunda é mais um conjunto de "cenas" da atualidade que nos dão pistas desse mundo em colapso. É aqui que o mundo atual se confunde com o mundo distópico do romance. Achei que foi um ponto forte.
Na terceira parte a narrativa retorna e avança para o seu final.

Particularmente, achei que a obra tem muitos focos que acabam ficando meio soltos, como o lance do trabalho na internet que ficou perdido na história.
De qualquer forma, a escrita da autora Natalia Borges Polesso é cativante. Há trechos muito bonitos ao longo da obra. Fiquei com vontade de conhecer mais.
Pandora 17/04/2022minha estante
Ainda não finalizei a leitura, mas concordo sobre ter muitos focos.




Thammy 18/07/2021

Duro, amargo, realista e belo.
Esse é um livro que fala sobre abandono, ressentimentos, sofrimento. Abandono na esfera individual e coletiva, socialmente falando. Usando como pano de fundo personagens mulheres fortes e com histórias de vida diferenciadas como Regina, Lupe e Pietra, trata-se de uma crítica sobre a sociedade de consumo e a desigualdade que castiga os mais pobres. Mostra claramente o impacto dos "podres poderes", como já diria Caetano Veloso, no colapso da humanidade. Uma ficção tão impactante, tão próxima e tão absurda ao mesmo tempo da nossa realidade.

Entendo o título do livro como uma metáfora da própria vida do homem em franca e rápida extinção. Extinção de sentimentos, de sentidos, de coerência, de humanidade. É uma leitura mais profunda, que nos faz mergulhar na história e desperta a sensibilidade e a reflexão para questões cotidianas importantes e muito necessárias. Recomendo demais essa leitura.
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Bia - Resenha de Unicórnio 30/08/2021

Incrível!!
A escrita da Natália é esplêndida, eu sempre me emocionou e sinto tanta coisa a cada livro que leio dela que chega a ser loucura. Adorei essa leitura que nem é tão distópico assim e me fez pensar em muitas coisas
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Thalia.Stephanie 12/09/2021

Muito Bom
Meu primeiro livro da autora e eu simplesmente amei, o livro flui bem em suas narrativas e é um livro que me prendeu, incluindo uma parte que eu achei fascinante sobre alguns fatos reais, simplesmente estou encantada.
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Cristian Fontoura 04/10/2021

Uma distopia virando a esquina
É o fim dos tempos. Ao menos para alguns... "A extinção das abelhas" é um livro sobre uma realidade pós-apocalíptica que é muito mais próxima da realidade atual do que gostaríamos. O título pode enganar um pouco, pois o intuito do livro não é mostrar de forma super-realista, nem sensacionalista, como a extinção das abelhas geraria o caos. É claro, existe esse pano de fundo, mas o livro é muito mais do que isso. Num Brasil em colapso criado por Natália Borges Polesso, acompanhamos a Regina, uma mulher de 40 anos marcada pela ausência da mãe que há muito a abandonara e que constantemente relembra de pessoas que partiram (porque todo mundo eventualmente parte).
O mundo está de ponta cabeça, ilhas de lixo, agrotóxicos acabando com a vida, secas, incêndios, migrações em massa. Regida por um colapsômetro, a humanidade ruma a um sombrio destino, com regiões que colapsam ou são "descontinuadas", entrando assim num blecaute proposital. Uma dessas regiões é o Sul do Brasil, o que obriga Regina a tomar decisões que ela jamais pensara.

O livro é lindo. Ele é triste, mas também tem momentos cômicos e referências obscuras. No final das contas, talvez já estejamos vivendo numa distopia...
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Luly @projetocabeceira 26/10/2021

Distopia pandêmica
Imagina um mundo colapsado pós pandemia de 2020. Natália BorgesPolesso imaginou e escreveu. Mas esse velho novo normal é apenas o pano de fundo pra história de mãe e filha, abandono, solidão, tudo vivido por Regina, e do outro lado, Guadalupe, sua mãe que fugiu. Não fiquei envolvidona, mas é uma leitura legal, com críticas sociais e políticas e uma narrativa muito envolvente.
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Pri de La Forge 16/04/2024

Fim do mundo seletivo
Narrativa inteligente e pouco linear, dá pra se perder um pouco, principalmente no começo, em que a autora só nos dá pequenas pinceladas dos personagens e do ambiente, onde um cataclisma mundial é pano de fundo para desfiar criticas sociais, homofobia, machismo em um universo fictício mas claramente possível, considerando a tragedia ambiental já anunciada e alguns movimentos políticos assustadores ganhando força a cada ano.
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Euler 03/01/2022

Extinguir as abelhas, as mulheres, as lgbtqiamais, os sonhos. Esse parece ter sido um plano nos últimos anos e que se soma a todas as catástrofes ambientais - que são causadas pelos mesmos homens e não pelo meio ambiente. Na narrativa, seguir com a Regina foi angustiante porque ao mesmo tempo que os capítulos são como enjambements nos poemas e não permite que passemos a leitura, a história que a Natália nos apresenta é de um fim de mundo que já estamos vivendo. Inclusive , a segunda parte do livro, no qual se suspende a narrativa e temos diversos textos que anunciam/constatam/fatos reais/ficção sobre o fim é de torcer a gente no miudinho. Eu particularmente amo que o livro é povoado por mulheres lésbicas, morar nele nesses três dias tem sido um abraço, porque de alguma forma as manas trazem isso, abraços. E talvez esteja aí o grande lance do livro, embora seja total catástrofe, que lide com uma distopia que já vivemos - aliás, o termo distopia já entrou em desuso? - as páginas nos acolhem. Há acolhimento entre as personagens, que não se abandonam. Acho maravilhoso como a autora lida com o tempo, e mescla a história da protagonista, com a de sua mãe que fugiu com o circo. De certa forma, mãe e filha, mulheres mongas, mulheres monstras, ciborgues são duplo. E acompanhá-las é lidar com o antes e depois do fim. Aliás, a brincadeira com o fim _pandemia COVID e os fins que se anunciam é muito boa. Acho delicioso as passagens da Regina como camgirl, o que não dá pra não pensar no espetáculo da Janaína Leite e sobre essa imagem mascarada que atiça o sexo de todos. O sexo com máscaras, onde se encontra amor BB? O texto corre solto e as palavras são tão reais que dá até ilusão de que a literatura contemporânea pode caber na boca do povo. Leiam ??
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Eduarda1762 10/01/2022

Corajoso, ousado e doloroso
Desde que li Amora em 2018, toda vez que Natalia Polesso lança um livro eu o coloco na minha lista de leituras. Essa obra me deixou com um amargo na boca e uma dor no estômago por dias. A escrita é belíssima, a forma como o livro é organizado também. A história não é agradável, mas é brilhante. Polesso teve a ousadia que faltava para colocar no papel tudo aquilo que nós - assombrados com o presente do país - imaginamos nas nossas piores horas, mas não temos coragem de colocar fisicamente no mundo. "A extinção das abelhas" toca em todas as feridas, mas é impossível largá-lo. É o escracho e um possível futuro da nossa sociedade. Recomendo esse livro pra toda e qualquer pessoa que esteja vivendo no Brasil hoje.
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Camila 12/01/2022

Continuamos humanas mesmo no apocalipse
Será que amanhã conseguiremos pagar pelos preços absurdos para que haja água quente em nossos chuveiros? Você viu a mais nova declaração do presidente? E as ruas, cheias de milícia e guaritas clandestinas? Puta merda, não acredito que estou levando um pé na bunda dessa mulher no meio do fim do mundo.

O desenho de colapso que a Natalia Borges Polesso cria em 'A extinção das abelhas' é tão palpável que, se bobearmos, conseguimos encontrá-lo virando a esquina de nossas casas em um dia qualquer.

Escrever e prever o futuro do planeta não é nada novo por si só. Mas a maneira como Natalia coloca no centro o cotidiano de pessoas comuns torna o livro uma possibilidade pouco explorada. Não serão os tanques nem os mísseis que vão nos preocupar no dia a dia, mas a falta de alimentos na quitanda e as abelhas envenenadas e o copywriting muito bem feito para vendermos nossos corpos.

"Não existia emprego pra todo mundo, a pobreza e a miséria tinham chegado à taxa máxima da série histórica e eu era uma mulher de quarenta anos solitária que estava levando um pé na bunda, enquanto para o mundo não fazia a menor diferença como eu me sentia naquele exato momento".

'A extinção das abelhas' é um livro tão atual quanto o próprio dia de hoje e por isso causa medo e calafrios a cada página. Me apaixonei pelo formato de conexão entre capítulos e títulos e que me colocou para pensar em como uma história precisa de carinho para ser contada do jeito certo.

"Podem tá deixando entrar gente, mas sapatão eles não deixam". Apesar do pano de fundo cataclísmico, não deixa de ser uma história sobre as angústias mais humanas de uma mulher sapatão de quarenta anos. Mesmo em meio ao desastre final, ainda é claro como caminhamos em corda-bamba para sermos vistas como gente.

Não à toa Natalia é uma das minhas autoras favoritas desde li 'Amora' pela primeira vez. Assim como a protagonista Regina, eu também estou cansada de ainda morrer tanto. Mas seguimos fortes, por desejo de transformação e porque é tudo que nos resta.
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