Luiza Helena (@balaiodebabados) 16/12/2021Originalmente postada em https://www.balaiodebabados.com.br/A Kingdom of Flesh and Fire tinha tudo para ser uma ótima continuação, mas a autora pecou no seu desenvolvimento. O principal problema aqui é o tamanho do livro. De mais de 600 páginas, eu consigo salvar somente umas 200 que possuem informações relevantes à história e acontecimentos interessantes.
Eu li uma resenha que a pessoa comentou que leu somente os primeiros 20% do livro e pulou pros 20% finais e não sentiu falta de nada que foi apresentado nesse meio tempo. Finalizado o livro, acredito que deveria ter feito isso já que nessa porcentagem são os únicos momentos de informação útil e você realmente não perde muita coisa nesses 60% do meio do livro.
Após tudo que foi apresentado ao final de From Blood and Ash, essa continuação começou bem. Apesar do jorramento de informações que a autora dá de uma vez nos capítulos iniciais, elas te dão um maior conhecimento sobre seu universo. Porém a partir daí tudo desanda.
O que mais me irritou e atrapalhou minha leitura, que me levou mais de dois meses para finalizar, foram as repetições de frases e conversas entre os personagens. Nas primeiras três vezes foi até engraçadinhas as piadas sobre Poppy gostar de esfaquear as pessoas, mas depois isso essa espécie de piada interna feat foreplay de sexo feat alívio cômico envelheceu como leite.
Outro ponto também que cansa é a constante repetição de como a Poppy é uma pessoa bondosa e generosa com todo mundo, mesmo com aqueles que não merecem. Esse é um traço da personalidade da protagonista que já conhecemos e é uma situação que é bem melhor mostrar do que colocar meio mundo de homens repetindo sempre.
Quando a Poppy, ela me estressou mais do que eu pensei que seria possível. Entendo sua desconfiança em acreditar em tudo que lhe é dito depois do que passou, mas pra alguém que se diz que desconfiava de muita coisa sobre seu reino e os Ascended, ela entrava em uma negação constante, mesmo quando a verdade era esfregada na cara dela.
Em relação a Casteel, bem... sua verdadeira identidade ao final do livro anterior não foi nenhuma surpresa pra mim. Por um lado, gostei de ver quem é ele de verdade e suas motivações. Apesar de ser mais um mocinho genérico de fantasias, até que ele era interessante de se acompanhar visto que ele era principal fonte de informações sobre a história e política de Atlantia.
Em relação ao romance, também achei bastante genérico. Há realmente um desenvolvimento entre os dois, principalmente da parte de Poppy. Mas suas interações, bem... Poppy entrava em seu estado de negação e o repertório do Hawke parece ter saído direto de Corte de Névoa e Fúria, já que suas declarações e incentivos em relação à Poppy soaram muito como Rhysand e suas conversas motivadoras com Feyre. A sensação de deja-vu nas conversas foi bem forte.
O que salva mesmo o livro são os personagens secundários. Gostei bastante de Kieran e sua estranha amizade com Poppy. O wolven também era uma boa fonte de informação para mim e a ex-Maiden. Inclusive todo esse núcleo tem bastante potencial, mas todas as suas participações sempre eram voltadas somente ao drama Poppy e Casteel.
Como falei lá em cima, nos 20% finais temos finalmente um pouco de ação, mas pra quem escrevia capítulos quilométricos sobre os dias maçantes de vários nadas, achei que a autora pecou e muito ao finalizar o embate em apenas dois capítulos. A sensação que tenho desse livro é que ela se perdeu no desenvolvimento e quis compensar tudo nos capítulos finais.
Assim como o livro anterior, o final é chocante, mas pra mim foi bem aleatória e meio broxante aquela nova informação. Admito que a sequência que levou a isso foi bem escrita, mas acho que eu já estava tão cansada da leitura em si que quando chegou no final e aquilo foi jogado em nossa cara, eu fiquei é isto?.
No fim das contas, apesar da história no geral ser bastante intrigante, não sei bem se darei continuação a série no futuro. Pode não parece, mas fico triste admitindo isso porque o mundo que a Armentrout criou é interessante e ela parecer ter bem mais a desenvolver, mas eu já percebi que a autora é muito prolixa, enrolando demais pra chegar no interessante e correndo no seu desenvolvimento.
O terceiro livro está com previsão de lançamento agora para abril e se chama The Crown of Gilded Bones. Pelo que li da sinopse e o tamanho do livro, prevejo que minha experiência com esse aqui seria repetida. Então, essa série vai ficar na companhia de God pois estou retirando a minha.
A série inicialmente estava programada para quatro livros. essa semana a autora informou que, além dos quatro, terá mais um extra na visão de Casteel e mais dois spin-off. Só desejo muita boa sorte e paciência para quem for continuar nessa série.
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