asterlynn_ 09/04/2024
Sobreviver é resistência, viver é necessidade humana.
Invalidado. Inexistente. É como se o que ele sentisse ou o que dissesse não fizesse efeito, mesmo para as ditas pessoas que deveriam o amar incondicionalmente. As pessoas mais importantes para ele sequer reconheciam ele. Era como Yadriel se sentia. Era como Yadriel enxergava suas fontes de admiração, os seres mais importantes para ele, a família dele. E foi com esses pensamentos, que ele desafiou a tradição, tão zelada e cuidada por sua comunidade, para se tornar o que sempre quis e sempre almejou: um entre es bruxes.
Garotos do Cemitério é uma fagulha de esperança. É uma narrativa que dá voz ao invisível, e que ao mesmo tempo, uma obra que casa tão bem com um plot impecável pra quem gosta de um suspense. Nada nível Sherlock Holmes, mas é divertido.
O ponto forte da obra é a luz que grita pelos oprimidos. Corpos trans, no geral, são inseridos em um contexto extremamente opressor do (cis)tema, onde, ou eles jogam o jogo que lhes foi proposto, ou são assassinados. Não há espaço para alegria, raiva, amor, empatia, nada. É cada um por si, ou você tenta a sorte com a cispassabilidade, ou você é uma aberração. Yadriel resistiu. Minhe queride trans amigue, você não está e nunca esteve sozinhe. Embora permanecer vive seja uma forma de resistência, ainda somos humanos, e tá tudo bem. Você é valide.